Beleza
Por , de São Paulo


Pabllo Vittar — Foto: Gabriel Renné
Pabllo Vittar — Foto: Gabriel Renné

Pabllo é uma das pessoas mais desejadas do país. Em volume e diversidade. Consciente e cuidadosa com seu lugar de representação, pontua, na entrevista a seguir, como andam seus relacionamentos misturando humor, emoção – e uma boa "dose de verdades".

De criança afeminadíssima – segundo sua própria definição –, muito diferente da média a uma das maiores sex symbols do país, o caminho longo. Por aqui, a artista reflete sobre a dificuldade que tem de confiar em novos parceiros e lembra: “Não tenho um relacionamento amoroso há mais de oito anos. Me distanciei das redes sociais porque comecei a me comparar com os relacionamentos das outras pessoas”.

Marie Claire - Para alguém que sempre foi uma pessoa bonita, como é sua história com a sua própria beleza?

Pabllo Vittar - Você tocou um ponto forte da minha terapia. Eu nunca vi beleza em mim quando era criança. Na minha cabeça eu achava que sabia o que era bonito, o que a televisão mostrava, quem era digno de beleza, quem não era. Quando eu cheguei nos meus 15 anos é que eu comecei a ter meus namoricos, dei meu primeiro beijo – tardia, né? Ou seja, a pessoa que dá o primeiro beijo com 15 anos não deve se achar bonita… Era uma criança afeminadíssima, muito diferente da média. Sempre tive esses traços, boquinha, rostinho. Era sempre alvo de bullying, chacota, tudo. Isso fez de mim uma pessoa muito insegura. Mas sempre tive meu autocuidado, gostava de andar com meu cabelo penteadinho, queria usar os cremes da minha mãe. Tinha uma máscara de pepino que secava e descascava no rosto. Minha mãe falava que se eu fizesse tudo certinho, estudar, não deixar bagunça, ela me dava o creme. Todos os meses ela pedia esse creme junto com os produtos dela. E foi aí que eu comecei a ter noção de que eu poderia me cuidar. Só quando entrei no ensino médio que comecei a me achar bonita, ver meu corpo mudando, os meninos me olhando já com outro olhar. Aquele olhar de tipo “Nossa, Pabllo é bonito e tal”. Quando eu comecei a ser paquerado é que eu fui me empoderando.

Pabllo Vittar: " Com paquera, crush, nunca me dei bem. Eu nunca fui convidado para jantar" — Foto: Gabriel Renné
Pabllo Vittar: " Com paquera, crush, nunca me dei bem. Eu nunca fui convidado para jantar" — Foto: Gabriel Renné

MC E quem te paquerava nessa época?

PV Você acredita que os meninos que me faziam bullying eram os mesmos meninos que queriam ficar comigo? Escondido, amor! Isso acontece até hoje, né? Vamos ser sinceros. Mas eu sempre ficava no lugar do humor, da pessoa engraçada. Ou eu chorava o tempo todo ou eu fazia os outros rirem das minhas palhaçadas. Se eles dissessem: ‘ah, lá vai o viado´eu já respondia ´sou viado mesmo’. Teve um dia que eu cheguei bem cabisbaixo em casa. O pessoal tava todo falando de um feriado no colégio, não sei se era dia dos namorados, mas tinha uma coisa de escrever um negocinho e entregar para alguém da sala. Era uma coisa mais de afeto do que de namoro, mas eu não recebi nenhum… [fica com os olhos cheios de lágrimas e voz embargada].Gente, que louca, eu vou chorar! Mas por outro lado, foi quando eu comecei a me perceber melhor, de trazer essa autoestima de dentro para fora, porque realmente não me achava uma pessoa bonita, merecedora de afeto. Por isso acho que eu sempre fui muito focada em cantar, para me desviar de tudo isso. Só queria ser associada ao canto, à dança, queria fazer o que eu sabia fazer bem. Porque com paquera, crush, nunca me dei bem. Eu nunca fui convidado para jantar. Eu vivia tudo isso através das minhas amigas que contavam que iam sair com algum menino, a gente planejava tudo e eu ficava me sentindo como se fosse elas, sabe? Hoje elas me falam: ‘Pablo, olha quem você se tornou, mulher! Eu quero ser bonita igual a você’. O jogo virou, né?

MC E isso reverteu a sua relação com sua auto-estima?

PV É um processo... Porque se por um lado eu tenho os fãs, a admiração das pessoas pelo meu trabalho, quando eu chego em casa ainda sou uma pessoa muito solitária. Não tenho um relacionamento amoroso há mais de oito anos. Eu estou solteira há mais de oito anos, amiga! É difícil, porque sempre tem gente me procurando. Mas eu desconfio de todo mundo. É uma coisa muito doida da fama, trabalho isso muito na terapia, um beijo doutor Jean! Maravilhoso, ele é incrível. Eu me vejo muito nele, ele se vê muito em mim. Então a gente tem uma troca bem legal e eu tenho trabalhado muito isso com ele. Tipo: quando eu vou ter isso, uma história, um relacionamento, sabe? Isso também me fez me distanciar das redes sociais porque eu comecei a me comparar com as pessoas. Ah, fulana vai casar. Fulano de férias com o marido. As minhas amigas: ‘ai tô noiva’. E eu só penso: ‘legal, legal’...

MC Mas você não se apaixona nunca?

PV Muitas vezes, mãezinha! Não tem como. Às vezes, mais de uma vez na semana. Só que ao mesmo tempo que eu quero muito ter alguém para dividir, eu fico com medo porque eu já passei por situações que eu não quero passar de novo. Aí eu penso que eu queria ser só mais um na multidão, que as pessoas não me pegassem como Pabllo Vittar, mas como Phabullo Rodrigues da Silva, que é uma pessoa muito legal e tal. Mas eu sinto falta de um romance, de um carinho. Sou uma pessoa muito dengosa, eu necessito disso. Então eu até converso com os meus fãs que tipo, porra, se não fossem eles e o carinho da minha família, não ia ter carinho nenhum. Eu não enxergo com sinceridade o amor que os caras vem trazer para mim. Em algum momento eles vão querer alguma coisa, quer ver?

Pabllo Vittar durante a tour Batidão Tropical — Foto: Gabriel Renné
Pabllo Vittar durante a tour Batidão Tropical — Foto: Gabriel Renné

MC Você lançou seu sexto álbum, quanta coisa em 10 anos de carreira. De tudo isso, qual é o trabalho que toca o seu coração, independentemente do sucesso?

PV Meu xodó é uma música que não está em nenhum álbum, na verdade é de um projeto. É do 111 Deluxe e é uma música que eu escrevi no meio da pandemia, quando eu estava muito apaixonada, mas assim… eu estava triste de apaixonada. Se chama “ Eu Vou”, escrevi no meio da pandemia e vai estar na minha turnê de Batidão Tropical 2, é um forrozinho muito gostoso, onde eu escrevo uma carta aberta para um cara – que eu não vou citar aqui o nome – mas se você ouvir, é uma carta em que eu falo para ele que eu amo ele, mas que eu tenho que me priorizar agora. Foi bem o que eu passei mesmo.

MC E você ainda o ama?

PV Eu gosto. Amar é uma palavra muito forte. E ele sabe que é para ele. Eu falei! Não segurei minha língua, eu tive que falar. Porque ele tem que ouvir. Querido, vai lá dar o play!

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