O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 0,3% em abril já com ajustes sazonais, de acordo com o que divulgou nesta quarta-feira (15) o Escritório de Estatísticas Trabalhistas (BLS, na sigla em inglês).
O ritmo de alta do custo de vida, portanto, desacelerou em relação ao registrado em março (0,4%). O número está abaixo das apostas dos analistas de que o ritmo de alta observado em abril fosse igual ao registrado no mês anterior. Os dados de março e fevereiro haviam surpreendido para cima.
Em 12 meses terminados em março, o CPI acumulou alta de 3,4% antes dos ajustes sazonais, abaixo dos 3,5% de março e em linha com as expectativas de 3,4%.
O chamado “núcleo” de inflação medido pelo CPI, que exclui preços mais voláteis, aumentou 0,3%, abaixo do avanço de 0,4% em março e fevereiro e também do esperado por analistas. Em 12 meses, ficou em 3,6%, em linha com as apostas de 3,6%.
O mercado segue tentando acertar quando começam os cortes de juros já apontados como prováveis pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Mais ou menos inflação aproxima ou distancia a autoridade monetária de alcançar a meta de 2% ao ano. Portanto, em tese, adia ou antecipa o ciclo de quedas.
Quanto mais juros forem praticados ao longo do tempo nos Estados Unidos, mais atratividade tende a ganhar a renda fixa global. Do mesmo modo, melhor para investidores de bolsa quanto menor for o “preço do dinheiro” por lá. Importa, em especial, a mercados acionários ditos mais arriscados, caso do Brasil.
Como a inflação menor tende a aproximar um ciclo de corte dos juros, após a divulgação do dado os rendimentos dos títulos do Tesouro americano recuaram de forma expressiva. Os índices de ações americanos abrem estáveis e reagem positivamente ao anúncio. Por fim, o dólar contra o real tem leve valorização de 0,4%, operando próximo aos R$ 5,15.
O que dizem os analistas
Para William Castro Alves, estrategista-chefe da corretora Avenue, ainda é cedo para comemorar, mas a primeira reação, percepção e talvez até esperança do mercado é que talvez vejamos o retorno a uma trajetória benigna do índice de preços, em especial seu núcleo, que possibilite um ciclo de queda dos juros. Por outro lado, o especialista salienta que esse é o trigésimo sétimo mês consecutivo de inflação acima dos 3%, valor esse que ainda se encontra bem acima da meta de 2% do Fed.
Entendemos que o dado mostrou uma evolução favorável, mas que o Fed vai querer ver a continuidade disso nos próximos dados para chancelar a possibilidade de cortes de juros. Ainda assim, no curto prazo o mercado reagiu elevando as probabilidades de cortes de juros em 2024. De acordo com a ferramenta do CME que monitora os juros, a chance de Fed cortar juros em 50 pontos porcentuais em 2024 sobe de 37,3% a 38,7% e a probabilidade de o Fed cortar juros até setembro sobe de 69% a 74%.
Na visão de Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, o dado mostra que a inflação, mesmo estando longe da meta, está conseguindo ser controlada, e pode ser que nas próximas decisões isso seja levado em consideração pelo Fed. "Dá para começar a pensar em pelo menos uma queda até o final do ano".
Mais lidas do valor-investe
Gastar Bem
Ninguém acerta as seis dezenas da Mega-Sena 2743, e prêmio vai a R$ 120 milhões; veja números sorteados
Bolsas e índices
Quais os investimentos com melhores rendimentos no 1° semestre de 2024? Veja destaques
Empresas
Eletrobras (ELET3;ELET6) sobe na bolsa depois de anúncio, mas otimismo vai além; entenda
Empresas
Veja as 10 ações do Ibovespa que mais se valorizaram no 1º semestre de 2024
Empresas
Veja as 10 ações do Ibovespa que mais caíram no 1º semestre de 2024
![Estados Unidos EUA economia americana inflação — Foto: GettyImages](https://cdn.statically.io/img/s2-valor-investe.glbimg.com/LFkcOz0s1Al_uezmtmIlrieemw8=/0x0:2121x1414/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2022/p/b/kMWm29TgK50rJpuPwXoA/gettyimages-1414898813.jpg)