As taxas oferecidas pelos títulos do Tesouro Direto passaram por altos e baixos nesta terça-feira (18), dia que começou agitado com entrevista do presidente Lula e que antecede a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
Mais cedo, em entrevista à CBN, Lula voltou a fazer duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao avaliar que a taxa básica de juros brasileira continua alta. Segundo ele, Campos Neto não demonstra nenhuma capacidade de autonomia e tem lado político.
E por falar em autonomia do BC, ferida aberta no mercado atualmente, Lula afirmou também que vai escolher o próximo presidente do BC sob o critério do compromisso com o controle da inflação, mas também com uma meta de crescimento.
As declarações ampliam os receios de participantes do mercado de uma nova decisão dividida no Copom desta quarta-feira (18) e, assim, os agentes voltam a embutir prêmios de juros nesta manhã.
O mercado já espera a manutenção da Selic no patamar atual, de 10,5%. Ficam no radar se a decisão se dará em consenso (sobretudo como votarão os dirigentes indicados pelo governo, que darão prosseguimento ao comando do comitê no próximo ano) e qual o horizonte que o comunicado pintará para os agentes.
Depois da fala do presidente os juros futuros dispararam e depois caíram, seguindo o ritmo dos títulos americanos. O movimento ocorre após dados de vendas no varejo nos Estados Unidos em maio ficarem abaixo das expectativas. No entanto, no Tesouro Direto se sobressaem as falas de Lula e a expectativa pelo Copom.
Hoje, os papéis do Tesouro Direto ofereceram taxas menores em comparação ao fechamento de ontem, depois de uma disparada no começo da sessão. A exemplo do Tesouro IPCA+ 2029, que paga 6,36% ao ano de retorno real ante os 6,40% da sessão anterior (mas o papel chegou a pagar 6,46% no final da manhã de hoje). No caso dos atrelados à inflação, o patamar dos 6% é considerado um retorno atrativo pelos analistas, além de ajudar a proteger a carteira contra o IPCA.
Entre os prefixados, o papel com vencimento em 2031 encerrou o dia pagando 12,20%. No geral, o papel também oferece boa oportunidade para os investidores, já que oferece retorno maior do que se projeta para o juro básico no período.
Fechamento dos títulos públicos nesta terça-feira (18)
Título | Rentabilidade anual | Investimento mínimo | Preço Unitário | Vencimento |
TESOURO PREFIXADO 2027 | 11,61% | R$ 30,28 | R$ 757,23 | 01/01/2027 |
TESOURO PREFIXADO 2031 | 12,20% | R$ 33,12 | R$ 473,20 | 01/01/2031 |
TESOURO PREFIXADO com juros semestrais 2035 | 11,97% | R$ 37,46 | R$ 936,64 | 01/01/2035 |
TESOURO SELIC 2027 | SELIC + 0,0882% | R$ 149,38 | R$ 14.938,06 | 01/03/2027 |
TESOURO SELIC 2029 | SELIC + 0,1565% | R$ 148,64 | R$ 14.864,46 | 01/03/2029 |
TESOURO IPCA+ 2029 | IPCA + 6,36% | R$ 31,78 | R$ 3.178,17 | 15/05/2029 |
TESOURO IPCA+ 2035 | IPCA + 6,29% | R$ 44,30 | R$ 2.215,42 | 15/05/2035 |
TESOURO IPCA+ 2045 | IPCA + 6,32% | R$ 36,02 | R$ 1.200,76 | 15/05/2045 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2035 | IPCA + 6,31% | R$ 42,25 | R$ 4.225,92 | 15/05/2035 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2040 | IPCA + 6,26% | R$ 42,81 | R$ 4.281,95 | 15/08/2040 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2055 | IPCA + 6,31% | R$ 41,59 | R$ 4.159,05 | 15/05/2055 |