Cultura

Por Camila Cetrone


'O Animal Cordial'; (foto), 'A Lenda de Candyman' e 'Titane' estão entre os filmes de terror dirigidos por mulheres (Foto: RT Features) — Foto: Marie Claire
'O Animal Cordial'; (foto), 'A Lenda de Candyman' e 'Titane' estão entre os filmes de terror dirigidos por mulheres (Foto: RT Features) — Foto: Marie Claire

Fazer uma maratona recheada de bons filmes de terror é, certamente, algo que não pode faltar no cronograma de quem adora comemorar o Halloween. Além de assustador e divertido, o cinema de horror é reconhecido por conseguir dar materialidade aos medos e fobias sociais e retratar as dores de uma determinada época. Com realizadoras mulheres cada vez mais presentes e com autonomia criativa, isso começou a se estender de forma mais contundente à realidade das mulheres.

Com diretoras mulheres no comando de filmes de terror, as personagens femininas passaram a ganhar mais profundidade e complexidade e pararam de ser reduzidas a objetificação e estereótipos. Além de trazerem um tom mais feminista para essa indústria, diretoras mulheres de filmes de terror começaram a criar narrativas capazes de expor suas visões de mundo e seus medos mais profundos; sem contar a possibilidade de fazer comentários sobre temas sociais, políticos, familiares e existencialistas – tudo isso sem deixar de entreter, incomodar e entregar diversos sustos.

A seguir, oito filmes que foram dirigidos por mulheres para conhecer e maratonar no Halloween (ou quando você preferir).

Slumber Party: O Massacre, dirigido por Amy Holden Jones

Slumber Party: O Massacre, de 1982, é considerado o primeiro slasher feminista (Foto: Divulgação/Santa Fe Productions) — Foto: Marie Claire
Slumber Party: O Massacre, de 1982, é considerado o primeiro slasher feminista (Foto: Divulgação/Santa Fe Productions) — Foto: Marie Claire

O filme foi lançado em 1982, época em que os slashers estavam em alta, e é considerado o primeiro grande slasher feminista. Isso se dá não apenas pela grande quantidade de realizadoras mulheres nos bastidores (algo impressionante para a época), mas pela maneira como o longa conseguiu dialogar sobre temas femininos.

‘Slumber Party: O Massacre’ usa de simbologias para construir uma narrativa sobre misoginia, união entre mulheres e a supervalorização do masculino. No filme, um homem que estava preso em um hospício passa a cometer assassinatos no subúrbio de Venice, na Califórnia, usando uma furadeira. Em meio à matança, um grupo de amigas do colegial decide fazer uma festa do pijama. O que era para ser uma noite de diversão se torna uma noite de luta por sobrevivência.

A Lenda de Candyman, dirigido por Nia DaCosta

Nia DaCosta atualiza a história da lenda urbana de Candyman em filme de 2021 (Foto: Divulgação/Universal Pictures) — Foto: Marie Claire
Nia DaCosta atualiza a história da lenda urbana de Candyman em filme de 2021 (Foto: Divulgação/Universal Pictures) — Foto: Marie Claire

O longa dá continuidade e expande a história criada em ‘Candyman’, clássico dos anos 1990 que aborda a marginalização e o racismo contra a população negra nos Estados Unidos. DaCosta acrescenta camadas contemporâneas ao apresentar a história de Anthony (Yahya Abdul-Mateen II), um artista visual que se torna obcecado pela lenda urbana e cria uma exposição sobre a figura do Candyman. No entanto, a fascinação com a história faz com que ele comece a perder o controle sobre sua própria personalidade.

Relíquia Macabra, dirigido por Natalie Erika James

'Relíquia Macabra' une terror ao drama familiar (Foto: Divulgação) — Foto: Marie Claire
'Relíquia Macabra' une terror ao drama familiar (Foto: Divulgação) — Foto: Marie Claire

Com roteiro também assinado por James em parceria com Christian White II, o filme mescla terror e drama familiar para criar uma alegoria sobre envelhecimento e demência. O longa acompanha Kay (Emily Mortimer), uma mulher que descobre que a mãe, Edna (Robyn Nevin), desapareceu, e vai até a casa de campo dela em busca por pistas. Ela é acompanhada pela filha, Sam (Bella Heathcote). Ao retornar misteriosamente, Edna mostra um comportamento cada vez mais imprevisível, e Kay e Sam suspeitam que algo sobrenatural está tomando sua existência.

