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Por Luiza Brasil (@mequetrefismos)

O que mais te orgulha em ser brasileiro? Em tempos de “Brazilcore”, tendência que utiliza símbolos e cores da bandeira do país, com forte influência da nossa cultura periférica, abri uma caixa de perguntas com esse questionamento no meu Instagram (@mequetrefismos). As respostas que surgiram vão desde nossas características marcantes, como resiliência e sorriso no rosto, passando pela diversidade dos nossos biomas, até a nossa cultura, rica e repleta de origens, e que representa nossa extensão continental. Sim, somos abundantes e prósperos, mas por que não nos apropriamos das nossas potencialidades?

Historicamente, o complexo de vira-lata, teoria criada por Nelson Rodrigues nos anos 50, surge de uma das principais feridas do nosso povo: entender o valor da identidade brasileira, que, de tão complexa, por muitas vezes foi distorcida. Construímos por muitas décadas crenças limitantes e uma baixa autoestima em torno da diversidade racial, o que, por muitas vezes, fez com que nos curvássemos em uma inferioridade inconsciente diante dos europeus.

E daí, como diria Aldir Blanc, “o BraZil não conhece o Brasil”: subestimamos o que produzimos, passamos por incontáveis vitrines em inglês que são verdadeiros tapas na cara da riqueza do nosso vocabulário e enaltecemos a validação gringa de quem “sequestra” as vivências do nosso país e transforma em vídeos virais esvaziados e cheios de estereótipos.

Mas, se por um lado existe uma turma que coloca o rabo entre as pernas e vive de ladrar as dores do Brasil-Colônia com o próximo voo para o hemisfério norte, por outro, existe um movimento que fareja a nossa inventividade enquanto potência e legado para exportação. É fato, isso tem muito a ver com o impulsionamento da cultura e do turismo.

 — Foto: Acervo pessoal
— Foto: Acervo pessoal

Se tem uma frase que me define, sem dúvidas, é The eye has to travel (que na tradução significa “O olho precisa viajar”). O dizer eternizado pela icônica editora de moda Diana Vreeland, e que tenho tatuado em meus quadris, representa o que acho de mais genuíno em qualquer ser humano: a curiosidade! E se você não tem interesse pelas suas raízes, pelo que te alicerça, como você finca os pés no mundo enquanto cidadã, sem deixar que sua essência seja corrompida?

Ufanismos à parte, amo recordar que muitas das vivências que considero inesquecíveis foram experimentadas no Brasil enquanto plano de fundo. Adoro ter a consciência de que transito por um país que inclui diferentes “naturezas”: de paisagens, sabores, sotaques, hospedagens e, por último, mas não menos importante, pessoas. Selecionei dez experiências, que me marcam profundamente e, que me perdoe a Blogueirinha, só tem no Brasil!

Ver o céu estrelado da Amazônia diretamente do Rio Negro (Novo Airão - AM)

 — Foto: Arquivo pessoal
— Foto: Arquivo pessoal

Acredito que nada tenha me impressionado mais do que essa experiência. Em um passeio noturno, pegar uma pequena embarcação, deparar-se com a imensidão do rio e observar o céu amazônico com a trilha sonora dos animais, nos faz lembrar da grandiosidade que é a natureza.

Para saber mais: Mirante do Gavião (@mirantedogavião)

Samba de domingo no Cacique de Ramos (Rio de Janeiro - RJ)

O “templo do samba” da rua Uranos em Olaria, zona norte do Rio de Janeiro, faz parte da história cultural do país. De Fundo de Quintal, passando por Beth Carvalho, até Zeca Pagodinho, inúmeros baluartes do gênero deixaram seu legado no espaço. Chegue cedo, pegue o seu baldinho, que a cantoria rende!

Para saber mais: Cacique de Ramos (@cacique_de_ramos)

Descer o rio Arapiuns hospedada em uma embarcação (Alter do Chão - Pará)

 — Foto: Arquivo pessoal
— Foto: Arquivo pessoal

Uma grande felicidades que tive na vida foi passar um réveillon a bordo de um barco-hotel. Além de estar em contato com a floresta amazônica, desfrutar de praias de rio e conhecer as comunidades ribeirinhas, a experiência de me hospedar em um barco e dormir coletivamente com outras pessoas mudou significativamente as minhas definições do que é convivência.

Descer o rio Arapiuns hospedada em uma embarcação (Alter do Chão - PA)

 — Foto: Acervo pessoal
— Foto: Acervo pessoal

Nas divisas entre os dois estados, é possível colocar os pés no “Velho Chico” de forma segura e sentir toda sua força! Uma experiência de beleza e intensidade estonteantes!

Visitar o quilombo de Itamatatiua (Alcântara - MA)

 — Foto: Acervo pessoal
— Foto: Acervo pessoal

Conhecer as matriarcas do quilombo e suas artes em cerâmica foi acessar a conexão com o sagrado ancestral. Inesquecível.

Para saber mais: @quilomboitamatitua

Show de drags no Bar Ancora do Marujo (Salvador - BA)

Salvador, Bahia — Foto: Divulgação
Salvador, Bahia — Foto: Divulgação

O bar localizado na Dois de Julho é um verdadeiro símbolo de resistência da cultura queer nacional! Performances e cerveja gelada são garantias certeiras na experiência, que é ótima para ir com amigos.

Para saber mais: @ancoradomarujo

Ir para praia de Itacoatiara e comer o sanduíche do Marcelo (Niterói - RJ)

Nada se conecta mais com as memórias da minha adolescência do que a Praia de Itacoatiara, na Região Oceânica de Niterói. O sanduíche “Frango, Ovos e Batata” está para o Marcelo Natural, assim como o “Big Mac” está para o Mc Donalds.

Passear de jangada com o Mi (Japaratinga - AL)

No mar quente e tranquilo de Japaratinga, é impossível não ser impactado pela jangada do Mi. A famosa embarcação cor de rosa é conhecida não só pelos passeios nos recifes de corais alagoanos, como pela hospitalidade do “comandante”. Mi serve lagostas e outros quitutes em alto mar e cria experiências para lá de instagramáveis com redes e boias enquanto elementos de decoração. Direção de arte nota dez!

Para saber mais: @mijangadeiro

Tomar o café da manhã da Casa Bonomi (Belo Horizonte - MG)

Cheiro de casa de vó é o que define o espaço mineiro. O clima rústico, o interior de madeira e o constante aroma de pão fresco me transportaram para as minhas memórias afetivas mais doces.

Para saber mais: @padariacasabonomi

Correr no Pantanal (Corumbá - MS)

Uma das experiências mais fascinantes da minha vida foi participar de uma prova de corrida no Pantanal sul-matogrossense. Estar em contato com este poderoso bioma brasileiro reafirmou o meu compromisso pessoal com questões sócio-ambientais e o desejo de estar mais conectada ao Centro-Oeste do país.

Sim, somos o Brasil com “s”, do caranguejo de Aracaju, do veleiro com direito a banho de mar na Gamboa soteropolitana, do polo de inovação de Porto Alegre, da moqueca capixaba de beira de estrada, do Aparelha Luzia em São Paulo, da hospitalidade da barraca da Maria Nilza do Guaiú, no sul da Bahia, entre tantos outros “Brasis” que podem caber no mapa. Essa pequena lista não é uma linha de chegada, mas um ponto de partida para você conhecer seja aquela pracinha da esquina da sua casa, até colocar os pés na estrada e desbravar os cantos mais inóspitos do nosso país. E por aí, qual experiência faz o seu Brasil ser único?

Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil.

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