Cultura

Por Paola Churchill e Priscilla Geremias, redação Marie Claire — São Paulo

Morreu neste domingo (16) Jane Birkin, aos 76 anos. A cantora, compositora, atriz e ex-modelo inglesa virou um símbolo da música e moda nos anos 1960 e, de acordo com reportagem do Le Parisien, a causa da morte não foi revelada.

Em maio deste ano, Jane cancelou uma série de shows que iria realizar naquele mês por um problema de saúde, menos de dois anos depois que sofreu um derrame. Ela deixa netos e duas filhas, Charlotte Gaionsbourg, nascida em 1971, e Lou Doillon, de 1982, a primeira, fruto do seu relacionamento com o músico Serge Gainsbourg. Ela também teve uma filha, Kate, que nasceu em 1967 e morreu em 2013.

"Sempre fui uma grande otimista e percebo que ainda preciso de um pouco de tempo para poder me apresentar nos palcos novamente", escreveu ela no comunicado divulgado em maio passado.

Jane Birkin — Foto: Reprodução
Jane Birkin — Foto: Reprodução

Legado artístico

Birkin nasceu em 14 de dezembro de 1946, em Marylebone, Londres, e começou sua carreira de atriz em 1966, com o clássico Blow Up, que falava dos bastidores da moda, e em Caleidoscópio, em ambos, do diretor italiano Michelangelo Antonioni, ela atuou em papéis secundários.

Mas, pouco depois, em 1969, ganhou os holofotes do mundo quando conheceu o cantor e compositor Serge Gainsbourg, um dos pensadores da canção francesa. Os dois atuaram juntos em Slogan, um filme de amor dirigido por Pierre Grimblat.

No mesmo ano, ela se lançou como cantora no disco Jane Birkin/Serge Gainsbourg que traz a famosa música "Je T'aime... Moi Non Plus", dueto com Serge. Polêmica na época, a canção simulava uma relação sexual, com gemidos e sussurros o que causou um escândalo internacional, sendo censurada em vários países, inclusive o Brasil, que vivia o regime militar.

Ela fez mais de 70 filmes e recebeu três indicações ao César, considerado o Oscar francês, porém nos últimos anos, tinha se dedicado totalmente a carreira musical. Ela subiu ao palco pela primeira vez aos 17 anos e, ao todo, Jane gravou 14 discos de estúdio, entre eles Di Doo Dah, de 1973, Lost Song, de 1987 e Fictions, de 2006. Em 2004, no disco Rendez-vous, ela entoou "Leãozinho", de Caetano Veloso, ao lado do artista baiano.

Mesmo tendo se separado em 1980, Serge seguia inspirando o repertório musical de Jane. Em 2017, ela lançou Birkin/Gainsbourg: Le Symphonique com os sucessos que marcaram a vida do casal em um arranjo sinfônico.

Jane Birkin e Serge Gainsbourg — Foto: Reprodução/Instagram
Jane Birkin e Serge Gainsbourg — Foto: Reprodução/Instagram

Relacionamento com Serge Gainsbourg

O destino cruzou os caminhos de Jane e Serge no set de filmagens de Slogan (1969), uma comédia romântica que trazia os dois como protagonistas. A paixão que surgiu durante as filmagens logo transbordou para a vida real, iniciando um relacionamento que seria o ponto alto de suas vidas, embora nem sempre uma história de conto de fadas.

O relacionamento do casal foi marcado por altos e baixos, brigas e reconciliações. Juntos, tiveram uma filha, Charlotte Gainsbourg, em 1971, que também seguiu carreira artística. O romance não resistiu ao peso da fama, dos vícios e da personalidade intensa de ambos, levando à separação em 1980.

Apesar do fim, a parceria artística de Jane e Serge não foi esquecida. Suas músicas continuam a ser apreciadas e reinterpretadas por artistas de várias gerações. Ambos entraram para a história como um dos casais mais emblemáticos do século XX, cujas vidas e carreiras deixaram uma marca indelével na cultura popular. Seu amor, parceria artística e escândalos desafiaram os padrões sociais da época, e sua influência continua a ressoar na música, no cinema e na moda até os dias atuais.

