Em artigo publicado na edição de junho da revista Near Eastern Archaeology, o arqueólogo Stephen Compton relata as primeiras descobertas de campos militares do Império Assírio criados por volta de 700 a.C. Além disso, ele afirma ter descoberto o local de uma passagem bíblica, que descreve uma batalha travada entre um "anjo" e os soldados assírios.
Segundo a revista Popular Archaeology, o sítio foi localizado pelo pesquisador partir do estudo de uma cena esculpida nas paredes de pedra do palácio do rei assírio Senaqueribe, na cidade de Laquis, a cerca de 70km de Jerusalém. A correspondência da obra de arte com as características topográficas da paisagem possibilitou criar um mapa até os restos do acampamento de Senaqueribe.
O local, onde atualmente é Israel, é conhecido hoje como “Colina da Munição”. Uma pesquisa arqueológica no espaço não encontrou qualquer evidência de habitação humana durante pelo menos 2.600 anos.
Todos os achados, tais como fragmentos de cerâmica, datam da época exata da invasão pelo rei Senaqueribe, depois da qual houve um abandono da região por séculos. Além disso, o antigo nome árabe para a localidade era “Khirbet al Mudawwara”, que pode ser traduzido como “Ruínas do Acampamento do Governante Invasor”.
A descoberta ganha ainda mais credibilidade pelos resultados de estudos anteriores da Palestina sobre uma região próxima. Ao norte do local, existem ruínas consistentes com os restos de um acampamento militar.
A princípio, foi levantada a hipótese de que se tratava de um acampamento romano, no entanto, eles eram tradicionalmente retangulares, enquanto este era oval – o formato característico dos acampamentos assírios.
Compton concluiu que o local foi onde as forças militares do rei Senaqueribe montaram acampamento durante o cerco de Jerusalém. E ele também localizou campos militares assírios adicionais. É possível ainda usar os acampamentos para identificar cidades antigas que se sabia terem sido sitiadas pelos assírios, mas cujas localizações eram desconhecidas ou incertas.
Relato bíblico do cerco a Jerusalém
O cerco de Jerusalém aparece na Bíblia em três escrituras. São essas: Isaías, 37:36-38; 2 Reis, 19:35; e 2 Crônicas, 32:21.
Segundo o New York Post, na Bíblia, consta que o governante de Jerusalém durante a época da invasão assíria, Ezequias, orou à divindade israelita Yahweh – entendida como Deus entre os cristãos – por proteção. Como resposta às preces, ele recebeu um anjo.
O anjo guerreiro, então, teria descido dos céus e enfrentado o acampamento inimigo. Nas escrituras, é dito que a entidade divina matou cerca de 185 mil soldados durante a noite da batalha sangrenta.
Outras versões do ataque citam uma praga para o massacre do acampamento assírio. Nas escrituras gregas, por exemplo, a batalha é descrita como uma invasão de ratos que mastigaram o armamento dos soldados, deixando-os expostos e indefesos aos ataques de Jerusalém no dia seguinte.