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Por Crescer


Por que uma mãe entraria em um bote inflável em estado duvidoso com mais 30 pessoas para fazer uma travessia em alto mar, com um bebê nos braços? Ninguém, em sã consciência, faria isso por um motivo qualquer. Para a afegã Najma Ahmadi era isso ou a morte. Ela e sua família fazem parte da comunidade Hazara, perseguida pelo Talibã. Se não saíssem de seu país, acabariam sem vida.

Najma e a família: 20 tentativas e muitos riscos até conseguirem fugir para a Europa — Foto: Reprodução/ The Mirror
Najma e a família: 20 tentativas e muitos riscos até conseguirem fugir para a Europa — Foto: Reprodução/ The Mirror

Então, ela, o marido Mohammad, o filho Maisa, 12, e a filha, Majla, 2 (que na época tinha 1 ano), arriscaram suas vidas, em busca de uma oportunidade de paz. Eles pagaram o equivalente a quase R$ 30 mil reais para fazer a perigosa travessia do Canal da Mancha, que separa a Grã-Bretanha e a França, em julho do ano passado.

Depois de muitos perrengues e perigos, eles chegaram à Grécia e, agora, moram em um hotel no sul de Londres e dependem de caridade para viver. Hoje, Najma Ahmadi implora ao governo para oferecer aos refugiados a chance de uma vida melhor – sem que eles tenham que se colocar nas mãos de traficantes. O apelo vem uma semana após quatro refugiados morreram ao tentar cruzar o canal, assim como ela faz há um ano e meio.

“Quando ouvi sobre as mortes, pensei que poderia ter sido eu. O mar não brinca com ninguém – você pode se afogar a qualquer momento”, afirmou ao The Mirror. “As pessoas que atravessam o Canal da Mancha estão fazendo uma escolha – de um lado está a morte e do outro uma vida melhor. Não quero que nenhum outro refugiado em busca de uma vida melhor passe pelo que eu passei. Todos devem ter uma chance segura de uma vida melhor”, declarou.

O futuro da família ainda está incerto, mas eles agradecem e comemoram porque, no mês passado, receberam asilo no Reino Unido. Lembrando da jornada, só o fato de estarem vivos já é motivo de sobra para celebrar. “Havia 35 de nós em um barco de cinco metros. O tempo e as ondas estavam muito ruins. A maioria das pessoas estava orando e eu estava chorando. Minha filha estava apavorada. Ela tinha apenas 1 ano na época e estava me segurando com força”, contou Najma. “Eu senti muito por ela. Eu estava chorando porque ela estava apavorada. Quando finalmente chegamos, eu estava sentada no barco segurando minha filha por 11 horas e não conseguia mexer minhas pernas porque estava com muito medo. A polícia me colocou em uma cadeira de rodas”, relatou.

E essa foi a tentativa bem-sucedida da família, mas houve muitas outras antes disso: 20 para dizer com mais precisão. A primeira foi em 2019. Em duas das vezes, Najma estava grávida de Majla e quase se afogou. “A primeira vez que nosso barco afundou aconteceu logo depois que partimos. Eu estava grávida e meu estômago estava pesado. Eu gritava: ‘Por favor, salve meu filho, por favor, salve meu filho’. Dois meninos vieram e salvaram a mim e a meu filho. Na segunda vez que isso aconteceu, estávamos usando coletes salva-vidas e as autoridades turcas vieram e nos salvaram”, contou. “Eu estava tão grávida que não conseguia me levantar. Dois deles bateram na minha barriga duas vezes falando: ‘Você precisa subir, subir’. Eu já tinha ouvido várias notícias sobre barcos afundando, mas isso tornou tudo muito real. Eu vi a morte”, destacou.

Ela disse que, em comparação com os campos de refugiados na Grécia, por onde a família chegou, que não tinham sequer eletricidade, o hotel no sul de Londres era bom.

Nesta semana, o Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu que o polêmico plano do governo de deportar migrantes, incluindo aqueles que chegaram ao Reino Unido depois de cruzar o Canal da Mancha em pequenos barcos, era legal. Mas a Suprema Corte decidiu a favor de oito pessoas que pediram asilo, concluindo que o governo agiu de forma errada nestes casos individuais. O Partido Trabalhista classificou a política como “impraticável” e “antiética”.

A secretária do Interior, Yvette Cooper, disse que o Partido Trabalhista trabalharia em conjunto com a França e criaria uma nova unidade importante na Agência Nacional do Crime para perseguir as gangues que cobram milhares de refugiados para fazer a perigosa jornada para o Reino Unido. “Precisamos de muito trabalho, não de retórica, antes que mais vidas sejam perdidas”, disse ela.

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