O cuidado com a pele, o onipresente skincare, entrou para a lista de itens de bem-estar e representa, além da busca por resultados reais de melhora da qualidade da pele, uma prática de autocuidado. A preocupação em promover uma maior integridade para a pele, assim como melhorar sua aparência, tem atingido pessoas de todos os gêneros, perfis, classes sociais e idades - abrindo, inclusive, um debate sobre a adoção precoce dos cuidados.
E dessa relação com a pele, a estrela superpop é a máscara facial. Com a promessa de efeitos profundos e prolongados e com fórmulas mais pontuiais e concentradas, o produto virou o queridinho da rotina de skincare. Suas variações oferecem diversos benefícios, como hidratação, ação detosintoxicante, redução de manchas e anti-sinais.
Para mergulhar fundo nesse universo, e entender melhor os benefícios e limites da prática, a dermatologista Angélica Pimenta esclarece os principais pontos aqui:
1. Principais benefícios
As máscaras faciais melhoram a saúde da pele em geral, proporcionando uma hidratação mais profunda sobre a barreira cutânea e uma limpeza mais intensa de impurezas que, geralmente, produtos normais não forneceriam - em especial as máscaras que têm o ácido hialurônico e peptídeos em sua composição, que são princípios ativos que hidratam a pele e estimulam a síntese de colágeno.
2. Frequência ideal
A frequência recomendada do uso das máscaras faciais vai depender do objetivo do tratamento, do tipo de pele e dos princípios ativos contidos no produto. Mas, de maneira geral, a sugestão é a utilização de uma a duas vezes por semana. O excesso das máscaras pode provocar efeitos negativos na pele, tendo em vista que geralmente são produtos que apresentam compostos que promovem tratamentos mais intensos que, em exagero, podem comprometer a barreira cutânea da pele e gerar irritações, como a dermatite de contato irritativa.
3. Máscaras caseiras x industrializadas
Em princípio, a escolha tem que ser baseada no objetivo da pessoa e do tratamento. As máscaras faciais caseiras, apesar de serem bem populares, não têm critérios específicos de componentes, nem estudos que comprovem a sua eficácia. Portanto, são mais suscetíveis a causar malefícios para a pele, já que não vem com uma orientação adequada de uso. Por outro lado, as disponíveis no mercado passam por testes mais rigorosos para serem liberadas e vendidas, portanto são mais seguras.
4. Máscara na rotina de skincare
As máscaras faciais, para quem já tem uma rotina específica de tratamento, potencializam o tratamento e a hidratação. A etapa ideal para aplicar o produto é exatamente após a higienização completa da pele. Em pacientes com rosto mais oleoso, é recomendado o uso depois do sabonete tônico e, em casos de peles mais ressecadas, em seguida da higienização.
5. Melhor máscara para cada tipo de pele
A identificação do tipo de pele deve ser a principal atitude antes da escolha de qual máscara facial adquirir. Essa informação é essencial para a mulher obter maiores benefícios com o tratamento e, por isso, a ida a um dermatologista é tão importante, já que eles identificam, de maneira mais confiável, quais são os produtos específicos para cada tipo de pele. Então, para uma pele mais sensível, o ideal seria primeiro fazer um teste atrás da orelha e procurar máscaras com ingredientes que tenham efeitos anti-inflamatórios, como aloe vera e camomila. Para uma pele mais oleosa, é adequado o uso de máscaras com niacinamida. Em peles mais secas, uma fórmula com ácido glicólico é uma boa opção.
6. Máscaras x procedimentos estéticos
O que eu vejo na prática clínica é que as máscaras podem até complementar procedimentos estéticos, sendo utilizadas como uma forma de manutenção de tratamento, mas elas não conseguem substituir procedimentos mais importantes feitos em consultório. Mesmo porque possuem princípios ativos que não evitam danos à pele das pacientes. As que são usadas em consultório, por exemplo, são bem mais intensas e precisam de orientações específicas para não causarem danos à pele.
7. Principais ativos
Alguns ingredientes chaves são mais fáceis de achar, como é o caso do ácido hialurônico, para hidratação, do retinol, para o estímulo de colágeno, e das argilas, em especial a verde, que contém ativos importantes para controlar a oleosidade. Contudo, demora em torno de 4 semanas para a mulher começar a ver melhorias significativas na pele.
8. Pele jovem e pele madura
AP Em relação à idade, pacientes com pele mais jovem podem se beneficiar com máscaras mais leves, com efeito antioxidante, às vezes um pouco clareador, e também antiacne. Agora, a pele mais madura se beneficia com ingredientes anti-envelhecimento, com peptídeos e com uma hidratação mais intensa. É importante olhar a faixa etária do produto antes de o utilizar, especialmente em crianças, que são recomendadas para o evitarem.