Espaço

Por Camilla Almeida, com edição de Luiza Monteiro

Nesta segunda-feira (15), a Nasa realizou uma teleconferência sobre o programa Mars Sample Return, feito em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA), que tem como objetivo trazer as primeiras amostras de material de Marte à Terra.

A coletiva é uma resposta às 20 conclusões e 59 recomendações feitas por pesquisadores de diferentes instituições acadêmicas, que integram um Conselho de Revisão Independente (IRB, na sigla em inglês), formado em maio de 2023 para apontar possíveis melhorias no plano. Entre as conclusões do conselho estava que a missão só poderia ser lançada em 2040 — a previsão inicial era começar a empreitada já em 2027.

Mas, segundo a Nasa comunicou nesta segunda, não é possível esperar tanto tempo. “Resumindo, o ambiente orçamentário atual não nos permite buscar uma infraestrutura de US$ 11 bilhões, e 2040 é muito tempo para obter essas amostras”, explicou na coletiva Bill Nelson, administrador da Nasa, comentando sobre as modificações a serem feitas antes de dar prosseguimento aos trabalhos do programa.

Publicado em setembro de 2023, o relatório feito pelo IRB apontou inconsistências orçamentárias e metas irrealistas para a missão — que começou em 2021 com a aterrissagem do rover planetário Perseverance, que coleta amostras de solo do Planeta Vermelho. As negativas lançaram um clima de pessimismo sobre o programa, que acabou dando início a uma onda de demissões no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), que lidera a missão.

A fim de dar novas esperanças ao Mars Sample Return, a Nasa irá buscar parcerias que busquem não inovações, mas melhorias para as infraestruturas já existentes. Esse aperfeiçoamento das ferramentas atuais busca "reduzir a complexidade, melhorar a resiliência e a postura de risco, e também fortalecer responsabilidade e coordenação", disse Nicky Fox, administradora da Diretoria de Missões Científicas da Nasa.

Com relação a um novo orçamento, os cientistas buscam alternativas para encaixar o programa na faixa estipulada pelo conselho, que vai de US$ 5,3 bilhões a US$ 6,9 bilhões.

A importância dessas missões de envio de amostras de Marte para a Terra ficam evidentes em pesquisas sobre o Sistema Solar. Os sedimentos da superfície marciana podem revelar informações essenciais não só sobre a formação e evolução desse planeta, mas também para preparar futuros astronautas e ajudar na busca da Nasa por sinais de vida no território marciano.

Ainda não se sabe ao certo o futuro dos lançamentos da missão, que estavam previstos para 2027 e 2028 e que consistiam no orbitador de recuperação de amostras e no módulo de pouso, respectivamente. Contudo, a ESA e a comunidade da Nasa solicitarão propostas de arquitetura da indústria capazes de trazer de volta amostras até a década de 2030.

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