A lista de recomendações de saúde para gestantes e pessoas que querem engravidar é imensa. Dormir bem, não fumar, não beber, seguir uma dieta equilibrada, exercitar-se… mas e com relação ao uso do Botox?
Embora existam poucas pesquisas sobre o possível impacto da toxina botulínica ao feto, o risco de malformação não pode ser descartado. Por esse motivo, a substância é contraindicada para grávidas ou quem está tentando engravidar.
A FDA, agência que regula alimentos e remédios nos Estados Unidos, estabeleceu cinco categorias de medicamentos com potencial de causar defeitos congênitos se usados durante a gravidez. As classes são divididas nas letras A, B, C, D ou X, nas quais A é a mais segura e X, a mais perigosa.
A toxina botulínica foi definida como C, que estabelece: “O risco não pode ser descartado. Não há estudos satisfatórios em mulheres grávidas, mas pesquisas em animais demonstraram risco para o feto”. De acordo com a FDA, a droga só deve ser administrada se o benefício justificar o risco.
Pesquisas com Botox em camundongos e coelhos apontaram aborto espontâneo, defeitos congênitos e baixo peso no feto. O corpo dos humanos não é como os desses animais e, talvez, o uso da substância não seja uma ameaça à formação de um bebê. No entanto, somente pesquisas científicas poderiam dar uma resposta definitiva.
Na dúvida, é melhor não usar. “A gente contraindica a aplicação de toxina botulínica tanto na gestação, quanto para aquela paciente que quer engravidar”, afirma Camille Maximiliana de Toledo Leme Maia, dermatologista do Hospital e Maternidade Pro Matre.
“Caso a pessoa tenha feito o tratamento e descobriu estar grávida um ou dois meses, eu recomendo ela prestar muita atenção principalmente quando fizer o ultrassom morfológico, para ver se teve alguma implicação na formação do feto”, diz a dermatologista. No entanto, a médica aponta que nunca deparou com nenhum caso de resultado atípico na prática clínica.
O que é botox?
Botox é o nome de marca da toxina botulínica, uma substância produzida pela bactéria Clostridium botulinum, causadora de uma doença chamada botulismo. Quando a toxina botulínica é purificada e aplicada em pequenas doses em áreas específicas, ela reduz as contrações musculares por aproximadamente 3 meses.
Seu uso se popularizou a partir de tratamentos cosméticos para amenizar rugas e linhas finas da face. Porém, a sua aplicação se expandiu para além das finalidades estéticas. Hoje, o Botox é utilizado para hiperidrose, uma condição que causa excesso de suor na axila, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.
A toxina botulínica serve de tratamento também para enxaqueca, bexiga hiperativa, bruxismo, paralisia facial e estrabismo.