O governo publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de hoje o decreto que estabelece que o novo sistema de meta contínua de inflação entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025.
O valor da meta e o intervalo de tolerância serão definidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a partir de proposta do ministro da Fazenda. Conforme mostrou o Valor, será fixado o percentual de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. A reunião acontecerá hoje.
Ainda de acordo com o decreto, a partir do ano que vem, será considerado que a meta foi descumprida quando a inflação, medida pela variação acumulada em doze meses, ficar por seis meses consecutivos fora do intervalo de tolerância. A informação foi antecipada pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
Em caso de descumprimento, o Banco Central divulgará publicamente as razões por meio de nota no "Relatório de Política Monetária" e em carta aberta ao Ministro Fazenda. A carta deverá informar as causas do descumprimento, as medidas necessárias ao retorno da inflação aos limites e o prazo esperado para que as medidas surtam efeito.
O decreto também prevê que o BC deverá divulgar nova nota e carta caso a inflação não retorne ao intervalo de tolerância estipulado ou caso a autoridade monetária considere necessário atualizar as medidas ou o prazo esperado para o retorno.
A meta e o intervalo de tolerância poderão ser alterados pelo CMN, também mediante proposta do ministro da Fazenda, observada a antecedência mínima de 36 meses para o início de sua aplicação.
Ainda de acordo com o decreto, o CMN poderá estabelecer mecanismos adicionais de prestação de contas pelo BC sobre a condução da política monetária na nova sistemática de meta para a inflação.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico