Flay faz da música terapia, em 'Imperfeita': 'Dividir temas dolorosos com outras mulheres foi um alívio'

Se o sonho da cantora era ter sua voz ouvida pelo Brasil, ela conseguiu cativar ainda mais o público depois que ganhou o The Masked Singer Brasil, em que era a participante DJ Vitória-Régia.

“A experiência é encantadora. Costumamos dizer que tudo é lúdico no processo, é desafiador, não tem nada de fácil, mas é extremamente prazeroso. Podemos viver uma nova vida dentro daqueles personagens. Vencer foi a consagração de toda a dedicação que coloquei em cada detalhe. Quando uma oportunidade assim me aparece, eu abraço com unhas e dentes e faço valer”, acrescenta.

Flay acredita que foi muito subestimada em sua edição do BBB e sente que teve que provar seu valor para chegar aonde chegou. “O fato de ser uma mulher paraibana, pobre, de origem humilde, mãe solo, uma mulher de personalidade e opinião, fez com quem uma boa parte das pessoas não desse nada por mim. Lidar com tudo isso foi uma novidade, pois, na minha região, eu era bem respeitada pelo meu trabalho”, acrescenta.

E essas cobranças fizeram com que Flay quisesse ser perfeita. Uma das medidas tomadas foi implantar o “chip da beleza”. A ex-BBB, que afirmou ter recorrido ao recurso por pressão estética para emagrecer e ganhar massa magra, já havia dito a Marie Claire que se arrependia profundamente.

Flay conta que nunca teve espinhas no rosto até implantar o chip. Além disso, outros efeitos indesejado foram o ganho de 10 kg e a queda de cabelo. “Vinha essa promessa de emagrecimento, de ganho de massa, de melhora da pele, melhora da celulite. Minha pele foi minha maior tristeza. Meu rosto começou a encher completamente de espinha. Meu corpo foi inchando muito”, afirmou recentemente em entrevista ao Fantástico.

Desse momento difícil surgiu então a ideia de seu mais recente álbum, intitulado “Imperfeita”, que marca a aventura de Flay pelo pop. “O disco fala de imperfeições em todas as esferas. E, de certa forma, eu vivi uma busca pela perfeição em meio a traumas de rejeições. Mas, principalmente, mostra a importância de ser paciente e amar o processo para chegar ao topo”, diz ela.

Flay compôs, produziu e dirigiu o projeto, incluindo o clipe que saiu nesta sexta-feira (5). A cantora explica que esse projeto foi a forma de se libertar e serviu como terapia.

“Poder abrir assuntos até então secretos e dolorosos meus com outras mulheres que passaram e passam pelo mesmo foi um enorme alívio. Essa identificação entre nós faz bem a todas, nos faz sentir pertencentes e acolhidas, humanas, e entender que o nosso momento tem a hora certa para chegar. Basta ter objetivos na vida, paciência e dose reforçada de amor-próprio”, finaliza.