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Já pensou em descobrir que tem um bebê a caminho apenas quando ele está prestes a nascer? É isso o que acontece em casos de gravidez silenciosa, quando a mulher não sabe que está grávida e só identifica a gestação nas semanas finais ou quando já está em trabalho de parto. De acordo com estudos recentes, 1 a cada 500 gestantes pode não ter sintomas de gestação até a 20ª semana (5º mês de gravidez) e 1 em cada 2500 gestantes não tem nenhum sintoma ou alteração até o nascimento.

A gravidez silenciosa é um evento raro e ocorre quando a mulher não percebe que está grávida até o último trimestre da gravidez ou até o momento do parto. — Foto: Pexels
A gravidez silenciosa é um evento raro e ocorre quando a mulher não percebe que está grávida até o último trimestre da gravidez ou até o momento do parto. — Foto: Pexels

Entretanto, esse tipo de gravidez ainda gera muitas dúvidas e questionamentos. Afinal, a mulher realmente não apresenta nenhum sinal? E onde o bebê fica durante todos esses meses? Selecionamos sete pontos importantes para você compreender melhor a gravidez silenciosa e como ela pode acontecer. Confira:

1. Quais as causas da gravidez silenciosa?

Diversos fatores podem impedir que a mulher perceba as mudanças da gestação no corpo ao longo das semanas. O uso irregular e/ou contínuo de pílulas anticoncepcionais, por exemplo, pode fazer com que a mulher não estranhe a ausência de menstruação. Outras condições como a síndrome dos ovários policísticos, estresse crônico e desordens alimentares, como anorexia e compulsão, podem levar a irregularidades e falhas no ciclo menstrual, que podem resultar na ausência de sangramento — e confundir as mulheres.

Pequenos sangramentos durante a gestação, principalmente no primeiro trimestre, como sangramentos de implantação do embrião no útero da mãe — chamado de nidação — também podem ser confundidos com a menstruação. Ao longo da gravidez pode ocorrer o rompimento de pequenos vasos do colo do útero, provocando sangramentos que as mulheres também podem acreditar se tratar do período menstrual. Mulheres na perimenopausa também podem passar pelo mesmo cenário, atribuindo os sintomas da gravidez silenciosa à chegada da menopausa. Já mulheres que receberam algum diagnóstico de infertilidade impreciso anteriormente podem ser mais resistentes a aceitar e/ou a acreditar na gestação, mesmo que ela de fato esteja acontecendo.

2. Como diagnosticar uma gravidez silenciosa?

Se você desconfia que está grávida, apesar de não ter sintomas, a única maneira de confirmar a gestação é realizar um exame de sangue ou um teste de urina, que pode ser comprado em farmácias.

3. Onde o bebê fica?

Embora existam diversos fatores que possam dificultar a identificação da gravidez silenciosa, fisiologicamente, ela é uma gestação como todas as outras. Portanto, o bebê fica no lugar de sempre: dentro do útero. No entanto, isso nem sempre resulta no crescimento perceptível da barriga.

Essa situação é mais comum em mulheres que estão acima do peso, pois a gordura abdominal dificulta a percepção do aumento da barriga ao longo dos meses. A gordura visceral pode também “amortecer” os movimentos do bebê, tornando-os mais difíceis de serem sentidos. Mas pode ocorrer com diversos tipos de corpo.

4. Qual a diferença entre gravidez silenciosa e gravidez psicológica?

Na gravidez psicológica, tudo pode parecer real: as mulheres tiram fotos da barriga crescendo ou mesmo têm a sensação de que o bebê está se mexendo. A psicóloga Ana Paula Marques, do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), explica que, nesse quadro, a mulher tem um forte desejo de estar grávida e de se tornar mãe, por isso, manda comandos ao cérebro e o corpo responde com sintomas típicos da gravidez, como enjoos, mudanças de humor e até inchaço abdominal. "Em alguns casos, esse desejo de estar grávida é tão grande que ela para de menstruar e tem até leite", explica. "Então, ela vai acreditar que os testes estão errados e buscar pessoas que também acreditam nessa gravidez. Ela é incapaz de perceber que ali não tem batimentos cardíacos", completa a especialista.

