Nas ruínas da histórica cidade de Filipos, na Grécia, arqueólogos desenterraram uma rara cabeça esculpida em mármore de Apolo, o antigo deus gregodo Sol, da cura, da música, do arco e flecha e da profecia. A peça foi encontrada em 2023 em excelentes condições, e sua idade foi estimada em 1.800 anos.
A descoberta foi divulgada no último dia 28 de março pelo Ministério da Cultura da Grécia. Eles deduzem que a cabeça foi feita no século 2 ou início do século 3 e, provavelmente, adornava uma fonte antiga da cidade grega.
A escavação foi liderada pela professora Natalia Poulos, especializada em Arqueologia Bizantina, e uma equipe composta por 15 alunos das turmas de graduação, pós-graduação e doutorado da Universidade Aristóteles de Salónica, além dos professores Anastasios Tantsis e Emérito Aristotelis Mentzos.
“O momento da descoberta foi emocionante”, relembra Anastasios Tantsis, professor assistente de Arte Bizantina e Arqueologia da mesma instituição de ensino, por e-mail ao site All That's Interesting. “[Os alunos] ficaram muito entusiasmados. Acreditamos que, embora esses sejam momentos de especial importância para nós também, partilhá-los com nossos alunos aumenta a emoção.”
Outras descobertas
Em 2024, os pesquisadores focaram no prolongamento oriental da estrada principal do sul (decumanus), onde se encontra o ponto do eixo norte da cidade (conhecido como "Egnatia"). Foi ali que encontraram não só a estátua de Apolo, mas também uma estrada pavimentada em mármore e uma moeda de bronze do Imperador Leão VI (886-912).
Nos anos anteriores os arqueólogos encontraram uma estátua de Hércules, herói grego da mitologia, com uma clava fragmentada e um leão, datada da mesma época que a cabeça de Apolo. “É muito cedo para determinar as conotações de ambas as figuras num contexto urbano medieval. É seguro assumir que eram vistos principalmente como obras de arte antigas (e certamente grandes) que atestavam a continuidade histórica e cultural”, esclareceu Tantsis ao All That's Interesting.
As descobertas das estátuas em espaços públicos ajudam os pesquisadores a saberem a composição das obras de arte clássicas e romanas nas cidades do Império Bizantino.