5 motivos para assistir ‘Duna: Parte Dois’ nos cinemas

A seguir, listamos os motivos para você não perder esse épico.

O roteiro do filme é baseado no clássico de ficção-científica Duna, publicado em 1965 e escrito por Frank Herbert. Essa não é a primeira vez que o livro vira filme: em 1984, David Lynch adaptou para as telas a história de Paul Atreides com Kyle MacLachlan no papel principal. Vencedor dos prêmios Hugo e Nebula (os mais prestigiados na categoria literária), o romance possui elementos que instigam a leitura (e também o encadeamento de situações na versão cinematográfica) de maneira que não está tão distante da nossa realidade enquanto humanos habitando a Terra.

O sci-fi sempre foi uma vertente que usa questões filosóficas da vida real para projetar possíveis futuros considerando política, religião, relações afetivas, ideais de linhagem, ciência e ecologia. E aqui não seria diferente. Aliado a isso, tem a construção narrativa pautada por reviravoltas e arcos dramáticos interessantes, o que torna tanto a leitura quanto a experiência no cinema muito empolgantes – na versão Imax, mais ainda, fica a dica. Apesar de ter falecido aos 65 anos, em 1986, Herbert segue sendo uma grande influência no gênero, tendo sido referência, inclusive, para George Lucas ao criar Star Wars.

De nada adianta ter um grande livro em mãos e não conseguir adaptá-lo da melhor forma possível (considerando muitos fatores). A sorte de Villeneuve é que a tecnologia cinematográfica hoje é bastante avançada – diferente da que David Lynch usa nos anos 1980 – e isso vai de encontro ao seu estilo narrativo: um misto de introspecção com ação. Diferente da Parte 1, na qual o filme soa arrastado para muitos espectadores, por um possível preciosismo, a Parte 2 chega arrebatando em todos os sentidos. Mérito de uma direção coesa, que sabe o espaço de contribuição de cada equipe técnica, de cada ator em cena e qual momento entra a ação de conduzir a orquestra, sem perder a sua identidade enquanto diretor.

Denis Villeneuve é um dos grandes nomes do cinema contemporâneo. É dele também o Blade Runner: 2049, A Chegada, Scario e O Homem Duplicado. Interessado em contextos que colocam a mente e a linguagem no protagonismo, o franco-canadense traz para a continuação de Duna um encadeamento narrativo mais amarrado, passando por todas as complexidades do caminho de Paul Atreides – da relação com a mãe até a sede complexa pelo poder.

Reunir Zendaya, Timothee Chalamet, Florence Pugh, Austin Butler e Anya Taylor-Joy em um único filme não é para qualquer um. Inclusive, Zendaya, que é uma das atrizes mais cobiçadas e ocupadas da indústria, disse em entrevista estar sempre disponível para Villeneuve, basta uma ligação.

Além do elenco de jovens-talentos, escolhido de maneira bastante estratégica para causar furor entre a juventude atual, há ainda Christopher Walken, Stellan Skarsgard, Josh Brolin, Rebecca Ferguson, Léa Seydoux e Javier Bardem para completar os cargos de personagens-chave na narrativa. Todos eles entregam atuações ótimas, que funcionam em conjunto – um ganho para um filme como Duna: Parte 2, cheio de núcleos diferentes que se encontram eventualmente à medida que a narrativa avança.

Dentro do jeito Villeneuve de fazer as coisas, nunca podemos deixar de lado o poder das imagens que ele cria, junto com as equipes técnicas. A música, assinada por Hans Zimmer, é valiosa para a história, assim como no primeiro filme, não só por colocar os espectadores em estado de imersão, mas também como forma de marcar as diferentes nuances das famílias e povos que convivem ao redor da especiaria.

Contudo, talvez a sua maior marca seja o uso de uma imagem minimalista para tratar a ficção científica, atrelada ao uso de cores enquanto marcadores de contextos – exemplo: terrosos e amarelados para os Fremen (povo do qual a personagem de Zendaya faz parte) e preto em diversas texturas para os Harkonnen. Greig Fraser (diretor de fotografia) e Patrice Vermette (diretora de arte) voltam da primeira parte para garantir a estética desse vasto universo criado por Frank Herbert. É possível sentir a aridez do cenário de Arrakis, assim como é sensorial a experiência das cenas de luta de Feyd-Rautha (Austin Butler) numa espécie de coliseu.

Jacqueline West também retorna para compor a equipe técnica do filme, assinando mais uma vez os figurinos. Da mesma forma que as cores marcam as diferenças culturais entre os povos que aparecem na trama, os figurinos cumprem um papel importante na narrativa visual, dando textura às particularidades de cada um. Na guerra ou fora dela, é impossível alguma produção passar despercebida pelos seus olhos. Fique atenta especialmente às vestimentas de Irulan Corrino (Florence Pugh).

Um mar de boas referências, inclusive, para as atrizes usarem de inspiração para os looks de première e compromissos com a imprensa durante as semanas intensas de divulgação. Quem aí vai esquecer do look vintage Thierry Mugler usado por Zendaya? Ela não só homenageou uma peça-ícone do estilista francês, como também revisita, a partir dele, Futura, personagem de Metrópolis (1927), outro ícone sci-fi.