Espaço

Por Redação Galileu

Um buraco negro estelar de massa 33 vezes maior do que o Sol é o mais massivo já observado até o momento na Via Láctea. Detectada através de dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), a descoberta foi publicada nesta terça-feira (16) no periódico Astronomy & Astrophysics.

A 2 mil anos-luz da Terra, na constelação Aquila, o buraco negro Gaia BH3, ou BH3, é o segundo mais próximo conhecido. "Ninguém esperava encontrar um buraco negro de alta massa nas proximidades, não detectado até agora", disse Pasquale Panuzzo, membro da colaboração Gaia e astrônomo do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) do Observatório de Paris, na França, em comunicado.

A título de comparação, o Cygnus X-1, segundo buraco mais massivo da galáxia, tem 21 vezes a massa do Sol. A nova descoberta foi feita enquanto cientistas revisavam o telescópio espacial Gaia para fazer liberação de dados e notaram uma estranha oscilação imposta à estrela companheira, que orbita o buraco.

Visão de campo amplo em torno do buraco negro BH3 — Foto: ESO/Digitized Sky Survey 2. Acknowledgement: D. De Martin.
Visão de campo amplo em torno do buraco negro BH3 — Foto: ESO/Digitized Sky Survey 2. Acknowledgement: D. De Martin.

Buracos negros igualmente massivos já foram encontrados fora da nossa galáxia. Acredita-se que eles podem se formar a partir do colapso de estrelas cuja composição química apresenta poucos elementos mais pesados do que hidrogênio e hélio (as chamadas estrelas pobres em metais).

Esse é o caso da estrela companheira do buraco negro BH3, conforme revelado por dados do Observatório Europeu do Sul (ESO). As informações são do instrumento Ultraviolet and Visual Echelle Spectrograph (UVES) do Very Large Telescope (VLT), localizado no deserto do Atacama, no Chile.

Esta ilustração compara lado a lado três buracos negros estelares na nossa galáxia: Gaia BH1, Cygnus X-1 e Gaia BH3, cujas massas são 10, 21 e 33 vezes a do Sol, respectivamente — Foto: ESO/M. Kornmesser
Esta ilustração compara lado a lado três buracos negros estelares na nossa galáxia: Gaia BH1, Cygnus X-1 e Gaia BH3, cujas massas são 10, 21 e 33 vezes a do Sol, respectivamente — Foto: ESO/M. Kornmesser

Uma vez que estrelas em pares tendem a apresentar composições semelhantes, isso indica que aquela que entrou em colapso para formar o BH3 também era pobre em metais. Até o momento, não havia evidências que relacionassem diretamente a formação de buracos negros massivos a essas estrelas.

A natureza única da descoberta levou a equipe a publicar o artigo com base em dados preliminares, uma vez que os dados completos do Gaia não têm previsão de serem divulgados antes do final de 2025. A pesquisa permite que outros astrônomos comecem a estudar o BH3 desde já e desenvolvam novas observações.

O vídeo a seguir ilustra a descoberta do buraco negro Gaia BH3, que é o mais massivo já detectado na Via Láctea:

Mais recente Próxima Nasa anuncia adiamento da missão que promete trazer amostras de Marte
Mais de Galileu

Ainda não se sabe ao certo por que a estrutura abandonada explodiu, mas a hipótese mais plausível envolve um acidente com combustível

Satélite russo explode em 180 pedaços e obriga astronautas da ISS a se esconder

Pesquisa de arqueólogos tchecos que investigou 69 ossadas indica que principais marcas apareciam nas juntas, sobretudo em partes como a cintura, mandíbulas e dedão

Escribas egípcios sofriam com lesões causadas pela má postura no trabalho

Em entrevista à GALILEU, Kamilla Souza fala sobre o trabalho de extrair cérebros de cetáceos - e como eles podem ser modelos para entender, também, o cérebro humano

Brasileira é dona da maior coleção de cérebros de golfinho da América Latina

Experiência imersiva pela famosa paisagem especial foi possível a partir da combinação de imagens dos dois telescópios espaciais mais poderosos do mundo, Hubble e James Webb

Nasa desenvolve visualização 3D dos "Pilares da Criação"; veja

Dados de 390 mil adultos, coletados ao longo de 20 anos, sugerem que a ingestão de suplementos alimentares não é sinônimo de maior longevidade, ou mesmo menor risco de doenças cardíacas e câncer

Tomar multivitamínicos todo dia não ajuda você a viver mais, diz estudo

Arqueólogos acreditam que sobrevivência de criança com a síndrome para além do período de amamentação dependeu de cuidados da comunidade neandertal em que vivia

Descoberta primeira criança neandertal com síndrome de Down

Estimativas de pesquisadores podem ter implicações nos estudos sobre a estabilidade das plataformas de gelo e no aumento do nível do mar

Geleiras da Antártida guardam duas vezes mais água do que se imaginava

Novo imposto, que passa a valer a partir de 2030, visa reduzir emissões de gases de efeito estufa na atmosfera e, ao mesmo tempo, apoiar a transição verde do país

Pum de vaca faz governo da Dinamarca propor taxa de R$ 500 por animal

Análise química de estalagmites realizada em caverna do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, demonstra que o aquecimento global tem gerado um distúrbio hidrológico na região central do país, fazendo com que parte significativa da água da chuva evapore antes mesmo de se infiltrar no terreno

Seca no Cerrado brasileiro é a pior há sete séculos, diz estudo

Naufrágio Kyrenia foi descoberto em 1965, mas, devido a problemas de conservação, não pôde ter sua idade determinada com precisão. Isso mudou com um novo estudo

Cientistas confirmam quando navio grego naufragou usando... amêndoas