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Aborto espontâneo

Aborto espontâneo é a perda gestacional que acontece, geralmente, antes da 20ª semana de gravidez. Ele é categorizado como “precoce” quando acontece até a 12ª semana e o bebê pesa menos de 500 gramas, e de “tardio” depois desse tempo. Após as 20 semanas, é denominado óbito fetal.

De acordo com dados do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), 15 a 20% das gestações resultam em um aborto espontâneo, isto é, com a perda do feto antes da 20ª semana. E esse número pode ser ainda maior, considerando as mulheres que não sabiam que estavam grávidas.

Receber essa notícia nunca é fácil. Apesar de hoje em dia se falar mais sobre o luto gestacional, antes invisibilizado, sabemos que, na prática, ainda é um tabu. Embora comum — uma série de estudos compilados pelo periódico científico The Lancet indica que uma em cada dez mulheres passa por isso ao longo da vida e 23 milhões de abortos espontâneos ocorrem todos os anos globalmente —, muitas preferem não falar sobre o que viveram e sofrem sem ter o suporte que poderiam receber neste momento tão delicado.

Não à toa, muitas mães optam por compartilhar a notícia da gravidez apenas após os três primeiros meses, período em que a chance de perda é reduzida, visto que cerca de 85% dos abortos espontâneos ocorrem nas primeiras 12 semanas.

Seria interessante, porém, que se falasse mais sobre o tema para desmistificá-lo e para que mais informações pudesem chegar até as mulheres, caso um dia isso venha a acontecer com elas. A começar pelos sintomas. Diferente do que o imaginário popular diz, nem sempre os sinais são claramente identificáveis.

Quais são os fatores de risco?

Diagnosticar a causa de um aborto não é simples, principalmente quando ocorre pela primeira vez ou bem no início da gestação. Porém, há fatores de risco que podem fornecer pistas para guiar as investigações médicas:

Alterações genéticas do bebê: aproximadamente 50% dos casos de aborto são devido a anomalias cromossômicas que afetariam o feto;

Idade materna: o risco de aborto aumenta com a idade. Segundo o American College of Obstetricians and Gynecologists, a probabilidade de aborto é de 20% aos 35 anos, 40% aos 40 anos, e 80% a partir dos 45 anos;

Condições de saúde da mãe: doenças como diabetes, hipertensão, predisposição à trombose, distúrbios autoimunes e problemas de tireoide;

Anomalias nos órgãos reprodutivos: problemas como miomas, aderências, pólipos ou anomalias congênitas, como útero septado ou bicorno;

Infecções graves: toxoplasmose, sarampo, rubéola, covid, clamídia e outras infecções durante a gravidez;

Histórico de abortos: a recorrência também precisa ser investigada;

Hábitos: alcoolismo, tabagismo, sedentarismo associado com obesidade, estresse crônico e uso de drogas;

Traumas: quedas, batidas e acidentes ou situações de violência contra a mulher.

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Perguntas frequentes

Dá para prevenir um abortamento?

Nunca é possível garantir uma completa prevenção, dadas as variáveis que podem estar envolvidas em um aborto e que nem sempre são identificáveis. “É importante fazer uma consulta pré-concepção e um check-up geral para deixar quaisquer doenças que a mulher tenha bem compensadas antes de engravidar", afirma Tatiane Boute, obstetra do Fleury Medicina e Saúde.

Existem sinais de abortamento espontâneo?

Os sintomas mais comuns são dores abdominais, cólicas intensas e persistentes e a diminuição dos sintomas da gravidez, além dos temidos sangramentos. Um alerta: nem todo sangramento sinaliza um aborto. E, às vezes, não há sinais claros. "A mulher nota que os enjoos e vômitos que antes sentia cessaram, que os seios desincharam...", diz Tatiana Boute.

Como é feito o diagnóstico?

Além do exame ginecológico especular, é realizado também um ultrassom para observar o comportamento dentro do útero. Há casos, ainda, em que o obstetra poderá solicitar o beta HCG para monitorar a gestação ou até mesmo mais ultrassonografias em intervalos de dois dias. Segundo os especialistas, o acompanhamento deve ser individualizado.

Caso o aborto se confirme, o que é necessário fazer?

É preciso entender se todo o produto da concepção já foi expelido ou se permanece retido no corpo da mulher. Caso ainda esteja no útero, há dois caminhos a seguir: o expectante, que é aguardar a eliminação espontânea da gestação, ou o ativo, quando é realizado o procedimento de esvaziamento uterino, que pode ser feito por meio da curetagem ou por aspiração.

Quando posso tentar engravidar de novo?

Emocionalmente, cada pessoa tem um tempo para considerar uma nova tentativa de gravidez. Do ponto de vista da saúde da mulher, primeiro é preciso se recuperar do processo de curetagem ou aspiração, que costuma levar uma semana. E aqui vale lembrar que, por lei, a mulher tem direito a 14 dias de afastamento do trabalho para garantir sua plena recuperação.

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