Brasil e Política

Por Nathália Larghi, Valor Investe — São Paulo


Na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (18) que “não há explicação para a taxa de juros do jeito que está” e voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista à rádio CBN, o presidente afirmou que o dirigente da autoridade monetária “não demonstra capacidade de autonomia” e que “trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país”.

Durante a entrevista, o presidente afirmou que a única coisa desajustada, nesse instante, no Brasil é o comportamento do Banco Central. As falas acontecem um dia antes da divulgação da próxima decisão monetária do Copom. As apostas são de uma manutenção dos juros a 10,50% ao ano, o que Lula afirmou “achar triste”.

“Todos os bancos (no mundo) demonstram que não há país com mais otimismo que o Brasil”, afirmou o presidente. “Agora ficam inventando discurso de inflação do futuro, o que vai acontecer”, complementou.

É importante lembrar que, em uma decisão dividida, o Banco Central decidiu diminuir o ritmo de cortes da Selic na última reunião. Na ocasião, os dirigentes indicados pelo atual governo eram favoráveis a uma manutenção de cortes de 0,5 ponto percentual, enquanto os demais optaram pelo corte de 0,25 ponto percentual.

Agora, o mercado monitora o que deve acontecer com a nova diretoria do BC. Para quem não se lembra, o mandato de Roberto Campos Neto se encerra no final deste ano. Com ele, se despedem também outros dois membros da diretoria que, assim como o novo presidente da autoridade monetária, serão substituídos por nomes indicados pelo atual governo. Assim, os apontados pelo presidente Lula serão maioria.

Lula afirmou que vai escolher um presidente do Banco Central que tenha compromisso com controle da inflação e com meta de crescimento. Ele ainda relembrou que o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi presidente do BC durante um dos seus mandados e afirmou “duvidar que Roberto Campos Neto tenha mais autonomia”.

Em suas falas, o presidente ainda questionou “a quem esse rapaz (Campos Neto) é submetido” e disse que o presidente do BC tem que ser uma figura “séria e respeitável”.

Questão fiscal

Na entrevista, Lula também falou da questão fiscal. Ele afirmou que “existe uma guerra histórica sobre o uso dos recursos do Orçamento”. Ontem (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ter apresentado ao presidente um “cardápio de opções para reduzir os gastos”.

À CBN, Lula afirmou que as pessoas que dizem que o governo precisa parar de gastar são as mesmas que têm $ 546 bilhões em isenção. O presidente voltou a reforçar que “não fará ajustes em cima das pessoas mais humildes”.

As contas públicas estão no radar do mercado porque um governo saudável financeiramente atrai mais investidores. O arcabouço fiscal, conjunto de normas estipuladas pelo próprio governo para manter as contas públicas em dia, prevê que o governo atinja a meta de zerar o déficit neste ano. Ou seja: equiparar a arrecadação com os gastos. Portanto, o cumprimento dessa meta seria um sinal positivo a investidores de que a saúde financeira do país está boa. Assim, diminuiria a percepção de risco do país e, portanto, os prêmios exigidos para se investir no Brasil.

MARIZ-PA BRASILIA 26-02-2024 LUIZ INACIO LULA DA SILVA/PROGRAMA DE DEMOCRATIZACAO DOS IMOVEIS DA UNIAO Apresentação e coletiva de imprensa sobre o programa de Democratização dos Imóveis da União. Pres — Foto: CRISTIANO MARIZ/Agência O Globo
MARIZ-PA BRASILIA 26-02-2024 LUIZ INACIO LULA DA SILVA/PROGRAMA DE DEMOCRATIZACAO DOS IMOVEIS DA UNIAO Apresentação e coletiva de imprensa sobre o programa de Democratização dos Imóveis da União. Pres — Foto: CRISTIANO MARIZ/Agência O Globo
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