Luto na moda: morreu na última quarta-feira (6/9) o ex-estilista da Dior, Marc Bohan, aos 97 anos, na França. O diretor criativo liderou a marca por mais tempo que o próprio fundador, Christian Dior, e foi responsável pelas coleções mais icônicas da casa francesa durante quase 30 anos de atuação.
A notícia foi divulgada pela marca nas redes sociais nesta sexta-feira (8/9): "A Dior lamenta profundamente a morte de Marc Bohan, um grande visionário e apaixonado criador que marcou profundamente a história da moda e da nossa maison. Sua extraordinária criatividade, modernidade e liberdade vanguardista nunca deixaram de inspirar os nossos designers".
Delphine Arnault, CEO da Dior, também prestou homenagem a Bohan, ressaltando o espírito livre do estilista. "Um homem de imenso talento que marcou profundamente a nossa história e a da moda", disse.
+ Chanel, Gucci, Prada, Dior: 3 brechós online certificados para comprar bolsas de luxo
A diretora criativa das coleções femininas da marca, Maria Grazia Chiuri, declarou sua admiração: “Minha adolescência e juventude foram acompanhadas pelas criações de Marc Bohan para a Dior. Ele foi um grande inovador que conseguiu infundir em uma casa carismática como a Dior toda a vitalidade dos anos 1960, refletindo plenamente o espírito da época. E sonhando, com formas, cores e atitude, uma nova forma de vivenciar a moda e interpretar o corpo através da roupa. Quando cheguei na Dior, estudei muito seu trabalho, que inspirou muitas coleções, inclusive uma da artista feminista Niki de Saint Phalle, que era uma de suas grandes amigas.”
Marc Roger Maurice Louis Bohan nasceu em Paris em 22 de agosto de 1926. Quem o encorajou a entrar na indústria da moda foi a mãe, Genevieve, à contragosto do pai, que era banqueiro.
O estilista começou a carreira trabalhando como assistente de Robert Piguet e Edward Molyneaux. Ele desenhou a coleção de alta-costura de Madeline de Rauch e também trabalhou para duas casas de design de Nova York, Adele Simpson e Originala.
Bohan criava roupas femininas para uma clientela que incluía nomes como Sofia Loren, Elizabeth Taylor, Barbra Streisand, Bianca Jagger, Estée Lauder e Brigitte Bardot. Sua inconfundível assinatura era marcada por ternos curtos, coletes, vestidos com babados no pescoço e tecidos estampados.
“Faço roupas para mulheres reais, não para mim, nem para manequins e nem para revistas de moda”, disse ele em entrevista ao WWD no seu 25º aniversário na Dior.