• Redação Galileu
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Os esqueletos encontrados têm as penas decepadas na altura dos joelhos (Foto:  Mola Headland Infrastructure)

Os esqueletos encontrados têm as penas decepadas na altura dos joelhos (Foto: Mola Headland Infrastructure)

Durante escavação em um sítio arqueológico no condado de Cambridgeshire (Reino Unido), os pesquisadores da associação de arqueologia inglesa Mola Headland Infrastructure se surpreenderam com aquilo que encontraram.

Próximo a uma área que sediará uma futura estrada conectando as cidades de Cambridge e Huntington, foram achados esqueletos de dois homens com ossos esmagados e com ambas as pernas decepadas a partir dos joelhos. As pernas amputadas estavam enterradas próxima aos seus braços.

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Esses dois fósseis fazem parte de uma grande lista de descobertas recentes feitas pelo grupo Mola Headland Infrastructure na região em que está sendo construída a estrada A14. Até então, os pesquisadores já acharam resquícios que abrangem mais de 6 mil anos da história da humana, especialmente do período do Império Romano – e talvez esse também seja o caso dos dois esqueletos encontrados.

De acordo com os estudiosos, ainda que não tenham sido estudados, os fósseis devem datar entre os últimos anos da era romana ou ao início do período anglo-saxão, aproximamente durante o século 5.

Os corpos estavam enterrados em um ângulo reto e formavam a letra “T”: um deles tinha seus joelhos apontados para o quadril do outro. Os ossos das pernas de ambos estavam desmembrados e posicionados próximos aos seus corpos. Ambos os crânios apresentavam sinais de danos.

Ainda não se sabe a causa de morte dos indivíduos e é difícil determinar se eles sofreram violência antes de falecerem ou se os crânios foram infligidos em uma ocasião futura. No entanto, as evidências apontam para uma situação bastante desagradável: talvez, eles não eram bem-vindos em algum lugar ou foram castigados por não seguirem regras. 

“[A amputação] foi feita para mantê-los em seus túmulos e impedir que eles fugissem? Ou eles tentaram fugir e isso foi feito como um castigo – e um aviso para que ninguém pensasse em fazer isso?” indaga a arqueóloga Kasia Gdaniec, do conselho municipal de Cambridge.

Outro corpo foi encontrado a 50 metros. Quer dizer, um torso foi achado, já que não havia nenhum sinal de pélvis ou pernas por perto. Esse fóssil, por sua vez, foi lançado em um poço romano. De acordo com os arqueólogos, com base na posição dos ossos, o tronco estava intacto quando foi jogado.

“Os romanos chegaram, as pessoas que estavam aqui foram completamente subjugadas, tudo mudou e nada mais foi o mesmo. Nós não estamos vendo sinais de comércio ou de coexistência pacífica por aqui, estamos vendo escravidão”, explica Gdaniec.

Como não foram encontrados sinais de construção ou permanências de longa duração romanas pela região, os arqueólogos acreditam que o espaço era utilizado como um acampamento temporário durante a marcha do Império Romano até a Muralha de Adriano.

Por outro lado, artefatos de cerâmica e evidências de agricultura intensiva foram descobertos pelo sítio arqueológico. Isso levantou evidências de que o espaço serviu como uma fazenda de suprimentos que funcionava a partir de trabalho escravo.

Enquanto as coisas continuam como especulação, uma análise detalhada dos ossos com datação isotópica pode revelar mais sobre como os dois indivíduos morreram.

Com informações de Science Alert.

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