Só dois índices da bolsa sobem. Veja quais e como investir

E o que registrou maior alta sequer segue o mercado brasileiro. O índice BDRX reúne os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) não patrocinados, negociados na B3. Para quem não sabe, os BDRs são recibos de ações de empresas (estrangeiras ou não) listadas no exterior, mas negociados na B3. Trocando em miúdos, é uma forma de o investidor aplicar, indiretamente, em ações como Nvidia, Amazon e Apple, pela bolsa brasileira. Em maio, ele subiu 7,32%, o que o levou a uma alta de 25,07% no ano.

A alta acompanhou o movimento das bolsas norte-americanas. Elas tiveram alta após um mês de alívio nos Estados Unidos, com inflação abaixo do esperado em abril, o que reforçou a tese de que um corte de juros por lá está mais próximo. Com a projeção de juros menores, o apetite a risco dos investidores subiu. Além disso, bons resultados na temporada de balanços também ajudaram o mercado acionário no mês passado.

Assim, o índice Dow Jones valorizou 2,30% no mês passado, enquanto o S&P 500 subiu 4,80% e o Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia, teve alta de 6,88%.

O outro índice que subiu em maio foi o IEEX, que reúne as ações de maior negociabilidade e representatividade do setor de energia elétrica. O segmento é considerado mais “defensivo” pelos analistas, pelo fato de suas companhias fornecerem um serviço essencial. Portanto, elas têm uma demanda mais perene independentemente do cenário local. Em maio, o índice se valorizou 2,36%, mas no ano até maio, ele ainda amarga uma queda de 8,05%.

No entanto, mesmo com essa desvalorização, o IEEX ainda está entre os 10 melhores desempenhos do ano entre os 26 índices mapeados pelo Valor Data.

Uma das maneiras mais fáceis de se investir em índices da B3 é por meio de um ETF. Para quem não sabe do que se trata, os Exchange Traded Funds (também chamados de ETFs) são fundos de gestão passiva que replicam índices de ações ou de renda fixa listados em bolsa. Ou seja, o investidor pode aplicar seu dinheiro neles com a mesma simplicidade que compra uma ação. No entanto, neste caso, ele fica exposto a todos os papéis que entram na cesta daquele índice. Como os ETFs acompanham índices já prontos, os gestores têm menos trabalho e, assim, esses fundos costumam ter baixa taxa de administração.

No entanto, essa estratégia de investir por meio de um ETF não pode ser usada nem no caso do BDRX nem do IEEX. Isso porque eles não têm um ETF para chamarem de seu. 

Mas não ter um ETF para representar o BDRX ou o IEEX não significa que os investidores brasileiros estão limitados. No caso do BDRX, além de poderem investir diretamente nos BDRs que preferirem, existem outros ETFs negociados na B3 que seguem os próprios índices da bolsa americana, como o IVVB11, SPXB11 e SPXI11, que acompanham o S&P 500.

Já no caso do IEEX, o índice tem relativamente poucas empresas dentro de sua cesta. Ao todo, são 16 papéis. Assim, o investidor pode aplicar, por conta própria, nessas ações ou fazer uma curadoria das que considera melhor para colocar em seu portfólio.