Arqueologia

Por Redação Galileu

Utilizando um crânio descoberto em uma caverna no sul do Uzbequistão em 1938, arqueólogos chineses e russos reconstruíram o rosto de um menino neandertal que morreu entre 300 mil e 40 mil anos atrás. O feito foi divulgado pela agência de notícias da China Xinhua no último dia 18 de janeiro.

Os arqueólogos da Universidade de Jilin, na cidade chinesa de Changchun, e da Universidade Estadual de Moscou na Rússia, estimam que o menino tenha sido morto aos 8 ou 9 anos de idade. Os restos da criança estavam na caverna Teshik-Tash, na cordilheira Bajsuntau.

O garoto representa a primeira restauração tridimensional digital de um fóssil de crânio de neandertal e é uma das importantes conquistas do primeiro laboratório conjunto em arqueologia estabelecido em julho de 2022 pela Universidade de Jilin e pela Universidade Estadual de Moscou.

“O resultado não apenas mostra vividamente a morfologia facial de humanos pré-históricos na Eurásia, mas também fornece uma nova maneira de estudar e exibir as características morfológicas dos neandertais e suas adaptações ambientais”, conta Zhang Quanchao, chefe da equipe da Universidade de Jilin, à Xinhua.

Com base nos detalhes que descobriram, o grupo de cientistas recriou a imagem do menino usando tecnologia avançada de restauração em 3D. O crânio do garoto foi reconstruído a partir de aproximadamente 150 fragmentos ósseos.

Crânio do menino neandertal descoberto em 1938 na Caverna Teshik-Tash — Foto: Wikimedia Commons
Crânio do menino neandertal descoberto em 1938 na Caverna Teshik-Tash — Foto: Wikimedia Commons

A equipe fez o upload de uma varredura do fóssil e preencheu as peças que faltavam, permitindo sobrepor músculos digitais, a pele e finalizar com as características faciais do menino. A foto resultante mostra que a criança tinha um nariz afundado e ligeiramente levantado, bem como um par de olhos castanhos.

O garoto havia amadurecido fisicamente o suficiente para exibir características distintivas dos neandertais, como rosto grande e área nasal, crânio longo e baixo, mandíbula sem queixo e sobrancelha em amadurecimento.

A descoberta mostra ainda que esses hominídeos se espalharam para o leste na Ásia Central. "Fósseis de neandertais, um parente extinto dos humanos modernos, foram descobertos pela primeira vez no Vale do Neandertal, na Alemanha, e já foram amplamente distribuídos pela Eurásia", disse Quanchao.

Alexandra P. Buzhilova, diretora do Instituto de Pesquisa e Museu de Antropologia da Universidade Estadual de Moscou, informou ao site Global Times que a criança representa o primeiro fóssil de neandertal descoberto na Ásia e o único crânio asiático completo preservado até agora.

De acordo com o site britânico Daily Mail, a caixa craniana, apelidada de Teshik-Tash 1, foi encontrada em um poço raso dentro da caverna, junto com cinco pares de chifres de íbex- siberiano (um tipo de bode) e esqueletos de pássaros. Isso sugere que o menino foi enterrado ritualmente.

Mais recente Próxima Ao contrário do que se pensava, sociedades do Neolítico eram muito violentas
Mais de Galileu

Gestação precoce pode refletir em chance de morrer duas a três vezes maior - além de problemas fisiológicos e psicológicos para o resto da vida

Como a gravidez ameaça a saúde de meninas entre 10 e 14 anos

Digit é capaz de agarrar itens e mover cargas comuns em depósitos. Robô estoquista é pioneiro: trata-se da primeira experiência formal de robôs humanoides no setor

Robô humanoide é contratado para o depósito de fábrica de roupas; assista

Pesquisadores investigaram a formação de crateras na superfície marciana e relacionaram o fenômeno com os impactos sísmicos registrados após a queda de meteoritos

Estudo estimou quantos meteoritos caem em Marte todos os anos

Estimativa é de que o brasileiro viva apenas até os 65 anos sem doenças ou incapacidades significativas; estilo de vida ajuda a alcançar a longevidade com saúde

“Healthspan”: saiba a diferença entre viver mais e viver melhor

Região é palco de um conflito travado entre a empresa de carros elétricos de Elon Musk e a população da Alemanha, e já abrigou outras sete bombas

Bomba da Segunda Guerra encontrada em fábrica da Tesla será detonada no sábado

Lista reúne obras que trazem vivências de pessoas LGBTQIAP+ e fatos históricos sobre a luta por direitos e reconhecimento da comunidade; preços vão de R$ 36 a R$ 67

Dia do Orgulho LGBTQIAP+: 6 livros para aprender sobre o movimento

Espécie sofre com a disseminação de câncer transmissível que pode ser detectado de forma mais rápida com o uso de ferramentas de inteligência artificial

Cientistas estão usando IA para tentar salvar diabo-da-tasmânia da extinção

Ainda não se sabe ao certo por que a estrutura abandonada explodiu, mas a hipótese mais plausível envolve um acidente com combustível

Satélite russo explode em 180 pedaços e obriga astronautas da ISS a se esconder

Pesquisa de arqueólogos tchecos que investigou 69 ossadas indica que principais marcas apareciam nas juntas, sobretudo em partes como a cintura, mandíbulas e dedão

Escribas egípcios sofriam com lesões causadas pela má postura no trabalho

Em entrevista à GALILEU, Kamilla Souza fala sobre o trabalho de extrair cérebros de cetáceos - e como eles podem ser modelos para entender, também, o cérebro humano

Brasileira é dona da maior coleção de cérebros de golfinho da América Latina