Mesmo após o desmame, algumas mães podem perceber a saída de leite pelos mamilos. No entanto, não é preciso entrar em pânico! Essa situação ocorre, muitas vezes, porque quando a mulher interrompe a amamentação, esse alimento, tão importante para o bebê, não para de ser produzido imediatamente. “Os níveis da prolactina, o hormônio que estimula a produção de leite, ainda estão altos, então, a mãe pode continuar apresentando saída de leite pelos mamilos por um tempo”, explica a ginecologista e mastologista Priscila Beatriz Silvério, ginecologista e mastologista. O leite ainda pode ficar acumulado nos ductos, canais que o transportam até o mamilo.
Por trás da amamentação existem dois fatores fundamentais: hormonais, como já citados, e também mecânicos. Quando o bebê não mama mais, há a diminuição do estímulo mecânico e isso leva à redução dos níveis de prolactina, principal hormônio responsável pela lactação, porém, se a mulher estimula os mamilos, a produção de leite continua. Segundo a ginecologista Lais, esse estímulo pode ocorrer durante a prática de exercícios físicos ou mesmo no momento da relação sexual.
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Se você está no início do desmame e está preocupada com a saída do leite, tenha paciência! A interrupção da lactação é variável para cada mulher, dependendo do período de amamentação, frequência das mamadas e se há estímulos dos mamilos. De acordo com a ginecologista Lais, em geral, o processo pode levar 40 dias.
Galactorreia
Outra condição que pode ocasionar a saída do leite pelos mamilos é a galactorreia. Nesse caso, esse quadro pode surgir com mulheres que não estão grávidas e nem são lactantes, e até mesmo com homens. Além da percepção de saída de leite pelas mamas, também é possível perceber, como sintoma, a ausência de menstruação completa ou irregularidade menstrual, dores de cabeça e distúrbios visuais.
O diagnóstico da galactorreia é feito por meio do exame físico. Caso o profissional de saúde constate a saída de leite dos mamilos, é solicitado a dosagem da prolactina no sangue. O paciente ainda pode precisar fazer uma ressonância magnética do crânio para avaliar se há a presença de adenomas de hipófise, tumores que podem influenciar no excesso da produção de prolactina. “É importante também saber quais medicamentos a pessoa faz uso, pois existem alguns que podem ocasionar galactorreia, tais como domperidona, metoclopramida, anticoncepcionais e alguns anti-hipertensivos”, pontua a mastologista. Por isso, caso apresente esse quadro, não hesite em passar por uma avaliação com um especialista.