Ciência

Por Redação Galileu

O tiranossauro-rex (Tyrannosaurus rex) foi um dos predadores mais ferozes a caminhar na Terra, com dentes afiados e mandíbulas capazes de esmagar um carro. Mas ele não foi tão inteligente como se acreditava, segundo sugere um estudo publicado no último dia 26 de abril na revista The Anatomical Record.

Os T.rex tinham uma inteligência equivalente à dos répteis, mas não eram tão espertos como os macacos, conforme a pesquisa. O estudo foi conduzido por Kai Caspar, da Universidade Heinrich Heine, na Alemanha, e por diferentes pesquisadores como Hady George, da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

A equipe composta por paleontólogos, cientistas e neurologistas reexaminou o tamanho e a estrutura cerebral dos tiranossauros-rex. Eles concluíram que esses animais pré-históricos se comportavam mais como crocodilos e lagartos.

Imagem de um molde do esqueleto de T. rex no Museu Senckenberg em Frankfurt, Alemanha. O T. rex viveu no final do Cretáceo (cerca de 66 milhões de anos atrás) e era exclusivo do oeste da América do Norte. — Foto: Reprodução/Kai R. Caspar
Imagem de um molde do esqueleto de T. rex no Museu Senckenberg em Frankfurt, Alemanha. O T. rex viveu no final do Cretáceo (cerca de 66 milhões de anos atrás) e era exclusivo do oeste da América do Norte. — Foto: Reprodução/Kai R. Caspar

Os pesquisadores analisaram técnicas utilizadas por pesquisas anteriores para prever o tamanho do cérebro e o número de neurônios dos dinossauros. A equipe descobriu que as suposições sobre esses dados não eram confiáveis.

“As contagens de neurônios não são bons preditores do desempenho cognitivo, e usá-las para prever a inteligência em espécies extintas pode levar a interpretações altamente enganosas”, explica Ornella Bertrand, pesquisadora do Instituto Catalão de Paleontologia Miquel Crusafont, em comunicado.

Os autores do novo estudo analisaram décadas de dados sobre o tamanho e a anatomia cerebral de dinossauros. As informações sobre o cérebro dos seres pré-históricos vinham de preenchimentos minerais das cavidades cerebrais (denominados endocasts) e também dos próprios formatos das cavidades.

Assim, os pesquisadores descobriram que o tamanho cerebral, especificamente o do prosencéfalo, tinha sido superestimado nos estudos anteriores e, portanto, a contagem de neurônios também.“Argumentamos que não é uma boa prática prever a inteligência em espécies extintas quando a contagem de neurônios reconstruída a partir de endocasts é tudo o que temos para prosseguir”, disse Caspar.

A equipe argumenta que, em vez de confiar apenas no número de neurônios, a reconstrução de características de espécies extintas deve considerar várias linhas de evidência como anatomia esquelética, histologia óssea, comportamento de parentes vivos e vestígios fossilizados.

Para o paleontólogo Darren Naish, coautor da pesquisa, a possibilidade do T.rex ter sido tão inteligente como um babuíno é fascinante e assustadora. “Mas nosso estudo mostra como todos os dados que temos vão contra essa ideia", ele argumenta. "Eles eram mais como crocodilos gigantes inteligentes, e isso é igualmente fascinante”, descreve.

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