• Redação Galileu
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Registro foi feito em estabelecimento comercial que provavelmente era frequentado pelos combatentes (Foto: Reprodução Parco Archeologico di Pompei)

Registro foi feito em estabelecimento comercial que provavelmente era frequentado pelos combatentes (Foto: Reprodução Parco Archeologico di Pompei)

Uma pintura que registra a cena de dois gladiadores travando um combate sangrento foi encontrada na região Regio V, do sítio arqueológico de Pompeia, na Itália. O afresco tem 1,5 metro por 1,12 metro e foi localizado no interior do que provavelmente era um estabelecimento comercial.

"É muito provável que este local tenha sido frequentado por gladiadores. Estamos em uma região não muito distante do quartel dos gladiadores de onde, entre outras coisas, vem o maior número de inscrições de grafite referentes a esta atividade", afirmou Massimo Osanna, gerente geral do Parque Arqueológico de Pompeia, em declaração à imprensa.

Na obra, é possível observar um combatente da categoria "Scutati", que segura uma espada curta conhecida como "gladium" e um escudo retangular ("scutum"), vestindo capacete de abas largas com visor e plumas. O outro homem representado é um gladiador da categoria "Parmularii". Seu escudo está jogado no chão e seu capacete é diferente do de seu rival, com uma viseira para proteger o rosto e uma crista de plumas altas.

Massimo Osanna observa o afresco. Ao lado, outro registro está sendo escavado por arqueólogos (Foto: Reprodução Parco Archeologico di Pompei)

Massimo Osanna observa o afresco. Ao lado, outro registro está sendo escavado por arqueólogos (Foto: Reprodução Parco Archeologico di Pompei)

Segundo Osanna explicou, não se tem registros de como a luta retratada terminou, mas fica claro pela imagem que o combatente à direita estava perdendo. "Nesse caso, há um gesto singular que o gladiador ferido faz com a mão, talvez, para implorar a salvação; é o gesto de ad locutia, geralmente feito para o imperador ou para o general para implorar pela graça [rendição]", disse o especialista.

Para Dario Franceschini, ministro de bens e atividades culturais da Itália, os estudos em Pompeia ressignificaram a região, antes vista como mal cuidada e problemática. 

"Hoje Pompeia é um local acolhedor, mas, acima de tudo, é um lugar onde retornamos à pesquisa, através de novas escavações. A descoberta deste afresco mostra que Pompeia é uma mina inesgotável de estudo e conhecimento para os arqueólogos de hoje e do futuro", registrou a autoridade em comunicado.