Uma substância pode ser aliada das mulheres no combate a sintomas da TPM (tensão pré-menstrual) e da menopausa. Trata-se do óleo de prímula, extraído das sementes de uma planta chamada oenothera biennis. O óleo é rico em ácidos graxos ômega-6, considerado uma gordura “do bem”.
É importante frisar que, apesar dos indícios sobre o impacto positivo do consumo da prímula, a ciência ainda não demonstrou a eficácia do suplemento. “Existem vários estudos sobre as ações da prímula. Mas ainda não há, cientificamente, comprovação efetiva sobre seus benefícios”, afirma o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia). Por isso, o uso do suplemento é considerado um tratamento alternativo.
O óleo de prímula costuma ser consumido em cápsulas, após refeições que tenham algum teor de gordura, para ser melhor absorvido. Ribas Filho alerta, porém, que nenhum medicamento, mesmo fitoterápico, deve ser utilizado sem prescrição e acompanhamento médico.
Por que a prímula pode aliviar os sintomas da TPM
Muitas mulheres experimentam irritabilidade, dor de cabeça, inchaços abdominais e ganho de peso durante a TPM. As propriedades anti-inflamatórias do óleo de prímula têm sido associadas ao alívio desses sintomas.
De acordo com o nutrólogo, o ácido gama linolênico presente do suplemento age no organismo aliviando as cólicas menstruais, as dores nas mamas e a retenção hídrica, típicas deste período.
“O que sabemos até agora é baseado no princípio de que a ingestão de alimentos ricos em ácido gama-linolênico auxilia na regulação do metabolismo das prostaglandinas, que são substâncias inflamatórias. Por isso, o óleo de prímula atenua os desconfortos da tensão pré menstrual”, diz Carla Freire, nutricionista da clínica Fabiana Seidl, no Rio de Janeiro.
Melhora nos sintomas da menopausa
O óleo prímula também é conhecido como um aliado das mulheres na menopausa. Seu consumo supostamente auxilia na redução dos fogachos, além de aliviar a ansiedade, o estresse e a irritabilidade que podem estar presentes nessa fase da vida.
“Os sintomas inerentes à TPM ou à menopausa não devem ser minimizados com automedicação, mesmo de um fitoterápico. Daí a importância de checar e diagnosticar os sintomas e o quadro clínico, para a indicação de uma conduta adequada”, diz Durval Ribas Filho.
Auxílio no tratamento de artrite reumatoide
Por conter ácidos graxos antioxidantes e antiagregantes plaquetários, o óleo de prímula é associado ao tratamento alternativo de doenças sistêmicas marcadas por inflamação crônica, como a artrite reumatóide.
Os benefícios estão associados principalmente no combate à dor causada pela doença. “Acredita-se que o ácido gama linolênico ajude a manter a estrutura e a função celular das articulações e, por isso, pode auxiliar a regular as respostas anti-inflamatórias no organismo. Mas, novamente, faltam evidências científicas consistentes nesse sentido”, diz o médico.
Contraindicações da prímula
O óleo de prímula não é tóxico para os humanos, pois os ácidos encontrados nele fazem parte da nossa dieta alimentar. No entanto, segundo Carla Freire, podem ocorrer efeitos colaterais relacionados principalmente à ingestão de quantidades maiores do que as recomendadas, sendo comuns, nesses casos, dor de cabeça, náuseas e vômitos.
“O seu consumo é contra indicado para pessoas que usam anticoagulantes, diabéticos, gestantes, lactantes, indivíduos alérgicos a plantas do gênero e aqueles que têm problemas de coagulação ou apresentam condições pulmonares”, afirma a nutricionista. “Não é por ser uma planta que seu uso pode ser indiscriminado e feito por qualquer pessoa.”