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 (Foto: Getty Images)

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Como saber se o meu filho está bem nutrido? Será que falta algum alimento em suas refeições? O que fazer quando ele faz cara feia para legumes e verduras? Essas foram algumas das dúvidas respondidas pelo pediatra Carlos Nogueira, diretor do Departamento de Nutrologia Pediátrica da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), e pela nutricionista materno-infantil Monica Assunção em uma live na última segunda-feira (23). Com o apoio de NINHO Forti + Instantâneo, o bate-papo virtual foi conduzido pela editora-chefe da Crescer Ana Paula Pontes. Confira os destaques.

Como a nutrição influencia a saúde, agora e no futuro
Para início de conversa, o pediatra Carlos Nogueira, da Abran, reforçou que não há como crescer e se desenvolver sem os nutrientes adequados. “É como se eles fossem os tijolos usados na construção”, comparou. O especialista lembrou ainda que uma boa alimentação também é fundamental para o fortalecimento da imunidade, destacando o papel de nutrientes como zinco, ômega-3 e 6, ferro e vitamina D. “Inúmeros estudos ao longo da pandemia mostraram, por exemplo, que a carência de vitamina D pode influenciar negativamente a resposta imunológica à covid-19 no organismo”, afirmou. Em resumo, o pediatra explicou que todos os grupos (cereais; hortaliças; frutas; leguminosas; carnes e ovos; leite e derivados; óleos e gorduras; açúcares e doces) que compõem a pirâmide alimentar são importantes; sendo assim, o ideal é oferecer à criança uma alimentação equilibrada.

Quando a criança não quer comer
Claro que não é tão simples quanto parece. Por volta dos 2, 3 anos de idade, quando ganham mais autonomia, é comum as crianças recusarem certos alimentos, especialmente verduras e legumes. Esse processo é chamado de neofobia alimentar, de acordo com o pediatra, e está relacionado ao nosso instinto de sobrevivência. “A nossa espécie tende a identificar o doce como seguro, o azedo como estragado e o amargo como venenoso. Mas essa fase passa à medida que o seu filho cresce e ganha segurança para fazer experimentações”, afirmou. Por isso, cabe aos pais ter paciência. “Esse momento de transição pode se tornar um estresse porque mexe com a rotina de toda a família e, em alguns casos, pode mesmo evoluir para problemas alimentares mais sérios”, alertou a nutricionista Monica Assunção. Se você estiver vivendo isso em casa, ela garante que um especialista (como pediatra, nutricionista, nutrólogo) pode ajudar a família a fazer as correções necessárias no dia a dia.

O café da manhã ideal
A editora-chefe da Crescer lembrou também a importância do café da manhã para a saúde infantil. “Se a criança não come pela manhã, há o risco de beliscar mais ao longo do dia, hábito que pode levar à obesidade”, completou a nutricionista Monica. E, por falar nisso, o que não pode faltar no café da manhã? Ela indica que a primeira refeição do dia seja composta de uma fruta, uma fonte de laticínio (queijo e derivados), cereal ou raiz (pão, tapioca, inhame, etc.).

O pediatra Nogueira chamou a atenção para o fato de que muita gente acredita que o leite pode fazer mal, mesmo para quem não apresenta alergia ou intolerância ao alimento. “Trata-se de fake news. O leite é a nossa principal fonte de cálcio, especialmente na infância e na adolescência, períodos de crescimento e formação óssea”, afirmou. Ele ressaltou que, em idade escolar, a criança precisa de duas porções de leite e derivados ao dia. Outra informação que também costuma gerar dúvidas nesse sentido, de acordo com o especialista, são os compostos lácteos. “Segundo a legislação brasileira, todo produto com o mínimo de 51% de leite já entra nessa categoria, assim como aqueles que são modificados (com o acréscimo de vitaminas, minerais e fibras, por exemplo). De fato, existem alguns produtos de má qualidade no mercado. No entanto, há outras opções que, além de trazer tudo o que o leite tem de bom, agregam micronutrientes importantes. Ou seja, não dá para generalizar”, explicou.

As vantagens das refeições em família
Todos concordaram que a quarentena trouxe um saldo alimentar positivo: estimulou as famílias a fazer as refeições juntas. Como explicou Nogueira, o momento é propício para dar o exemplo aos pequenos. “Então, não dá para enfeitar o prato e fazer um discurso dizendo que o filho precisa comer de tudo, se você não comer também. A criança vai notar que algo está errado”, disse. Ele destaca que as crianças devem fazer três refeições principais e dois lanches (um pela manhã e outro à tarde). Já os menores podem também sentir a necessidade de fazer uma pequena ceia antes de dormir, como um copo de leite.

Da mesma forma, Monica reforçou que os pais devem ter uma atitude neutra em relação à comida – sem brigas, cobranças ou chantagens na hora das refeições. Comer é um ato social, destacou, por isso ninguém gosta de sentar à mesa sozinho. Vale lembrar que os hábitos alimentares adquiridos agora serão levados por toda a vida, segundo a especialista. Então, melhor que sejam saudáveis, não é mesmo?

Alimentos fortificados podem ajudar?
Diante das inúmeras dúvidas de pais e mães que assistiram à live, os especialistas aproveitaram a oportunidade para “traduzir” a função de alguns nutrientes fundamentais para o desenvolvimento, como as fibras e as proteínas. Enquanto as fibras influenciam o bom funcionamento do intestino e a imunidade, as proteínas atuam na renovação celular, na cicatrização e na formação de ossos e músculos. “Isso sem contar que participam de diversos processos metabólicos, como o transporte de nutrientes (como o ferro) e a produção de anticorpos”, ressaltou Nogueira. 

Além disso, a nutricionista Monica lembrou mais uma vez que, quando o assunto é alimentação, todos os nutrientes importam. Segundo a especialista, embora se tenha falado muito do papel da vitamina D ao longo da pandemia, não podemos nos esquecer de outras vitaminas e minerais, como o cálcio, o zinco, o selênio e o magnésio, só para citar alguns. “O sistema imunológico é como se fosse uma engrenagem, e precisa de todos esses componentes para funcionar”, comparou. A carência desses nutrientes pode levar ao que os médicos chamam de “fome oculta”, de acordo com a nutricionista.

Os alimentos fortificados, aliás, podem ser uma boa alternativa para minimizar possíveis deficiências nutricionais. Aqui, o pediatra Nogueira lembra que a prática da fortificação é conhecida e eficiente, citando o sal iodado e os farináceos com acréscimo de ácido fólico como bons exemplos. Para saber se o seu filho está bem nutrido, os especialistas afirmam que o acompanhamento médico e nutricional é fundamental. Por meio de exames laboratoriais, o profissional vai descobrir se é necessário suplementar algum nutriente com medicamentos e orientar sobre os hábitos alimentares, além de ajudar os pais a ler os rótulos dos produtos.

Confira o bate-papo na íntegra:

https://www.facebook.com/revistacrescer/videos/738170047047532