Olimpíadas: a história do primeiro sutiã esportivo e as relíquias que estão em exposição em Paris

"Match" é a ocasião ideal para descobrir tudo o que está por trás de um recorde, um sucesso ou até mesmo um fracasso clamoroso. Para ganhar medalhas, para ser o mais rápido, o melhor de todos, não basta apenas muito treino, força de vontade e disciplina, também são necessários equipamentos de ponta. Para ajudar os atletas a superarem seus próprios limites, os projetistas trabalham todos os dias para melhorar a competição. É precisamente esse vínculo, que une o esporte ao design, que é explorado na exposição curada pelo grande designer alemão Konstantin Grcic.

Sua mensagem é: cuidado em pensar que o design é apenas a aparência de um tênis ou a silhueta de uma raquete de tênis de última geração, é muito, muito mais. Seu papel, de fato, vai além da forma e aparência. Investiga temas como aerodinâmica, composição dos materiais, resistência, ecologia e até arquitetura, e envolve setores que vão do automobilístico ao prêt-à-porter.

A tecnologia em um contexto semelhante desempenha um papel essencial. Está praticamente em toda parte e opera para melhorar as capacidades humanas e compensar o que são considerados limites e deficiências. Em resumo, a exposição parisiense voa alto. Mas, em vez de se aprofundar nos meandros complexos que combinam competição e estilo, opta por uma abordagem narrativa mais fluida, colocando em paralelo temas diversos, sem distinções claras.

A exposição de Grcic tem uma cenografia inspirada claramente no mundo do esporte, a fim de criar uma experiência dinâmica e imersiva. A visita é como uma viagem no tempo. Começa no passado, com a imagem clássica do atleta "Discóbolo", e voa até o futuro próximo. O primeiro capítulo é dedicado às inovações de ontem e coloca em paralelo tanto os feitos dos grandes campeões quanto os dos designers que estudaram dia e noite para melhorar os instrumentos do ofício. Depois, passa-se à evolução dos dias atuais.

Entre as várias salas, descobrimos uma infinita gama de roupas e equipamentos, como raquetes, bolas e dispositivos de proteção. Não perca a réplica do lendário JogBra® (combinação das palavras "jog" de jogging e "bra" sutiã, em inglês), o primeiro protótipo de sutiã esportivo, projetado em 1977 por Lisa Lindahl, Polly Smith e Hinda Miller. Também estão expostos vários objetos essenciais para a prática do esporte. Desde câmeras a sistemas de arbitragem, de estádios a máquinas para treinamento e monitoramento da saúde. Entre os itens imperdíveis estão a bandeira da Refugee Nation, Yara Said, 2016, o robô humanoide Atlas, Boston Dynamics, 2018, a bicicleta de bambu Gravel Lugged Frame Build Kit, Bamboo Bicycle Club, 2012, os modelos de trajes técnicos Speedo LZR Racer realizados por Speedo e Mectex em colaboração com a NASA, 2008.

Cada componente individual é investigado, estudado e analisado. Mas, como dito no Museu de Luxemburgo, não se fala apenas do passado, mas se olha além. O esporte e a tecnologia continuarão a evoluir para garantir aos atletas as melhores condições de sucesso. E ao público, o melhor espetáculo possível. Os desafios de amanhã? Aqueles relacionados às questões ambientais, sustentabilidade, segurança e bem-estar dos indivíduos.

Com "Match", o Museu de Luxemburgo surpreende e inova porque junta universos aparentemente distantes: a estaticidade típica das realidades museológicas e o dinamismo da performance dentro de estádios e arenas. Provavelmente, depois de ver esta exposição, você admirará o esporte de uma maneira completamente diferente.