Entretanto, no caso da gravidez psicológica, por mais que a mulher sinta diversos sintomas, ela não está realmente grávida, ao contrário da gravidez silenciosa: mesmo sem observar mudanças corporais ou sinais, a mulher está, de fato, vivendo uma gestação.

5. A grávida realmente não sente nenhum sintoma da gestação?

Nem todas as gestações são planejadas e, muitas vezes, a negação pode ser um mecanismo psicológico de defesa em uma situação indesejada. Isso pode fazer com que a mulher dê, até inconscientemente, outras explicações para sintomas que está apresentando. Movimentos no abdômen podem ser gases, o ganho de peso pode ser causado pela alimentação inadequada e assim por diante... A realidade pode se tornar inegável só no momento do parto. Se forem leves, até os sinais físicos como enjoos matinais, aumento da frequência urinária, azia, dores nas costas e cansaço podem passar despercebidos ou serem atribuídos a outras causas.

Além disso, quando a placenta — órgão que faz as trocas de oxigênio, nutrição e imunização entre a mãe e bebê — está na parte frontal do abdômen, os movimentos do feto podem ser mais difíceis de perceber. Já se o bebê estiver com as costas voltadas para o umbigo da mãe, seus braços e pernas estarão virados para trás. Então, quando o pequeno se movimenta, não há pressão na musculatura abdominal e, sim, uma sensação suave na lombar, que pode ser difícil de identificar.

6. Existe risco para a mãe ou bebê?

Como a mãe não sabe que está grávida, todo o pré-natal e os cuidados recomendados para o período da gestação acabam ficando de lado em uma gravidez silenciosa. Foi o que aconteceu no caso da criadora de conteúdo Laura Campos, em 2019, que teve sua história contada na CRESCER: dias antes de prestar a segunda fase de um vestibular, ela deu entrada no hospital com suspeita de apendicite e saiu com um bebê nos braços.

Laura conta que a notícia de que seria mãe a pegou totalmente de surpresa. Em nenhum momento dos nove meses que antecederam o parto ela desconfiou de que pudesse estar grávida. Tanto é que manteve sua rotina de treinos na academia, fez dieta, perdeu 10 kg e até passou uma semana em Porto Seguro (BA), bebendo e indo a festas todos os dias, em sua viagem de formatura da escola. Tomava anticoncepcional e usava preservativos. Nessa fase, continuou, inclusive, a ter sangramentos periódicos, como na menstruação. "É muito difícil lembrar daquele tempo, porque eu fazia totalmente o oposto do que toda gestante deve fazer. Fico pensando em todo o risco em que coloquei a minha filha e a mim também. Hoje em dia sinto menos, mas nos primeiros meses de vida da minha filha foi bem complicado", desabafou, na época.

Ainda assim, Gabriel Costa, ginecologista e obstetra da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), tranquiliza e afirma que, na maioria das vezes, mães e bebês evoluem de forma saudável, como no caso de Laura. “O pré-natal realmente previne uma série de complicações e reconhece situações de risco. Não fazê-lo, assim como não ter seguido as orientações médicas, pode ser muito grave para mãe e filho, mas, felizmente, a maioria dos casos evolui bem”, revela.

7. Como acolher a mãe?

A gravidez silenciosa pode gerar um grande susto para a família, especialmente para a própria mãe — afinal, ao contrário de uma gravidez comum, ela não teve os meses para preparar tudo para a chegada da criança ou para a vivência de sua maternidade. Por conta disso, especialistas orientam que a mãe receba acompanhamento psicológico depois do parto, já que ela precisa lidar com muitas informações ao mesmo tempo. Muitas delas se preocupam com a saúde do bebê e se culpam pela ausência do pré-natal e por terem seguido uma vida sem restrições, muitas vezes consumindo álcool e tabaco. Poder contar com uma rede de apoio, junto ao acompanhamento psicológico, é essencial para a mãe nesse período.

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