Entre a variedade de intervenções estéticas disponíveis, um procedimento em particular tem chamado a atenção: a redução de testa. A frontoplastia, como também é conhecida, ganhou maior visibilidade recentemente após Brunna Gonçalves, bailarina e ex-BBB, anunciar publicamente que se submeteu à cirurgia.
Brunna, que é casada com a cantora Ludmilla, compartilhou com os seus seguidores que realizar a diminuição da testa era um sonho antigo. “Tem mais de 10 anos que eu estou à caça dessa cirurgia. Primeiro, eu não fiz porque não tinha dinheiro. E no Youtube esse conteúdo é muito escasso, quase ninguém fala sobre, então foi muito difícil de entender mais sobre ela”, relatou em seus Stories do Instagram.
Apesar da visibilidade que a cirurgia recebeu, muitas dúvidas ainda cercam o procedimento. Para esclarecer essas questões, conversamos com a especialista em cirurgias faciais, a cirurgiã Patrícia Marques, que explica alguns aspectos fundamentais da redução de testa.
“Frontoplastia, avanço capilar ou frontoplastia de avanço, são os nomes dados para a cirurgia que avança o couro cabeludo para frente, reduzindo o tamanho da testa", esclarece a especialista. “Com a operação, também é possível melhorar e reduzir as entradas."
A médica ainda afirma que é comum realizar alguns procedimentos adicionais durante a cirurgia, "como a cranioplastia, onde há um desgaste ósseo seletivo de algumas partes da testa para quem tem uma projeção óssea mais exacerbada, a melhora das marcas de expressão, o rejuvenescimento facial e o arqueamento das sobrancelhas".
Como funciona a frontoplastia?
Segundo a especialista, não é possível prever com precisão quantos centímetros de avanço capilar serão alcançados em cada caso. "A média de avanço para as mulheres é de 2 a 2,5 centímetros, enquanto para os homens, o número costuma ficar em torno de 2 centímetros. No entanto, há pacientes que podem conseguir uma elasticidade maior, alcançando uma redução de até 3,5 centímetros, e outros que podem ter resultados inferiores, com menos de 2 centímetros", explica a cirurgiã Patrícia Marques.
Essa variação, segundo a especialista, está relacionada à elasticidade de cada paciente, que é difícil de estimar de maneira precisa. "Não tem como prever de forma fidedigna a elasticidade da pele de cada indivíduo", esclarece.
O procedimento, que dura aproximadamente uma hora, permite ao paciente ter uma boa noção do resultado em cerca de três meses. No entanto, a cirurgiã informa que o período completo de cicatrização é de um ano, momento em que o resultado final se torna definitivo.
“Nenhuma cirurgia deixa uma cicatriz invisível, mas é claro que quando falamos sobre cirurgia plástica, elas tendem a ser muito sutis. Então, assim como o lifting facial e a blefaroplastia, a frontoplastia também deixa pequenas marcas, geralmente em uma linha fina, um pouco mais clara que o tom de pele da pessoa, bem na raiz do cabelo.”
A técnica utilizada no procedimento permite a preservação do cabelo e, consequentemente, o crescimento natural dos fios ao longo da cicatriz. Segundo a especialista, é importante frisar para as pessoas com cabelos muito curtos que esse tipo de corte pode deixar a marca um pouco mais à mostra. “Contudo, a cicatriz não é uma grande reclamação, a maior parte das pessoas fica com uma marca bem delicada e consideram que a cicatriz é mais fácil de camuflar que o tamanho da testa”, relata Patrícia Marques.
Quem pode fazer?
As cirurgias plásticas e os tratamentos estéticos, que são procedimentos mais buscados por mulheres, também têm chamado a atenção dos homens. Contudo, na clínica da cirurgiã Patrícia Marques, 90% das pessoas que procuram a redução de testa são mulheres. Mas, afinal, qualquer um pode realizar a cirurgia?
“O paciente ideal é a pessoa que apresenta uma desproporção facial, com a testa maior do que o terço médio e o terço inferior e, idealmente, sem problemas capilares, como calvície ou alopecia androgenética. Além disso, a boa elasticidade da pele é fundamental, tendo em vista que quanto maior a elasticidade, mais podemos reduzir o tamanho da testa”, informa a especialista.
Quais são os possíveis riscos?
Assim como toda e qualquer cirurgia, a frontoplastia possui alguns riscos. “Existe a possibilidade do cabelo cair. Essa condição, chamada de eflúvio telógeno agudo é uma reação fisiológica do organismo frente à situações de estresse, que podem ser emocionais ou físicas, após uma cirurgia, covid ou pós-parto”, relata a cirurgiã.
De acordo com a especialista, essa resposta corporal é comum e mais evidente após cirurgias de couro cabeludo, como a frontoplastia e o transplante capilar, gerando uma queda em diferentes graus, de leve a moderado.
“De qualquer forma, é um processo autolimitado e temporário. 60% a 70% dos pacientes podem desenvolver a condição nos três primeiros meses após a cirurgia, com a possibilidade de uma queda mais exacerbada em algumas semanas, principalmente na parte da frente, nas laterais e nas têmporas. Contudo, o cabelo vai gradativamente voltando ao padrão natural de queda”, explica.
Por isso, Marques revela que vale a pena tratar, tanto preventivamente, quanto após o procedimento de forma terapêutica, para que seja possível abreviar o período de queda e melhorar a recuperação.
“Além disso, a cirurgia tem um baixíssimo risco de trombose, mas é sempre importante prevenir, então utilizamos as meias antitrombose, pomadas específicas, xampus e tratamentos capilares específicos, para manter a higiene de forma correta.”
É importante ressaltar novamente que toda cirurgia tem seus riscos, por isso é indispensável se informar bem antes de realizar o procedimento, que deve ser feito em um hospital de confiança, com anestesia geral e todas as precauções necessárias.
Pós-operatório
O período pós-operatório requer alguns cuidados, como evitar o trabalho presencial, atividades esportivas, usar o curativo corretamente, fazer compressas de água gelada, se alimentar bem, beber muito líquido e utilizar meias de trombose.
“Os dois primeiros dias são os mais complicados. No pós-operatório as pessoas costumam ter uma dor leve, um pouco de inchaço, algumas manchinhas arroxeadas na testa e na lateral dos olhos e dormência na parte superior do couro cabeludo, que melhora progressivamente ao longo dos meses. No geral, depois de 7 a 10 dias, a maior parte do inchaço já passou, então podemos considerar a recuperação como tranquila”, explica a especialista.
Existem alternativas?
Segundo a cirurgiã Patrícia Marques, não existem tratamentos não-cirúrgicos para reduzir a testa. “Muitas pessoas me perguntam sobre o uso do Minoxidil. Ele estimula o crescimento do cabelo nas áreas em que já existem fios, não sendo capaz de criar o folículo capilar”, esclarece.