Arqueologia

Por Redação Galileu

Em um local de construção para um espaço de escritórios próximo ao Viaduto Holborn, em Londres, arqueólogos escavaram a primeira cama funerária já encontrada completa na Grã-Bretanha.

Os pesquisadores descobriram também cinco caixões romanos de carvalho com 2 mil anos de idade e esqueletos, segundo o site Live Science. Os achados foram divulgados pelo Museu de Arqueologia de Londres (MOLA) no último dia 5 de fevereiro.

As escavações, realizadas pela Royal London Asset Management Property a quase seis metros abaixo do nível da rua, estão ocorrendo antes da transformação da área em instalações do escritório de advocacia global Hogan Lovells.

A cama funerária escavada é feita de carvalho de alta qualidade, tem pés esculpidos e juntas fixadas com pequenos pinos de madeira. O artefato incrivelmente raro foi possivelmente desmontado antes de ser depositado em uma sepultura, mas também pode ter sido usado para transportar um indivíduo para o sepultamento.

Reconstrução da cama funerária — Foto: MOLA
Reconstrução da cama funerária — Foto: MOLA

Segundo acreditam os especialistas do MOLA, a ideia era que a cama fosse usada na vida após a morte. ”Estelas funerárias de todo o Império Romano mostram entalhes do falecido deitado em um sofá ou cama e comendo como se estivessem vivos”, afirma um comunicado do museu.

A cama sugere que o local era um cemitério no período romano (43 a 410 d.C.). "Sabemos que os romanos enterravam seus mortos ao lado de estradas, fora dos centros urbanos. Portanto, não foi uma grande surpresa descobrir sepultamentos neste local, que durante o período romano ficaria a 170 metros a oeste das muralhas da cidade e ao lado da importante estrada romana de Watling Street”, considera Heather Knight, oficial do projeto arqueológico.

Arqueólogos escavam um dos poços medievais de madeira — Foto: MOLA
Arqueólogos escavam um dos poços medievais de madeira — Foto: MOLA

Knight conta que os níveis de preservação encontrados e a vasta gama de achados de madeira impressionaram os pesquisadores. É incomum encontrar objetos de madeira em sítios arqueológicos, mas como esse local fica às margens do rio Fleet, eles foram preservados na lama úmida.

Além da cama funerária romana, as escavações revelaram objetos pessoais como um frasco de vidro e joias de alto status com contas e âmbar. Também havia uma lâmpada decorada com a imagem de um gladiador derrotado, que os arqueólogos acreditam remontar ao início do período romano na Grã-Bretanha (48 a 80 d.C.).

Lâmpada romana, frasco de vidro e contas de um enterro de cremação descoberto em Londres — Foto: MOLA
Lâmpada romana, frasco de vidro e contas de um enterro de cremação descoberto em Londres — Foto: MOLA

As investigações sugerem ainda que havia outro cemitério no local durante o século 16, o que pode estar relacionado com a igreja vizinha de St Sepulchre. Mais tarde, em 1666, o Grande Incêndio de Londres gerou devastação na cidade, que teve de ser reconstruída: novas casas, lojas e pubs surgiram, sendo eventualmente substituídos por armazéns vitorianos.

Os arqueólogos continuam suas escavações e ainda estão avaliando as descobertas. Eles esperam descobrir novos detalhes sobre as pessoas que viveram, trabalharam e foram enterradas no local nos últimos 2 mil anos.

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