Parto
 


“Você não espera ir ao hospital para dar à luz seu filho, com 32 anos de idade, perfeitamente saudável, e sair com uma bolsa de colostomia e desempregada”, diz Gillian Castle, da Inglaterra, 43. Casada com o marido Chris, Gillian era policial e estava grávida de seu primeiro filho, trabalhando em Bradford, West Yorkshire, quando entrou em trabalho de parto prematuro, às 33 semanas, em 2011. Apesar da prematuridade, o pequeno Sam sobreviveu.

Gillian Castle se tornou triatleta — Foto: Reprodução/Metro UK
Gillian Castle se tornou triatleta — Foto: Reprodução/Metro UK

Mas, ela teve complicações no nascimento, causando uma ruptura perineal de 4º grau e fístula reto-vaginal. Embora ela não soubesse na época, um especialista tentou incorretamente reparar o rompimento, mas em poucos dias Gillian ficou incontinente e desenvolveu uma infecção grave. “Cinco dias depois, fiz uma colostomia – cirurgia para criar uma abertura para o intestino na parede abdominal – para desviar as fezes da área infectada, mas me garantiram que era apenas temporário”, disse ela ao Metro UK.

Mas no final de 2012, Gillian foi informada de que o dano ao seu reto era permanente e que ela teria que viver com a bolsa de colostomia para sempre. “É uma abertura no abdômen que pode ser conectada ao sistema digestivo ou urinário para permitir que a urina ou as fezes sejam desviadas para fora do corpo”, explicou.

Pouco depois ela acabou sendo demitida do trabalho. "Perdi meu emprego na polícia porque estava fraca demais para trabalhar na linha de frente. Do ponto de vista médico, me aposentei em abril de 2013. Fiquei arrasada. Trabalhar como policial era o emprego dos meus sonhos. Eu sempre quis ser policial. Mas as lesões que sofri durante o parto puseram fim à minha carreira", lamentou.

Gillian e Sam — Foto: Reprodução/Metro UK
Gillian e Sam — Foto: Reprodução/Metro UK

'Eu chorava o tempo todo'

Devido aos tratamentos que recebeu durante e após o parto, Gillian processou o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) e chegou a um acordo fora do tribunal em 2014. “Como parte dos exames médicos que tive de fazer, disseram-me que tinha um para estresse pós-traumático e outro para dispneia paroxística noturna. Na época, senti como se tivesse perdido todas as esperanças. Eu odiei isso. Eu queria minha vida de volta. Senti que isso tinha me destruído”, disse ela.

"Eu chorava o tempo todo. Eu estava muito deprimida. Eu não senti que poderia fazer nada. Eu não conseguia nem andar direito. Fiquei reclusa e não queria participar de nenhum grupo de bebês ou atividades com outras mães. Não senti que mais ninguém pudesse se conectar com o que havia acontecido comigo. E isso foi muito isolador e você se sente muito vulnerável. Meu marido Chris trabalhava fora, minha família morava a 240 quilômetros de distância, eu me sentia tão sozinha", lembrou.

Demorou, mas quando Gillian se recuperou, ela decidiu tentar ter outro bebê quando Sam tinha dois anos. “Infelizmente, sofri um aborto e não me senti mentalmente forte o suficiente para tentar novamente”, diz ela. No entanto, no mesmo ano, Gillian teve um “momento luminoso” depois de ler um artigo sobre um triatleta que usava bolsa de colostomia e que ainda conseguia levar um estilo de vida ativo.

"Esta atleta estava falando sobre sua bolsa de colostomia, por que ela mudou sua vida e como ela teve sorte – pois lhe permitiu viver uma vida normal novamente. Eu pensei: 'Sim, ela está certa, esta bolsa me permite realmente seguir com minha vida'”, recordou Gillian.

"Passei alguns anos depois de ter Sam entrando e saindo do hospital, estava me adaptando para encontrar a bolsa certa que não vazasse, fazendo operações, estava deprimida, não conseguia lidar com a situação e não conseguia construir uma vida para mim. Mas em 2014, Sam era uma criança e, francamente, eu superei a pior experiência de toda a minha vida, então nada seria tão ruim assim. Naquele momento, pensei: 'Certo, vou treinar para fazer um triatlo'", afirmou.

Vida de triatleta

Com isso, Gillian ingressou em um clube de treinamento local, fez um triatlo de velocidade, um triatlo padrão e depois fez meio Ironman - uma das formas de triatlo de meia distância. Ela até fez o Desafio dos Três Picos - que envolve escalar três montanhas britânicas. "Aprendi que você pode fazer qualquer coisa, mesmo tendo uma bolsa de colostomia. Você só precisa ser adaptável. Quando eu estava caminhando pelos Três Picos, peguei um saco de cocô de cachorro para esvaziar minha bolsa atrás de um arbusto", lembrou.

Em 2020, ela decidiu nadar na praia local em Northumberland vestindo apenas um biquíni durante todo o inverno para quebrar o estigma de usar uma bolsa para estoma. Gillian também recebeu a proposta de atravessar o Canal da Mancha a nado - o que é cerca de 33 quilômetros entre o Reino Unido e a França. Inicialmente, ela riu da ideia e não quis de jeito nenhum. "Mas depois pensei que poderia ser uma forma incrível de sensibilizar as mulheres feridas no parto e de encorajar as pessoas com bolsas de colostomia a nadar", destacou.

Mas, naquele momento, ela não compreendia tudo que estava envolvido neste desafio. Gillian descobriu mais tarde que, para o desafio oficial de natação do Canal da Mancha, ela só podia usar traje de banho, chapéu e óculos de proteção. Depois de começar, não podia parar de jeito nenhum, não tinha permissão para tocar no barco e tinha que ser alimentado na ponta de uma vara de pescar.

Seu treinamento incluía nadar até 12 horas por semana na piscina local e no mar, e uma natação noturna de seis horas na costa de Dover. "O treinamento me ensinou a enfrentar meus medos. O mar no escuro é matéria de pesadelos! Mal sabia eu que três anos depois iria nadar no Canal da Mancha principalmente no escuro", afirmou.

'Fiz isso pelo meu filho'

Gillian durante a travessia do Canal da Mancha — Foto: Reprodução/Metro UK
Gillian durante a travessia do Canal da Mancha — Foto: Reprodução/Metro UK

"Saí às 21h30 de uma praia em Dover por causa das marés. Eu tinha um pequeno barco-piloto ao meu lado. Não permiti que nenhum pensamento negativo permanecesse na minha cabeça. Eu apenas me concentrei em chegar à França", recordou. Em 12 de setembro de 2023, Gillian caminhou até a praia perto de Wissant, na França, depois de nadar na costa de Kent por 14 horas através do Canal da Mancha e se tornou a primeira pessoa com uma bolsa de colostomia a atravessar o Canal da Mancha sozinha.

"Andei naquela praia depois de nadar no canal e estou muito feliz. Fiz isso pelo meu filho, Sam. Queria mostrar a ele que viver com uma bolsa de colostomia não vai me impedir de fazer nada", finalizou.

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