Bolsas e índices

Por Isabel Filgueiras e Beatriz Pacheco, Valor Investe — São Paulo


O Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, pode até ter patinado neste primeiro semestre de 2024, com queda de 8%. Mas mundo afora há ativos que renderam até 61% no mesmo período. Apesar de não serem investimentos locais, eles estão ao alcance do brasileiro. Mas, antes de correr com sede ao pote, entenda quais são essas aplicações e seus riscos.

Na liderança, aparece ele, o bitcoin. A criptomoeda mais negociada do mundo pode até ter registrado perdas de 4,75% em junho. Mas e daí? Este tropeço está longe de ofuscar o brilho da alta de 61,56% do ativo nesses primeiros seis meses de 2024.

O ano já começou com um forte impulso para o mercado de criptomoedas. Logo em janeiro, o ETF de Bitcoin foi aprovado, pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês). ETFs são fundos de índice negociados em bolsa. Depois foi a vez do ETF de outro criptoativo ser aprovado, o Ethereum. A medida foi o pontapé de recuperação do ativo.

Desde então, as negociações têm se mantido aquecidas e, embora a volatilidade seja alta, a balança vem pesando fortemente para o lado positivo. Após bater o recorde em março deste ano, quando alcançou a faixa entre os US$ 73 mil e US$ 75 mil, o bitcoin fechou o semestre na casa dos US$ 60 mil.

Os ganhos rápidos empolgam. No entanto, o investidor precisa saber que, da mesma forma que tiveram uma valorização exponencial, os criptoativos já tiveram momentos de profunda queda. Eles são considerados altamente arriscados.

Não faz muito tempo, tivemos o "inverno cripto" (entenda aqui). Os investimentos em bitcoin podem ser feito comprando frações da moeda ou por meio de fundos e ETFs.

Segurança

O segundo lugar do ranking é, de certo modo, o oposto do bitcoin. O ouro disparou com ganhos de 28,4% nos últimos seis meses. Ele é considerado um ativo de "segurança", assim como o dólar. É para eles que o mercado corre quando há incertezas pelo caminho. O metal é considerado um protetor de carteria, porque quando todo o resto cai ele costuma subir. Esse contrabalanço é importante para manter portfólios estabilizados. Assim como o ouro, o dólar também aparece entre os ativos que mais subiram de janeiro a junho, com alta de 13,5%.

No mês de junho, ouro e dólar foram os ativos que mais se valorizaram. Ambos com ganhos em torno de 5% no período.

A corrida por ouro e dólar, as duas principais reservas de valor no mundo, revela a aversão a risco do mercado meio a uma luta travada entre o controle da inflação pelos bancos centrais, que eleva os juros, e os efeitos do aperto monetário nas economias.

Mercado acionário

No terceiro lugar, vem o índice da tecnologia. Favorecido pelo bom desempenho de ações do setor e, sobretudo da estrela do ano, a Nvidia, o Nasdaq mais uma vez aparece entre os melhores retornos. No primeiro semestre, com o alvoroço em torno da Inteligência Artificial (IA), ele disparou 18%. Mesmo diante de juros historicamente altos, o mercado de ações, pelo menos nos Estados Unidos, ainda se mostra atrativo. A Nvidia, sediada na Califórnia, acumula ganhos de quase 150% no ano.

Também exposto à ação da empresa californiana de IA, o índice S&P500 acumulou um desempenho de 16% no ano. O Dow Jones, cuja carteira é mais exposta a empresas de telecomunicações e bens de consumo, não acompanhou seus pares. Ainda assim, registra saldo positivo de 12,8% no semestre.

Se os índices acionários nos Estados Unidos já estão no azul com os juros altos, o que dizer de quando finalmente os cortes de juros chegarem por lá? A expectativa é de que ainda este ano haja uma redução das taxas que variam de 5,25% a 5,50%, um patamar historicamente alto para o país.

Por outro lado, enquanto não ocorre o afrouxamento monetário, contudo, a economia poderá sofrer, e se as empresas tiverem mau desempenho, isso poderá afetar negativamente as bolsas.

A renda variável local, contudo, anda em direção bem diferente. O Ibovespa, que reúne as maiores e mais negociadas empresas da bolsa, recuou mais de 7%, fechando abaixo dos 124 mil pontos e longe do seu pico de 134 mil visto no ano passado. Em junho, contudo, a carteira teórica alcançou seu segundo mês no azul, com avanço de 1,7%

Pior que isso, só o Ishares MSCI Brazil ETF (EWZ), principal fundo de índice (ETF) do mercado brasileiro em Nova York, que acompanha uma cesta composta pela ações das 49 maiores empresas na B3. Negociada em dólar, a cota do EWZ acumulou perdas de 20% no semestre, situação que foi agravada pela desvalorização do real ante o dólar.

Dos índices locais, ficaram atrás do Ibovespa no semestre:

  • o Índice Small Cap (SMLLB3), indicador do desempenho médio das cotações de papéis das empresas de menor capitalização na bolsa, que caiu quase 14% no semestre; em junho, o desempenho foi de alta de 0,78%;
  • o Índice Imobiliário (IMOBB3), que mede o desempenho das ações do setor de imóveis e contrução listadas na B3 e recuou 15,4% no ano; mas avançou 2,77% em junho;
  • o Índice de Consumo (ICON3), que reúne papéis de empresas ligadas ao consumo teve perdas de 12,7% em 2024, mas passou por alta de 2,23% no último mês;
  • o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEB3), que acompanha uma carteira de ações das empresas que atendem critérios de sustentabilidade, com perda de 9,1% no semestre, mas alta de 2,3% no mês.
  • o índice de ações Valor-Coppead Performance (BrIAIP20), que cedeu 8,85% no semestre, mas subiu 4% em junho.

Aplauso — Foto: Getty Images
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