Negócios

Por Thiago Andrill

A Shein lança oficialmente no Brasil seu programa de incubação de novos designers e artistas, o SHEIN X. A iniciativa surgiu nos Estados Unidos em 2021 e hoje está presente em mais de 20 países, com cerca de 4,6 mil participantes, que já criaram juntos mais de 41 mil produtos. No Brasil, uma versão piloto do projeto já havia sido iniciada em 2023 e atualmente reúne mais de 200 criativos, que já desenvolveram mais de 400 produtos disponíveis na plataforma da Shein.

“Nós fazemos o lançamento de suas coleções e produtos em duas verticais: a dos artistas focados nas artes gráficas (estampas) e a dos designers que criam as peças de moda, organizadas em coleções ou lançamentos únicos”, explica a diretora de marketing da Shein no Brasil Raquel Arruda.

“Temos uma abrangência de tecidos muito grande, com uma equipe técnica que dá assistência aos criativos para que possamos ser fiéis às suas visões”, afirma Raquel. Segundo a empresa, o modelo de produção da Shein difere de outras varejistas em relação à sua estrutura. Ao contrário das concorrentes, uma peça é produzida em baixa escala (50 a 100 unidades) e, a partir disso, novas unidades são fabricadas com base nos pedidos feitos pela plataforma. Dessa forma, de acordo com a Shein, não há acúmulo de estoque, com maior facilidade logística.

Os artistas (focados em estamparia) recebem R$ 5 mil de créditos iniciais e os designers (focados em peças), R$ 25 mil, um pagamento para ajudá-los a desenvolverem seus projetos. Em seguida, é feito um comissionamento sobre as vendas, que não se limitam ao Brasil. “Permitimos que eles tenham acesso a públicos globais, os incluímos no leque dos 150 milhões de clientes da Shein no mundo.” Um exemplo é o do ilustrador Gabriel Sá, que ingressou em maio de 2023 no programa com uma camiseta com ilustração inspirada no grafite, na tradição da arte popular latina e na arquitetura brasileira. O artista já vendeu mais de 2,3 mil unidades em todo o mundo.

Peça desenvolvida por Gabriel Sá, artista e ilustrador maranhense de 27 anos, um dos participantes brasileiros que já estão atuando no programa SHEIN X — Foto: Jackson Wen /Divulgação
Peça desenvolvida por Gabriel Sá, artista e ilustrador maranhense de 27 anos, um dos participantes brasileiros que já estão atuando no programa SHEIN X — Foto: Jackson Wen /Divulgação

Os criativos interessados no SHEIN X podem se inscrever por meio do site do programa. É necessário ter nacionalidade brasileira e enviar seu portfólio. Após uma análise pelo time da Shein Brasil, caso tudo ocorra bem, é feito o contato. “É um projeto que tomou corpo muito grande na empresa e o projeto piloto realizado no Brasil, em 2023, foi para entender como seria a adesão e captação de artistas”, diz a diretora de marketing. Presente em mais de 20 países, o projeto já repassou mais de R$ 25 milhões em comissões aos criativos envolvidos.

Produção Shein

Vale lembrar que a varejista com sede em Singapura é frequentemente criticada por fatores como o impacto ambiental de estimular o ultrafast-fashion (com a alta velocidade e quantidade de roupas produzidas no mundo, o problema do lixo têxtil está cada vez mais latente na nossa sociedade: 73% das roupas descartadas vão parar em aterros) e questionamentos em torno de como suas peças são fabricadas (segundo dados do BOF, a empresa trabalha hoje com cerca de 5.400 fabricantes terceirizados, a maioria deles localizados na China, onde já houve no passado denúncias de condições de trabalho exploratória).

Apesar do conceito ser nacional, a produção das peças do SHEIN X Brasil é feita na China. “Nada nos impede que daqui um tempo nós as fabriquemos aqui no país. Nós não temos fábricas próprias no Brasil, mas parceiras. Hoje contamos com mais de 300 fábricas para produzir localmente, sendo que cerca de 215 já estão na ativa”, explica Raquel Arruda, que enfatiza que essa produção local é voltada ao leque geral de produtos da Shein, não ainda ao SHEIN X.

O objetivo da companhia é chegar no final de 2026 com 85% das vendas provenientes da produção local e, também, do marketplace. A Shein possui mais de 45 milhões de clientes no Brasil e deseja, assim, reduzir a dependência da importação e da tributação. O marketplace é uma peça importante nessa estratégia, com mais de 10 mil lojistas brasileiros cadastrados.

Peça desenvolvida por Samanta X, designer mineira de 48 anos, um dos participantes brasileiros que já estão atuando no programa SHEIN X — Foto: Jackson Wen /Divulgação
Peça desenvolvida por Samanta X, designer mineira de 48 anos, um dos participantes brasileiros que já estão atuando no programa SHEIN X — Foto: Jackson Wen /Divulgação

“Hoje, 50% das nossas vendas já são locais (marketplace + produção local), sendo que o marketplace responde por 99% desses 50%”, explica a diretora de marketing. “O programa de produção local começou em abril de 2023, então, é mais difícil de escalar.” Arruda ainda destaca que a companhia tem planos de tornar o país um hub de exportação na América Latina até o final de 2026.

Em relação ao custo mais elevado de mão de obra, entre outros fatores, quando se produz no Brasil ao invés de se importar da China, Raquel aponta o modelo de negócio da companhia como responsável por manter os preços baixos pelos quais a marca é conhecida. “As produções são feitas sob demanda, o que toca a questão de estoque e meio ambiente. Temos tecnologia e uma rede logística de parceiros locais, como os Correios, que nos ajudam a entregar resultados, e isso se reflete na relação com o público. Essa eficiência é repassada para o preço. Ou seja, não tem a ver com mão de obra, mas com nossa eficiência logística sob demanda”, diz Raquel.

SHEIN X Global Challenge

Outra novidade é que, com o SHEIN X, a varejista promove um novo concurso global em mais de 20 países, o SHEIN X Global Challenge. A competição, com inscrições abertas pelo site do projeto até 15 de fevereiro, será focada em moda feminina e seguirá o tema “Radiance” (“Brilho”, em tradução livre). Serão avaliadas a capacidade dos participantes de atender às premissas do tema, a criatividade em traduzir conceitos em um design e a habilidade de satisfazer os consumidores.

O anúncio das coleções vencedoras acontece em março. O prêmio, além de financeiro (€ 10 mil para o primeiro lugar), consiste em um desfile exclusivo da SHEIN ainda este ano.

Peça desenvolvida por Lorrane Andrade, designer autodidata de 25 anos baseada no RJ, um dos participantes brasileiros que já estão atuando no programa SHEIN X — Foto: Jackson Wen /Divulgação
Peça desenvolvida por Lorrane Andrade, designer autodidata de 25 anos baseada no RJ, um dos participantes brasileiros que já estão atuando no programa SHEIN X — Foto: Jackson Wen /Divulgação
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