Psicopata Americano, dirigido por Mary Harron

'Psicopata Americano' coloca Christian Bale na pele de um assassino para falar de a masculinidade tóxica (Foto: Divulgação) — Foto: Marie Claire
'Psicopata Americano' coloca Christian Bale na pele de um assassino para falar de a masculinidade tóxica (Foto: Divulgação) — Foto: Marie Claire

Um dos horrores mais cultuados da modernidade, 'Psicopata Americano’ busca retratar a mente dos executivos de Wall Street no fim dos anos 1980 e falar de masculinidade tóxica. Harron entrega um retrato sobre masculinidade tóxica ao apresentar Patrick Bateman (Christian Bale), um homem arrogante e metódico que é extremamente famoso, mas que é um assassino em série. A diretora também une o cômico e o indigerível para se colocar contra o materialismo e a ganância.

Fresh, dirigido por Mimi Cave

'Fresh' aborda as aflições da mulher moderna diante dos relacionamentos (Foto: Divulgação/Searchlight) — Foto: Marie Claire
'Fresh' aborda as aflições da mulher moderna diante dos relacionamentos (Foto: Divulgação/Searchlight) — Foto: Marie Claire

Primeiro longa-metragem de Cave, ‘Fresh’ explora as ansiedades da mulher moderna na era dos relacionamentos digitais e reflete sobre o burnout afetivo e o medo de se relacionar com alguém desconhecido. O filme acompanha Noa (Daisy Edgar Jones), uma mulher cansada de encontros frustrados e de usar aplicativos de relacionamentos. Em uma ida ao mercado, ela conhece o misterioso Steve (Sebastian Stan), que é livre das redes sociais e se mostra interessado nela. Ao aceitar viajar para a casa de campo dele, Noa passa a perceber que pode ter caído em uma armadilha.

O Animal Cordial, dirigido por Gabriela Amaral Almeida

Murilo Benício e Luciana Paes em 'O Animal Cordial' (Foto: Divulgação/RT Features) — Foto: Marie Claire
Murilo Benício e Luciana Paes em 'O Animal Cordial' (Foto: Divulgação/RT Features) — Foto: Marie Claire

Expoente do terror brasileiro, Almeida cria um ambiente de loucura, obsessão e (muito) sangue para criar um filme de assalto aterrorizante – tudo isso com um elenco impecável formado por nomes como Murilo Benício, Luciana Paes, Irandhir Santos, Camila Morgado e Humberto Carrão.

O longa segue Inácio (Benício), o dono de um restaurante de classe média que é extremamente obcecado com sua reputação. Isso faz com que pressão, gritos e brigas com os funcionários sejam comuns. Quando o local é invadido por dois homens, ele coloca para fora os seus instintos mais profundos e macabros para manter a imagem do estabelecimento.

Titane, dirigido por Julia Ducournau

Por 'Titane', Julia Ducournau venceu a Palma de Ouro em Cannes (Foto: Divulgação/MUBI) — Foto: Marie Claire
Por 'Titane', Julia Ducournau venceu a Palma de Ouro em Cannes (Foto: Divulgação/MUBI) — Foto: Marie Claire

A diretora francesa venceu a Palma de Ouro da 74ª edição do festival de Cannes com o filme, que é um prato cheio para quem gosta de histórias bizarras, body horror e violência gráfica. Seu segundo longa (seguido do cultuado ‘Raw’) se inspira na obra peculiar do diretor David Cronenberg ao retratar a vida de Alexia (Agathe Rousselle), uma stripper que, na infância, sofre um acidente de carro e precisa colocar uma placa de metal na cabeça. Na vida adulta, ela desenvolve um fetiche sexual por carros. Depois de cometer uma série de crimes, ela acaba roubando a identidade de um jovem desaparecido para viver uma vida que não lhe pertence.

A Trilogia Rua do Medo, dirigido por Leigh Janiak

Trilogia A Rua do Medo entretem ao misturar slasher e histórias de bruxa (Foto: Divulgação/Netflix) — Foto: Marie Claire
Trilogia A Rua do Medo entretem ao misturar slasher e histórias de bruxa (Foto: Divulgação/Netflix) — Foto: Marie Claire

Ideal para quem gosta de filmes de terror adolescente, a trilogia de filmes une diversas referências consagradas do terror (desde o slasher de ‘Sexta-Feira 13’ até o enredo de bruxaria de ‘A Bruxa’) e apresenta uma história que junta diversos marcos temporais. Os filmes são divididos pelos anos 1994, 1976 e 1666.

O enredo do primeiro longa (1994) acompanha Deena (Liana Madeira), uma garota que vive em uma cidade dita amaldiçoada por uma bruxa chamada Sarah Fier. Sua ex-namorada, Samantha (Olivia Scott Welch), sofre um acidente. As duas e seus amigos começam a ser perseguidos por espíritos macabros para coletar a alma de Sam. Em meio a perseguições e alívios cômicos que equilibram bem o tom do filme, o grupo começa a entender que é preciso muito mais do que eliminar os monstros para saciar o desejo de vingança da bruxa.

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