Jane Birkin — Foto: Reprodução
Jane Birkin — Foto: Reprodução

Ícone fashion

Além de deixar um legado no cinema e música, Jane Birkin também era um ícone fashion e seu nome foi dado a uma das bolsas mais famosas -- e cobiçadas -- do mundo, feitas pela Hèrmes. Essa homenagem surgiu em 1984, depois que atriz encontrou por acaso em um voo, de Paris para Londres, o chefe executivo da maison, Jean-Louis Dumas, em 1981.

Ela estava com sua bolsa de palha clássica, quando começou a reclamar que seus itens sempre caiam e nada cabia nela. Os dois começaram a conversar e pensar em qual seria então a bolsa perfeita. Jane chegou a desenhar o primeiro croqui em um saquinho de vômito disponível no avião.

Três anos depois, a bolsa Birkin foi lançada oficialmente e leva o título de it bag, principalmente após sua aparição em 1990 com a personagem Samatha Jones, interpretada por Kim Cattral, na série Sex and The City. Hoje em dia, além de ser um dos maiores itens de desejo de fashionistas, com lista de espera para compra, ela é considerada a bolsa mais cara do mundo. No lançamento, o valor de uma bolsa Birkin era de US$ 2 mil. Atualmente, a mais cara do mundo tem preço avaliado em cerca de R$ 2 milhões.

Ao contrário do que possam imaginar, Jane não foi uma colecionadora de Birkin. Em 2011, em entrevista a Vogue americana, ela relatou que possuía apenas quatro de suas bolsas homônimas desde seu encontro inicial com Dumas. E ela sempre sãp estilizadas com bijuterias, adesivos e miçangas. “Sempre penduro coisas nas minhas malas porque não gosto que pareçam com as de todo mundo”, disse ela na época.

Jane Birkin — Foto: Reprodução
Jane Birkin — Foto: Reprodução

"Demorei muito para ser eu mesmo"

Em entrevista ao jornal Frankfurter Rundschau, Jane falou, em abril desde ano, sobre seus primeiros sucessos como a bonequinha de Serge Gainsburg, sua emancipação tardia no cinema - e por que ela não via apenas as coisas boas em envelhecer.

Ao responder se deveria ter dito mais "eu te amo", ela entregou: "Sou muito inglesa. Em outras palavras, tenho medo de mostrar meus sentimentos de forma óbvia. As palavras 'eu te amo' estão de alguma forma associadas à vergonha para mim. É definitivamente a minha educação. Quando eu era criança na Inglaterra, me disseram para não beijar ou dar as mãos em público. Se alguém quebrasse essa regra, ficava chocada. Basicamente, eu estava com ciúmes. Porque na verdade é algo bom confessar seu amor. Arrependo-me de nunca ter dito à minha mãe e ao meu pai o quanto os amo. Mas acho que eles ainda sentiram meu carinho", disse.

Jane era filha da atriz britânica Judy Campbell e do comandante da Marinha Real David Birkin. Aos 76 anos, ela revelou a publicação como estava se sentindo ao envelhecer. "Francamente, envelhecer não traz nenhum benefício. Acordo de manhã e todo o meu corpo dói na maior parte do tempo. Muitas vezes desejo poder me levantar sem dor. Ah, eu deveria parar de reclamar! Nada é pior do que pessoas que reclamam o tempo todo."

Jane Birkin — Foto: Reprodução
Jane Birkin — Foto: Reprodução

Ela ainda relembrou sua juventudo e disse que levou muito tempo para se desapegar das expectativas dos outros e ser ela mesma. "Eu era bonita e engraçada. As emissoras de TV me viam como uma linda boneca cantando as músicas que Serge Gainsbourg escreveu. Levei anos para me libertar dessa imagem. Com quase 40 anos, cortei o cabelo, não usei maquiagem e dei meu primeiro show no Bataclan. Ao mesmo tempo, Jacques Doillon filmou Kleines Luder comigo. Ele me queria bruta e sem maquiagem na frente da câmera. Eu queria ser perfeita para ele também".

Sobre ser feminista, Jane confessou que não sabia exatamente o que esse termo significa. "As mulheres devem ganhar o mesmo que os homens? Naturalmente! Eu defendo os direitos das mulheres? Sim! Sempre defendi as mulheres que têm problemas. É importante para mim mostrar solidariedade para com eles."

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