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A hemorragia pós-parto é a segunda principal causa de morte materna no mundo - atrás apenas da hipertensão (pré-eclâmpsia e eclampsia). Ela é caracterizada pela perda de mais de 500 ml de sangue nas primeiras 24 horas após o parto ou em até seis semanas. Mas, a boa notícia é que ela pode ser prevenida e tratada. Saiba quais são os principais fatores de risco, causas da condição e como os médicos devem agir para tratar e evitar esta complicação.

Hemorragia pós-parto está entre as principais causas de mortalidade materna — Foto: Crescer
Hemorragia pós-parto está entre as principais causas de mortalidade materna — Foto: Crescer

O que causa hemorragia após o parto?

A principal causa da hemorragia pós-parto é a atonia uterina, estado em que o útero perde seu tônus muscular, ou seja, a capacidade de contração. "Após o parto, as fibras musculares do útero devem se contrair para obstruir os vasos sanguíneos que ficaram abertos após a retirada da placenta", explica Carolina Ambrogini, ginecologista e colunista da CRESCER. "Se não há contração, dizemos que o útero se tornou hipotônico, amolecido. E, nesse caso, a obstrução dos vasos fica comprometida, causando uma hemorragia."

Entre outras causas mais comuns estão os traumas provocados por lacerações no canal de parto durante a descida do bebê. "Se o parto for acelerado demais, o risco de traumas é maior", exemplifica Paulo Noronha, ginecologista e obstetra especializado em parto humanizado. Retenção placentária e distúrbios de coagulação nas pacientes, como a hemofilia, também podem provocar hemorragias.

Quais os fatores de risco para hemorragia pós-parto?

Gestações que exigem uma maior distensão do útero, como a de múltiplos, de fetos macrossômicos (que nascem com quatro quilos ou mais) e com polidrâmnio (excesso de líquido aminiótico), têm mais chances de apresentarem atonia uterina. "Inflamações no útero, como a corioamniolite, infecção bacteriana das membranas fetais, também podem provocar atonia", afirma Carolina Ambrogini. Partos muito prolongados, como os induzidos, também podem provocar atonia uterina. Enquanto isso, partos muito rápidos estão mais ligados à lacerações no canal vaginal durante a descida do bebê.

Além da duração, o tipo de parto também influencia as chances de ter uma hemorragia ou não. Em geral, a perda de sangue em cesáreas é duas vezes maior do que em partos normais. "Isso porque, para realizar uma cesariana, é necessário cortar muitas camadas do corpo até chegar ao útero, órgão que recebe muito sangue durante a gestação", explica Noronha. "Caso a mulher já tenha sofrido uma hemorragia pós-parto, a chance de tê-la novamente em uma outra gravidez é de 15 a 20%", completa.

Pacientes hipertensas, com pré-eclâmpsia, síndrome HELLP ou hemofilia também estão no grupo de risco.

Quais são os sintomas?

Mulheres que perdem mais de um litro de sangue geralmente apresentam mais sintomas. Em geral, a hemorragia pós-parto provoca:

"A perda de sangue costuma ocorrer em até uma hora após o parto. Por isso a Organização Mundial da Saúde recomenda que a mãe seja monitorada nas primeiras duas horas após o nascimento do bebê, para que seja observado o aparecimento de qualquer sintoma", afirma Noronha.

Qual o tratamento de hemorragia no pós-parto?

Após identificar a causa da hemorragia, o médico deve iniciar o tratamento rapidamente. Segundo as especialistas, em casos de atonia uterina, o obstetra deve administrar medicamentos que estimulem a contração do útero — o fármaco mais usado é a ocitocina sintética. Tranfusões de sangue podem ser feitas em último caso. Se a mulher apresentar hipotensão, taquicardia e muita perda de sangue, a transfusão é necessária.

Caso a hemorragia seja causada por retenção placentária, os restos da placenta são retirados por curetagem. Quando a perda de sangue é provocada por lacerações no canal vaginal, o ferimento deve ser estancado e suturado o mais rápido possível.

É possível prevenir?

Para evitar a ocorrência de hemorragias, os médicos são orientados a administrar uma dose de ocitocina intramuscular logo após do parto. Popularmente chamada de "hormônio do amor", ela é a responsável por provocar contrações uterinas e, consequentemente, desencadear a dilatação e a expulsão do bebê. "Ao estimular a contração do útero, a substância evita que o músculo fique amolecido e distendido, o que provocaria a atonia uterina, principal causa de hemorragia pós-parto", explica Noronha.

Se administrada por via intravenosa, o hormônio demora um minuto para começar a agir. Já em via intramuscular, o período de latência é de 2 a 4 minutos. O efeito pode durar até uma hora, sendo que a injeção intravenosa pode ter uma ação mais breve.

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