Arqueologia

Por Redação Galileu

Pesquisadores identificaram 18 civis executados por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial em Adele, na Grécia, usando técnicas de análise de DNA antigo e genômica. Os indivíduos morreram em 02 de junho de 1941 após serem forçados a cavar sua própria vala comum, de acordo com estudo publicado em 14 de maio na revista Forensic Science International: Genetics.

A pesquisa é a primeira ao nível nacional a lançar luz sobre uma lacuna humanitária e histórica, contribuindo para o encerramento de um capítulo em aberto para a comunidade e para a cicatrização das feridas das famílias das vítimas de Adele, aldeia na unidade regional de Rethymnon.

Conforme a pesquisa, 18 civis do sexo masculino foram executados e enterrados numa cova no sítio de Sarakina. As execuções foram apenas algumas entre várias outras que ocorreram após a Batalha de Creta, durante a ocupação da Grécia na Segunda Guerra Mundial.

Como as forças alemãs enfrentaram uma resistência civil substancial, para retribuir as numerosas perdas de soldados da Alemanha, uma série de assassinatos em massa ocorreu em vários lugares de Creta —uma prática comum relatada na Grécia e em outros lugares.

O estudo é pioneiro na Grécia — Foto: Foundation for Research and Technology–Hellas
O estudo é pioneiro na Grécia — Foto: Foundation for Research and Technology–Hellas

O estudo pioneiro que identificou os restos mortais das 18 vítimas foi realizado pelo grupo de pesquisa de Paleogenômica e Genética Evolutiva do Instituto de Biologia Molecular e Biotecnologia (IMBB), da Fundação para Pesquisa e Tecnologia - Hellas (FORTH), na Grécia.

A identificação molecular dos falecidos foi realizada usando tecnologias de sequenciamento de baixa cobertura em todo o genoma dos mortos. Os resultados foram comparados com os parentes das vítimas e por meio de análises de DNA antigo para determinar o grau de parentesco genético, seguindo as normas éticas e de proteção de dados pessoais.

A pesquisa combinou também análises arqueogenômicas e estudo antropológico direcionado aos restos cranianos para identificar todos os mortos. Os ossos fragmentados foram restaurados usando métodos da antropologia.

"O estudo recente envolvendo a identificação dos 18 civis executados pelos nazistas em Adele é um exemplo claro de como a pesquisa biomédica moderna pode estar diretamente ligada à nossa cultura e história", comenta Nektarios N. Tavernarakis, Presidente do Conselho de Administração da FORTH, em comunicado.

Conforme os autores da pesquisa explicam em seu artigo, a abordagem metodológica utilizada "constitui potencialmente uma ferramenta forense altamente informativa para identificar vítimas de guerra". Isso significa que os resultados podem auxiliar estudos análogos sobre DNA degradado, abrindo assim o caminho para a identificação sistemática de vítimas de guerra na Grécia e em outros países.

Amostra óssea de vítima do nazismo na Grécia sendo investigada — Foto: Foundation for Research and Technology–Hellas
Amostra óssea de vítima do nazismo na Grécia sendo investigada — Foto: Foundation for Research and Technology–Hellas
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