Ciência

Por Redação Galileu

Uma nova pesquisa sugere que os dinossauros predadores bípedes, tais como os Tiranossauros e Velociraptors, não tinham dentes permanentemente expostos, como os crocodilos, mas, sim, lábios escamosos semelhantes aos lagartos modernos, que cobriam suas bocas. Os resultados do estudo foram publicados na revista Science.

“Os paleontólogos geralmente comparam animais extintos com seus parentes vivos mais próximos. Mas, no caso dos dinossauros, essas espécies foram evolutivamente distintas por centenas de milhões de anos e hoje são incrivelmente especializadas”, explica o autor Derek Larson, em comunicado à imprensa.

Dessa forma, ao analisar de perto a estrutura dentária, os padrões de desgaste e a morfologia da mandíbula dos grupos de répteis, percebeu-se que os dentes de terópodes parecem ser mais semelhantes aos encontrados em lagartos-monitores. Assim, mesmo que não estejam intimamente relacionados, a função desempenhada pela arcada dentária desses animais parece ser a mesma.

Expectativa versus realidade

Reconstruções de crânio e cabeça de T. rex — Foto: Divulgação/Mark Witton
Reconstruções de crânio e cabeça de T. rex — Foto: Divulgação/Mark Witton

“Os artistas de dinossauros têm ido e vindo na representação dos lábios desde que começaram as restaurações das espécies durante o século 19. Mas os dinossauros sem lábios se tornaram mais proeminentes nas décadas de 1980 e 1990”, aponta Mark Witton.

Segundo o pesquisador, isso é um reflexo da adoção dessas imagens pela cultura popular, em especial, por meio de filmes como Jurassic Park. “Muitas de nossas representações favoritas de dinossauros estão incorretas, por muitos anos, preferiu-se manter a estética feroz, no lugar de promover uma mudança no pensamento científico”.

No passado, já foi argumentado que os dentes dos predadores eram grandes demais para serem cobertos pelos lábios. Por isso, acreditava-se que esses animais lembrariam os crocodilos, cujos dentes superiores ficam perpetuamente visíveis pairando sobre a mandíbula inferior.

Porém, o estudo mostra que, na realidade, os dentes não eram atipicamente grandes. A equipe relata que, quando comparados ao tamanho do crânio de outros lagartos predadores vivos, esse tamanho parece ser proporcional. “Mesmo os dentes gigantes dos tiranossauros mostraram-se proporcionais aos seus crânios, rejeitando a ideia de que esses eram grandes demais para serem cobertos por lábios”, destaca Thomas Cullen, principal autor da pesquisa.

Outras características observadas que apoiam a hipótese dos cientistas são a presença de pequenos orifícios ao redor das mandíbulas, que fornecem nervos e sangue para as gengivas e tecidos ao redor da boca, e o esmalte fino nos dentes dos grandes predadores. “A exposição da arcada dentária está associada à presença de um esmalte mais espesso, a fim de garantir a sua proteção”, comenta a especialista Kirstin Brink.

Esses resultados possibilitam novas reflexões sobre a construção dos tecidos moles e da aparência dos dinossauros, bem como de outras espécies extintas. Para além disso, os responsáveis pela pesquisa acreditam que o material fornece informações cruciais para estudos acerca da alimentação, saúde e evolução desses animais.

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