Mulheres vencem em 13 das 20 categorias do Prêmio Jabuti 2022

Em melhor obra de Literatura Infantil e em Ciências Humanas, as ganhadoras dividem a premiação com co-autores homens. 'Também guardamos pedras aqui', de Luiza Romão, foi eleito o Livro do Ano e Sueli Carneiro homenageada como Personalidade do Ano

Por Thiago Andrill — Da redação


'Também guardamos pedras aqui', de Luiza Romão, foi eleito como Livro do Ano e ganhou na categoria Poesia. Já Sueli Carneiro foi homenageada como Personalidade do Ano Reprodução Instagram; @carolinelima.co

O Prêmio Jabuti anunciou na noite de quinta-feira (24) os vencedores da sua 64ª edição. Das 20 categorias, 13 premiaram mulheres. Das 14 ganhadoras (Heloisa Jahn e Josely Vianna Baptista venceram juntas em Tradução), 11 são brancas e três pardas ou negras. Também guardamos pedras aqui, de Luiza Romão, foi eleito como Livro do Ano de 2022 e ganhou na categoria Poesia. Em Personalidade do Ano, a homenageada foi a filósofa, escritora e educadora Sueli Carneiro.

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A doutora em filosofia e educação foi a primeira pessoa a ganhar a honraria que não saiu do eixo de Literatura. Escritora, ela atua como coordenadora executiva do Geledés - Instituto da Mulher Negra e também é presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Baobá para Equidade Racial.

Micheliny Verunschk ganhou com seu O som do rugido da onça na categoria Romance. Inclusive, apenas mulheres concorriam neste grupo. Ainda no eixo Literatura, Eliana Alves Cruz venceu em Conto pela obra A vestida: contos. Ana Elisa Ribeiro ganhou em Juvenil com Romieta e Julieu. Por fim, Silvana Tavana, ao lado de Daniel Kondo, venceu com Sonhozzz como melhor obra Infantil.

Eliana Alves Cruz venceu em Conto pela obra 'A vestida: contos' — Foto: Chico Cerchiaro

Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz que ganhou destaque no combate à covid-19, ganhou na categoria Ciências, com Um tempo para não esquecer: a visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde.

No mesmo guarda-chuva de Não Ficção, Célia Maria Antonacci ganhou em Artes por Apontamentos da arte africana e afro-brasileira contemporânea: políticas e poéticas. Em Ciências Humanas, Enciclopédia Negra foi premiada. A obra é assinada por Lilia Moritz Schwarcz, Jaime Lauriano e Flávio dos Santos Gomes.

Micheliny Verunschk ganhou com 'O som do rugido da onça' em Romance — Foto: Divulgação

Produção Editorial e Inovação

Já no eixo Produção Editorial, quem ganhou na categoria Capa foi Giovanna Cianelli e Pedro Inoue pelo trabalho em 1984. Anna Cunha venceu em Ilustração por Origem. Já em Projeto Gráfico, Elaine Ramos foi reconhecida pelo trabalho em Ubu Rei. Em Tradução, Heloisa Jahn e Josely Vianna Baptista foram premiadas por Todos os contos - Julio Cortázar.

Por fim, no eixo Inovação, Sylvia Guimarães ganhou em Fomento à Leitura por seu trabalho em Vaga Lume: como livros mudam a vida de crianças e adultos na Amazônia.

Confira a lista:

Literatura

Conto: A vestida: contos, de Eliana Alves Cruz (Malê Editora)

Crônica: A lua na caixa d'água, de Marcelo Moutinho (Malê Editora)

Histórias em quadrinhos: Escuta, formosa Márcia, de Marcello Quintanilha (Veneta)

Infantil: Sonhozzz, de Silvana Tavano, Daniel Kondo (Salamandra)

Juvenil: Romieta e Julieu, de Ana Elisa Ribeiro (Editora Rhj)

Poesia: Também guardamos pedras aqui, de Luiza Romão (Nós)

Romance de Entretenimento: Olhos de pixel, de Lucas Mota (Plutão Livros)

Romance Literário: O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk (Companhia das Letras)

Não ficção

Artes: Apontamentos da arte africana e afro-brasileira contemporânea: políticas e poéticas, de Célia Maria Antonacci (Invisíveis Produções)

Biografia e Reportagem: Escravidão - Volume II, de Laurentino Gomes (Globo)

Ciências: Um tempo para não esquecer: a visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde, de Margareth Dalcolmo (Bazar do Tempo)

Ciências Humanas: Enciclopédia Negra, de Jaime Lauriano, Flávio dos Santos Gomes, Lilia Moritz Schwarcz (Companhia das Letras)

Ciências Sociais: Máfia, poder e antimáfia, de Wálter Fanganiello Maierovitch (UNESP)

Economia Criativa: Nem negacionismo, nem apocalipse, de Gesner Oliveira, Artur Villela Ferreira (BEĨ)

Produção Editorial

Capa: 1984; Pedro Inoue e Giovanna Cianelli (Antofágica)

Ilustração: Origem; Anna Cunha (Maralto)

Projeto Gráfico: Ubu Rei; Elaine Ramos (Ubu)

Tradução: Todos os contos - Julio Cortázar; Heloisa Jahn e Josely Vianna Baptista (Companhia das Letras);

Inovação

Fomento à Leitura: Vaga Lume: como livros mudam a vida de crianças e adultos na Amazônia; Sylvia Guimarães (Sylvia De Albernaz M. Do C. Guimarães)

Livro Brasileiro Publicado no Exterior: Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (Textofilia, Todavia)

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