Espaço

Por Redação Galileu

Na próxima segunda-feira (8), um eclipse solar total poderá ser visto em algumas áreas da América do Norte. No mesmo dia, a Nasa irá lançar três foguetes de sondagem com o objetivo de entender como a atmosfera superior da Terra – chamada de ionosfera – é afetada quando uma parte do planeta momentaneamente fica sem a luz solar.

Chamados de Atmospheric Perturbations around Eclipse Path (APEP), eles são sondas utilizadas para estudar a ionosfera durante essas ocasiões – como no eclipse solar anular de outubro de 2023. Eles serão lançados da Wallops Flight Facility da Nasa no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, durante diferentes momentos do fenômeno: 45 minutos antes e durante; e 45 minutos depois de seu pico.

Essa distribuição das partidas são cruciais para a coleta de informações sobre sobre os diferentes efeitos do repentino desaparecimento do Sol, que podem gerar até ruídos na comunicação na Terra.

Os três foguetes de sondagem APEP e a equipe de suporte após sua montagem — Foto: Nasa/Berit Bland
Os três foguetes de sondagem APEP e a equipe de suporte após sua montagem — Foto: Nasa/Berit Bland

A ionosfera é a última camada da atmosfera e recebe esse nome por estar localizada mais perto do Sol – que induz um processo de ionização nessa faixa, o que justifica seu nome. Ela é essencial para a transmissão por rádio e a comunicação via satélite, já que impede que essas ondas se percam no espaço, refletindo-as para a superfície terrestre.

Por ser uma região eletrificada, as condições meteorológicas terrestres e o clima espacial podem afetá-la, a tornando uma região desafiadora de se prever em um momento específico – como em um eclipse solar, por exemplo. Porém, o conhecimento do horário e da data de acontecimento do fenômeno pode garantir uma oportunidade única de obter informações sobre como essas mudanças momentâneas afetam a ionosfera.

Um eclipse solar é responsável por gerar uma espécie de pôr do sol repentino, que desencadeia ondas atmosféricas em grande escala. A observação dessas perturbações, que afetam as frequências de comunicação global, auxiliará os cientistas a realizar melhorias nos modelos atuais que ajudam a prever possíveis essas possíveis interrupções.

Os foguetes não serão os únicos instrumentos lançados a fim de monitorar o eclipse. Balões de alta altitude, radares terrestres e outros meios de medição serão utilizados por pesquisadores estadunidenses para obter dados e compor uma visão mais ampla da dinâmica ionosférica – dado que o próximo eclipse solar total sobre os Estados Unidos só ocorrerá em 2044.

Durante o eclipse solar parcial de 2023, os cientistas conseguiram registrarar uma notável diminuição da densidade das partículas eletrizadas da ionosfera à medida que a sombra atravessava a atmosfera. “Vimos as perturbações capazes de afetar as comunicações de rádio no segundo e terceiro foguetes, mas não durante o primeiro foguete, que ocorreu antes do pico do eclipse local”, diz Aroh Barjatya, líder da missão, em comunicado. “Estamos muito entusiasmados por relançá-los durante o eclipse total, para ver se as perturbações começam na mesma altitude e se a sua magnitude e escala permanecem as mesmas.”

Será possível conferir os lançamentos dos APEP ao vivo por uma transmissão no canal NASA Wallops, no YouTube, a partir das 15h30 do horário de Brasília.

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