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Você já deve ter ouvido histórias de mulheres que só descobriram que estavam grávidas na hora de dar à luz, mas será que isso é mesmo possível? Sim, acredite, pode acontecer! Apesar de raro, esse fenômeno é conhecido como gravidez silenciosa e geralmente não tem apenas uma causa, mas uma série de fatores que atuam em conjunto e tornam mais difícil identificar uma gestação. Conversamos com especialistas para responder às principais dúvidas sobre o tema. Confira:

Mulher com as mãos na barriga (Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer
Mulher com as mãos na barriga (Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer

O que é a gravidez silenciosa?

A gravidez silenciosa é um evento raro e ocorre quando a mulher não percebe que está grávida até o último trimestre da gravidez ou até o momento do parto. De acordo com estudos recentes, 1 a cada 500 gestantes pode não ter sintomas de gestação até a 20ª semana (5º mês de gravidez), e 1 em cada 2500 gestantes não tem nenhum sintoma ou alteração até o nascimento.

Causas e sintomas da gravidez silenciosa

Diversos fatores podem impedir que a mulher perceba as mudanças da gestação no corpo ao longo das semanas:

  • Medo e estresse. Nem todas as gestações são planejadas e, muitas vezes, a negação pode ser um mecanismo psicológico de defesa em uma situação indesejada. Isso pode fazer com que a mulher dê, até inconscientemente, outras explicações para sintomas que está apresentando. Movimentos no abdômen podem ser gases, o ganho de peso pode ser causado pela alimentação inadequada e assim por diante... A realidade pode se tornar inegável só no momento do parto.
  • Sobrepeso ou obesidade. A gravidez silenciosa atinge com mais frequência mulheres que estão acima do peso, pois a gordura abdominal dificulta a percepção do aumento da barriga ao longo dos meses. Muitas mulheres também costumam passar por ciclos de ganho e perda de peso, conhecido popularmente como efeito sanfona, o que possibilita outras justificativas, além da gestação, para as alterações na balança. A gordura visceral pode também “amortecer” os movimentos do bebê, tornando-os menos perceptíveis.
  • Sintomas não específicos. Se forem leves, sinais físicos como enjoos matinais, aumento da frequência urinária, azia, dores nas costas e cansaço podem passar despercebidos ou serem atribuídos a outras causas.
  • Menstruação irregular. O uso irregular e/ou contínuo de pílulas anticoncepcionais pode fazer com que a mulher não estranhe a ausência de menstruação. Outras condições como a síndrome dos ovários policísticos, estresse crônico e desordens alimentares, como a anorexia e compulsão, podem levar a irregularidades e falhas no ciclo menstrual, que podem resultar na ausência de sangramento por — o que também confunde as mulheres.
  • Pequenos sangramentos durante a gestação. Principalmente no primeiro trimestre, sangramentos de implantação do embrião no útero da mãe — chamado de nidação — podem ser confundidos com menstruação. Já ao longo da gravidez pode ocorrer o rompimento de pequenos vasos do colo do útero, provocando sangramentos que as mulheres também podem acreditar se tratar do período menstrual.
  • Perimenopausa e diagnóstico de infertilidade. A perimenopausa, período de transição entre a idade fértil e a menopausa, causa menstruação irregular. Mulheres nessa fase podem atribuir os sintomas da gravidez silenciosa à chegada da menopausa. Já mulheres que receberam algum diagnóstico de infertilidade impreciso anteriormente podem ser mais resistentes a aceitar a gestação.
  • Posicionamentos incomuns do bebê e da placenta. Quando a placenta — órgão que faz as trocas de oxigênio, nutrição e imunização entre a mãe e bebê — está na parte frontal do abdômen, os movimentos do feto podem ser mais difíceis de perceber. Já se o bebê estiver com as costas voltadas para o umbigo da mãe, seus braços e pernas estarão virados para trás. Então, quando o pequeno se movimenta, não há pressão na musculatura abdominal e, sim, uma sensação suave na lombar, que pode ser difícil de identificar.

Como fazer o diagnóstico de uma gravidez silenciosa?

Se você desconfia que está grávida, apesar de não ter sintomas, a única maneira de confirmar a gestação é realizar um exame de sangue ou um teste de urina, que pode ser comprado em farmácias.

Quais são os riscos de uma gravidez silenciosa?

O principal risco de uma gravidez silenciosa é que, por não saber que está grávida, a mulher não realiza um acompanhamento pré-natal adequado. Por isso, ela pode não rastrear e tratar doenças maternas que causam prejuízos, como hipertensão e diabetes gestacional. Além disso, a mulher não tomará as vacinas necessárias durante a gestação, não ingerirá os suplementos adequados e pode ter uma série de outras condutas que prejudicam a si própria e o bebê nesse período. Estudos apontam que, em casos em que não há pré-natal, o risco de mortalidade e complicações para mãe e bebê aumentam.

Histórias de quem já passou por isso

Neste mês, a americana Kayla Nicole Simpson, de Indiana, viralizou no Tik Tok ao contar como se tornou mãe “em 15 minutos”. “Tive uma gravidez silenciosa, em que não tive nenhum sinal ou sintoma dessa gestação", afirmou. “Fui ao pronto-socorro com dor abdominal achando que era apendicite e saí de lá com um bebê de 3 kg”.

O relato de Kayla não foi o primeiro sobre gravidez silenciosa a viralizar neste ano. Em abril, uma mulher que não sabia que estava grávida contou que deu à luz no vaso sanitário depois de confundir as dores do parto com constipação. Marla McEntire, da Georgia (EUA), gestou o bebê sem saber por 40 semanas e viu o pequeno Atlas Cohen nascer saudável no banheiro de sua casa, pesando 2,2 kg.

E em março, Emily Graham, de 27 anos, de Cheshire (Inglaterra), contou que não se preocupava com uma possível gestação porque, dois anos antes, tinha sido diagnosticada com síndrome dos ovários policísticos (SOP) e, segundo o médico dela, ela provavelmente não engravidaria naturalmente. Isso, porém, não aconteceu, e Emily passou 39 semanas sem saber que estava grávida até dar à luz uma meninas, a pequena Isabelle Green, que pesava pouco menos de 3 kg.

Fontes: Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa (SP), Membro da FEBRASGO e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein e Marcelo Nunes dos Santos, ginecologista e obstetra e coordenador médico da Maternidade São Luiz Star (SP).

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