O dólar e os juros futuros foram às máximas da sessão, no momento em que o mercado continua a embutir prêmios de risco nos ativos domésticos, em sinais renovados de desconfiança dos agentes com a política econômica. O movimento se intensificou no fim da manhã, em meio ao leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, que não efetuou a colocação integral dos papéis no mercado, ao mesmo tempo em que os agentes se mostraram atentos a declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As declarações sobre o câmbio, ao afirmar que o BC não faz intervenções no mercado visando nível para o dólar, pressionaram os ativos, em um “teste” do mercado à autoridade monetária.
Ddurante entrevista coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, Campos Neto disse acreditar no princípio de separação em relação ao câmbio. “Como a gente trata o câmbio como flutuante no nosso princípio de separação, a gente entende que as atuações têm que ser causadas por alguma disfuncionalidade no mercado de câmbio”.
O presidente do BC disse que entender que o câmbio apresentou desvalorização, “que está em linha com algumas outras variáveis que também simbolizam o preço de risco Brasil”.
Campos Neto ressaltou que o objetivo do BC é que o câmbio flutuante sirva como fator que absorva os choques.
Ele ainda comentou sobre decreto da meta de inflação contínua e disse que a mensagem principal do decreto é de que não significa uma mudança na forma como "a gente enxerga a política monetária, não significa nem maior nem menor suavização.
O governo publicou nesta quarta-feira (26) o decreto sobre a meta contínua de inflação, que entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2025. Segundo o decreto, será considerado que a meta foi descumprida quando a inflação acumulada em 12 meses ficar por seis meses consecutivos fora do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Campos Neto disse que o tema de como aprimorar as metas já vinha sendo discutido internamente no BC desde a sua chegada. “Existia um entendimento de que o ano fiscal não era a forma mais eficiente de se auferir os resultados atingidos.”
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico