O leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê. Além de ser facilmente digerido, é rico em anticorpos, protegendo o bebê de várias doenças infecciosas, como diarreia, resfriados e alergias. Todas as mães querem que o filho esteja sempre bem alimentado e receba todos os benefícios que a amamentação oferece. Mas e se ele começar a mamar pouco em relação à quantidade que costumava mamar? O que pode estar por trás disso?
Antes de tudo, saiba que nem sempre é motivo de preocupação. É possível que o tempo de mamada mude conforme o pequeno cresce e se desenvolve. Enquanto bebês mais novos tendem a mamar por períodos mais longos, os mais velhos podem mamar mais rápido. Isso porque a musculatura do pequeno vai se fortalecendo e ele vai aprendendo a mamar, tornando as mamadas mais fortes e efetivas.
"Ele se torna mais eficiente na sucção e pode obter a mesma quantidade de leite em menos tempo. Além disso, com a introdução de alimentos sólidos, por volta dos seis meses, demanda por leite materno diminui naturalmente", explica Linus Fascina, gerente médico do Departamento de Pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein. Assim, as mães podem ter a impressão de que eles estão mamando menos.
Também não é preciso se apegar à duração das mamadas. "Não existe tempo exato, é o tempo de cada bebê. Ele pode variar, mas com o passar do tempo cada mãe sabe quando seu bebê mamou bem, ou quando mamou pouco. Sempre comparando ele com ele mesmo! Existem bebês que mamam 10 minutos outros 30 minutos. E nem sempre mais tempo significa mais leite", ressalta Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação.
A permanência do bebê na mama não precisa ser fixa todas as vezes. "O tempo necessário para esvaziar uma mama varia muito para cada dupla m��e/bebê e, numa mesma dupla, pode variar dependendo da fome da criança, da idade, da força de sucção, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite produzido e armazenado na mama", reforça Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Bebês cansados ou agitados mamam menos?
Sim! "Quando o bebê está muito cansado, ele pode não ter energia suficiente para mamar adequadamente da mesma forma. Se ele estiver muito agitado, ele pode estar com dificuldade para se concentrar na amamentação", afirma Linus Fascina. Por isso, é melhor dar um tempo para ele e tentar novamente em outro momento.
"Outros fatores como dificuldades na pega ou posição inadequada durante amamentação; redução na produção de leite; alterações no ambiente, como viagens ou mudanças na sua rotina; estresse materno ou estresse infantil também podem levar o bebê a mamar pouco", acrescenta o médico do Hospital Israelita Albert Einstein.
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Se ele estiver doente, é possível que mame menos?
Em alguns casos, o pequeno pode mamar menos quando está doente. "Indisposição, congestão nasal, dor de garganta e febre podem afetar o apetite e o conforto do bebê ao mamar", diz Fascina. Ainda segundo o especialista, outros problemas de saúde também podem interferir, como o refluxo gastroesofágico, isto é, quando o alimento volta do estômago para o esôfago, fazendo-o regurgitar. Nesses casos, é importante buscar atendimento médico.
Quando se preocupar?
Quando percebe que o bebê está mamando menos do que antes, é importante ficar atento aos sinais de alerta que podem indicar que algo não vai bem com a saúde do pequeno. "Se notar algum deles, é necessário buscar avaliação médica de imediato", destaca Fascina. Confira:
- Se o bebê apresentar pouca produção de urina, com menos de seis fraldas molhadas por dia após a primeira semana de vida;
- Se o ganho de peso começa a se tornar insuficiente ou se começa a notar a perda de peso;
- Se o bebê começar a dar sinais que está desidratado, como boca seca, choro sem lágrimas, moleira afundada e diminuição da urina;
- Se o bebê apresentar febre e outros sinais de infecção;
- Se o bebê estiver letárgico e com falta de energia;
- Se o bebê apresentar gemência que pode denotar algum estresse.
Como saber que o bebê está mamando o suficiente?
O mais importante é saber se o bebê está se alimentando bem e se desenvolvendo adequadamente. Segundo Linus Fascina, é preciso ficar de olho em alguns sinais. Veja o que dizem especialistas:
- Ganho de peso adequado conforme as curvas de crescimento pediátricas;
- Produção adequada de urina (de seis a oito fraldas molhadas por dia após a primeira semana de vida);
- Saída de fezes regulares de cor amarelo mostarda;
- Bebês parecem bastante satisfeitos e relaxados após a mamada, fechando a boca e virando seu rosto ou seu corpo de lado;
- Boa sucção e deglutição observadas durante a amamentação.