As taxas oferecidas pelos papéis do Tesouro Direto dispararam em comparação à sessão anterior. Nesta quinta-feira (27), o que guiou o mercado de títulos públicos foram os dados vindos dos Estados Unidos e declarações de dirigentes do Banco Central americano e do Brasil.
Os números reforçam que a economia americana segue resiliente, ou seja, menos espaço para o comitê de mercado aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central americano iniciar o ciclo de queda das taxas. Com sinal de juro menor na economia mais segura e estável do mundo, os ativos brasileiros ganham mais atenção dos investidores.
Além disso, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pelo Banco Central brasileiro mostrou uma alta na projeção do PIB para este ano de 1,9% para 2,3%. Os dados também mostraram que as chances do IPCA, indicador oficial de inflação do país, ficar acima do teto da meta neste ano é de 28%.
A meta de inflação definida pelo governo é de 3%, com um intervalo de 1,5 ponto percentual de tolerância para cima ou para baixo.
Como o mercado leu isso? Com mais desconfiança sobre a política econômica pairando, mas se exige pelo risco de investir nos ativos domésticos.
Assim, os papéis atrelados à inflação subiram. O Tesouro IPCA 2035 pagou 6,37%, acima dos 6,35% oferecidos na sessão anterior. No caso do Tesouro Prefixado 2031, o movimento era de 12,21% ontem para 12,36% hoje.
No geral, os analistas veem com bons olhos os patamares atuais dos dois tipos de papéis. No caso dos atrelados à inflação, os mais de 6% mais a inflação ajudam o investidor a proteger a carteira do aumento de preços lucrando uma taxa atrativa. Para os prefixados, a recomendação tem sido de cautela quanto ao volume comprado e prazo escolhido.
Vale lembrar que as taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice e versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.
Fechamento dos títulos do Tesouro nesta quinta (27)
Título | Rentabilidade anual | Investimento mínimo | Preço Unitário | Vencimento |
TESOURO PREFIXADO 2027 | 11,73% | R$ 30,30 | R$ 757,50 | 01/01/2027 |
TESOURO PREFIXADO 2031 | 12,36% | R$ 32,92 | R$ 470,35 | 01/01/2031 |
TESOURO SELIC 2027 | SELIC + 0,0797% | R$ 149,82 | R$ 14.982,92 | 01/03/2027 |
TESOURO SELIC 2029 | SELIC + 0,1568% | R$ 149,05 | R$ 14.905,82 | 01/03/2029 |
TESOURO IPCA+ 2029 | IPCA + 6,35% | R$ 31,87 | R$ 3.187,62 | 15/05/2029 |
TESOURO IPCA+ 2035 | IPCA + 6,37% | R$ 44,05 | R$ 2.202,96 | 15/05/2035 |
TESOURO IPCA+ 2045 | IPCA + 6,38% | R$ 35,69 | R$ 1.189,75 | 15/05/2045 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2035 | IPCA + 6,37% | R$ 42,17 | R$ 4.217,34 | 15/05/2035 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2040 | IPCA + 6,30% | R$ 42,76 | R$ 4.276,08 | 15/08/2040 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2055 | IPCA + 6,34% | R$ 41,52 | R$ 4.152,96 | 15/05/2055 |