Quais os benefícios do aleitamento materno para a mãe?

Redução do sangramento no pós-parto, diminuição dos riscos de alguns tipos de câncer... A lista vai longe! Confira


Não é nenhum segredo que a amamentação é muito benéfica para o bebê. O leite materno é o alimento mais completo que existe para os pequenos. Além de ser facilmente digerido, é rico em anticorpos, protegendo a criança de várias doenças infecciosas, como diarreia, resfriados e alergias. Mas, você sabia que o aleitamento materno também pode beneficiar as mães?

Mãe amamentando o filho em casa — Foto: Freepik

Redução do sangramento no pós-parto, diminuição dos riscos de alguns tipos de câncer... A lista vai longe! Para entender mais sobre as vantagens da amamentação para mulheres, a CRESCER conversou com profissionais da saúde, que destacaram a importância desta prática. Confira!

Diminui o sangramento no pós-parto

O hormônio ocitocina, que é liberado durante a amamentação, também é responsável pelas contrações uterinas que ajudam o útero a retornar ao seu tamanho normal mais rapidamente. "Ao amamentar e elevar o nível deste hormônio, as contrações auxiliam no controle do sangramento, prevenindo hemorragias pós-parto e ainda evitando anemias", diz Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação.

Reduz o risco de alguns tipos de câncer

Existem evidências científicas da proteção que o aleitamento materno oferece contra o câncer de mama, ovário e endométrio. "A amamentação reduz a exposição dos tecidos mamários aos hormônios ovarianos, como o estrogênio, o que pode diminuir o risco de desenvolvimento desses tipos de câncer", afirma Elisabeth Fernandes, pediatra com doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e médica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). "Lembrando que quanto maior o tempo de aleitamento, maior a proteção", acrescenta Cinthia Calsinski.

Protege contra doenças cardiovasculares e diabetes

Segundo um estudo publicado no Journal of the American Heart Association (JAHA), que analisou mais de 1 milhão de mães em todo o mundo, mulheres que amamentaram tiveram redução de 11% no risco de desenvolver problemas cardiovasculares, 14% de doenças coronarianas, 12% em acidentes vasculares cerebrais (AVC) e 17% na redução de eventos cardiovasculares fatais quando comparadas a mulheres que nunca amamentaram.

"Em relação a diabetes, acredita-se que a lactação seja capaz de reiniciar o metabolismo materno, redefinindo distúrbios metabólicos como diabetes e colesterol alto, que inclusive estão associados a maior risco de problemas no coração", explica Cinthia Calsinski.

Ajuda a evitar osteoporose

O aleitamento materno pode ajudar a evitar a osteoporose, condição na qual os ossos se tornam mais frágeis e quebradiços. "A amamentação estimula a absorção de cálcio pelos ossos, contribuindo para a saúde óssea da mãe", afirma Elisabeth Fernandes. Isso é comprovado científicamente. "Alguns estudos evidenciaram maior densidade óssea entre mulheres que amamentaram por mais de 8 meses, outros também relacionaram menor risco de fraturas ósseas por osteoporose", diz Calsinski.

Pode ajudar a mãe a perder o peso ganhado na gestação

"A amamentação pode auxiliar a mãe a perder o peso ganho durante a gestação de forma saudável, já que o corpo utiliza as reservas de gordura acumuladas durante a gravidez para produzir leite", explica Fernandes. O aleitamento materno exclusivo gera um gasto calórico considerável. "Pode variar dependendo de vários fatores, como o peso da mãe, a quantidade de leite produzido e a atividade física geral. No entanto, em média, estima-se que uma mulher que amamenta exclusivamente queime cerca de 300 a 500 calorias extras por dia para sustentar a produção de leite", diz a pediatra da SBP.

Traz uma sensação de bem-estar geral

"A amamentação pode contribuir para uma sensação de bem-estar geral da mãe, devido à liberação de hormônios como ocitocina e prolactina, que promovem sentimentos de relaxamento e conexão com o bebê", destaca Elisabeth Fernandes. Além disso, o aleitamento materno traz a sensação de autoeficácia, como explica Cinthia Calsinski. "O prazer de amamentar e de ser capaz de nutrir seu bebê traz muitas sensações e sentimentos bons", afirma a consultora de lactação.

Diminui riscos de depressão pós-parto

A amamentação também pode reduzir o risco de depressão pós-parto. "Ajuda a regular os hormônios maternos, promovendo uma transição mais suave para a maternidade e reduzindo os sintomas de depressão pós-parto", ressalta Fernandes.

Pode ajudar a prolongar o tempo entre as gestações

De acordo com Cinthia Calsinski, o aleitamento materno exclusivo atrasa o retorno do período menstrual da mãe, o que pode ajudar a prolongar o tempo entre gestações.

É prático e econômico

A amamentação é econômica, pois não é preciso gastar dinheiro com o leite humano. "Além disso, é muito mais simples e mais rápido amamentar ao seio na madrugada do que levantar para preparar ou aquecer uma mamadeira de fórmula", diz a consultora de lactação. "Amamentar também é bom para o ambiente, uma vez que não há necessidade de lavar, aquecer e não gera resíduos", acrescenta.

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