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Por Fernanda Simon (@feh_simon)


 — Foto: Divulgação
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Poucas pessoas sabem o quão importante são os manguezais para a luta climática. Enquanto se incentiva a conscientização sobre a preservação das florestas, principalmente da Amazônia, pouco se fala que é nos mangues onde acontece o maior sequestro de carbono. Assim, o Piauí e a Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba, terceiro maior delta do mundo, representam um ponto estratégico no enfrentamento da crise climática, mas ainda carece de iniciativas que promovam a preservação e regeneração destes territórios e dos povos locais.

Foi com este olhar que Camilla Marinho fundou o Instituto Caburé e o Programa de Regeneração dos Manguezais na região da Barrinha, em Cajueiro da Praia, no litoral do Piauí (PI). "O Brasil concentra algumas das regiões de maior biodiversidade do mundo, o que significa que temos um papel importante na Agenda 2030, inclusive no que diz respeito às mudanças climáticas. A forma como atuamos nas comunidades brasileiras agora será decisiva para chegarmos ou não a um ponto sem volta na degradação ambiental global. Locais de natureza exuberante e comunidades vulneráveis como a Barrinha precisam estar na vanguarda da mitigação e adaptação às mudanças climáticas somadas a iniciativas que também visam o bem-estar de comunidades tradicionais", diz ela.

Camila é uma renomada profissional de moda e sustentabilidade que após trabalhar com diversas marcas e projetos deixou São Paulo em busca de uma vida mais conectada e um trabalho com mais propósito: "Eu vim para o Piauí para me conectar com a minha essência e conhecer comunidades que merecem ser valorizadas, mas eu acabo aprendendo muito mais, pois na verdade se trata mais de ouvir do que falar", conta. As comunidades costeiras ainda não reconhecem seu próprio potencial e por isso se torna ainda mais fundamental a existência de iniciativas de impacto como as do Instituto Caburé, fundado para unir um grupo de empreendedores sociais comprometidos em criar um futuro mais justo e sustentável para o Nordeste brasileiro. A partir dos pilares educação, cultura e clima, o instituto trabalha com parceiros públicos e privados para educar crianças, valorizar práticas culturais e agir pelo clima.

A frente de atuação com as mulheres marisqueiras é um destaque do Instituto. De acordo com Jéssica Wandscheer, analista de desenvolvimento e engajamento da Rare Brasil e mestranda em Oceanografia pela UFPA, "Um estudo recente demonstra-se que o Brasil possui 9,3% dos manguezais do mundo, proporcionalmente capturando 8,5% dos estoques de carbono global combinando biomassa e solo. Além da capacidade comprovada de ecossistemas costeiros marinhos de captura de gases de efeito estufa, como os manguezais, que conseguem ter até quatro vezes mais capacidade do que florestas de interior, comprovando que quando comparado aos demais biomas no Brasil, os manguezais capturam e estocam entre 2,7 e 4,7 vezes mais carbono que qualquer outro bioma vegetado."

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Há pelo menos três gerações, mulheres buscam nas areias, nas pedras e nos mangues da localidade os mariscos e moluscos que complementam a renda. Portanto o protagonismo feminino é fundamental na proteção dos manguezais. Camilla enfatiza a necessidade das mulheres marisqueiras se reconhecerem como grupos para se fortalecerem em seu território e assim ampliar as frentes de venda de mariscos e outros produtos relacionados ao mangue. "Eu acredito que os saberes ancestrais, aliados à ciência e tecnologia, podem transformar positivamente as vidas de milhões de pessoas em comunidades tradicionais e para 2023 temos muitos planos para o grupo de marisqueiras, que vai do desenvolvimento do turismo de base comunitária a colab's de novos produtos com marcas e profissionais já renomados no mercado" complementa Camilla.

O programa conta com o apoio da Filha do Sol, uma associação de mulheres nordestinas especialistas em clima, desenvolvimento internacional e advocacia ambiental, criada para acelerar a adaptação climática nos Trópicos. A Filha do Sol colabora com organizações locais em vilas tropicais, para aumentar o impacto positivo no clima. A associação está dando suporte ao Caburé na construção de um mandato climático para a Barrinha, no Piauí. "Queremos ajudar a fazer o que consideramos basicamente o trabalho mais importante do mundo: regenerar a natureza e resolver a crise climática. A primeira fase desse programa é a ampliação da consciência." Compatilha Flávia Maia, Presidente da ONG Filha do Sol, que possui formação em Urbanismo, especializada em resiliência climática e sustentabilidade.

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Para apoiar o empreendedorismo local e iniciativas de impacto, Camilla aponta a importância da responsabilidade de cada um. " Assim como o consumo sustentável é uma responsabilidade, o turismo também precisa ser encarado como uma responsabilidade e uma ferramenta de transformação social e ambiental. Preste atenção no turismo predatório, entenda o contexto de cada região, apoie o turismo de base comunitária, se envolva com a própria comunidade e com as iniciativas que já fazem um trabalho local."

Com tantos desafios globais, a natureza é sempre a solução e a esperança. Camilla finaliza contando que o trabalho do Instituto vem sendo reconhecido no Nordeste e que em 2023 irão atuar em outras comunidades tradicionais, ela também deixa o lembrete de que o mangue é o berçário da vida, portanto devemos ter a consciência de que impactar o manguezal, impactará todos nós.

*No Instagram: @instituto_cabure você pode acompanhar o programa, e o audiovisual “É tudo pela maré!” que retrata a vida das marisqueiras que dependem deste bioma para geração de renda familiar e foi dirigido pela fotógrafa Bruna Castanheira

Saiba como ajudar essa iniciativa: instituocabure.org

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