Alimentação
 


Não é nenhum segredo que é preciso tomar alguns cuidados com a alimentação durante a gravidez. Afinal, tudo que a mãe come afeta o desenvolvimento do bebê. Todo mundo conhece os mais clássicos: ultraprocessados, bebidas alcoólicas, cafeína… Mas também há — outros alimentos que nem todos sabem — que requerem um cuidado maior ou que devem ser evitados durante a gestação.

Grávida comendo cookies — Foto: Freepik
Grávida comendo cookies — Foto: Freepik

Para ajudar, a CRESCER conversou com nutricionistas especialistas em gestantes, que separaram algumas comidas que não são recomendadas, aquelas que precisam de uma atenção extra e como manter uma alimentação segura para a mãe e o bebê ao longo dos nove meses. Vale destacar que é sempre importante esclarecer qualquer dúvida em relação à alimentação com o seu obstetra de confiança. Confira!

1. Peixes com alto teor em mercúrio

O consumo de peixes com alto teor em mercúrio não é recomendado durante a gravidez, pois pode apresentar riscos para o desenvolvimento do feto, como explica Natalia Barros, nutricionista especialista em gestantes e fundadora da NB Clinic Nutrição e Saúde Feminina. “O mercúrio é um metal pesado que pode ser encontrado em várias formas na natureza. Ele é absorvido pelos peixes através da água do mar e os peixes maiores podem acumular quantidades significativas desse metal”, afirma. Segundo ela, cavala, peixe-espada, atum, cação, badejo e linguado são alguns exemplos de peixes que possuem alta quantidade de mercúrio e devem ser evitados.

“O principal motivo de preocupação reside no fato, de que o mercúrio possa prejudicar o sistema nervoso em desenvolvimento do feto, podendo resultar em danos neurológicos e cognitivos”, esclarece Natalia. Mas a especialista afirma que isso não quer dizer que se a grávida comer algum desses peixes uma vez ou outra irá comprometer o bebê. O problema está no consumo frequente.

Mas, para não correr nenhum risco, existem outras opções de peixes que são mais seguras. “Peixes de água doce e pequenos peixes de água salgada geralmente contêm menos mercúrio e são considerados escolhas mais seguras para gestantes”, destaca. Por isso, pode ser melhor optar por estes ao longo dos nove meses. Sardinha, salmão e tilápia são alguns dos que podem ser consumidos cozidos sem preocupação”, destaca Flávia Albano Zaccarelli, nutricionista do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista (SP).

2. Laticínios não pasteurizados

As especialistas também ressaltam que laticínios não pasteurizados são desaconselhados na gestação devido aos potenciais riscos associados à presença de bactérias patogênicas. “A pasteurização é um processo térmico que envolve o aquecimento do leite a uma temperatura específica por um determinado período, eliminando bactérias nocivas que podem estar presentes no alimento cru”, explica Natalia Barros.

Os laticínios não pasteurizados podem abrigar bactérias perigosas, como a listeria, salmonela e E. coli. “Elas representam riscos significativos para a saúde da gestante e do feto. As infecções por essas bactérias durante a gravidez podem levar a complicações sérias, incluindo parto prematuro, danos ao feto e até mesmo aborto espontâneo”, afirma a nutricionista.

Brie, camembert, feta, roquefort, gorgonzola, queijo de cabra, queijo de ovelha, queijo minas artesanal, leites e iogurtes crus são alguns exemplos que devem ser evitados. “Optar por produtos lácteos pasteurizados é uma escolha mais segura, uma vez que o processo de pasteurização elimina os microrganismos prejudiciais sem comprometer significativamente o valor nutricional dos produtos lácteos”, assegura Natália.

Dessa forma, é melhor optar pelo cheddar, provolone, gouda, queijo suíço, parmesão, gruyère, cottage, mussarela, ricota, cream cheese e leites e iogurtes pasteurizados. “Verifique os rótulos dos alimentos ou, ao comprar de fornecedores locais, certifique-se de que os produtos foram processados de acordo com padrões seguros de higiene”, orienta.

3. Ovos crus

Ovos crus ou parcialmente cozidos também não são indicados, pois podem conter salmonela, uma bactéria que pode causar intoxicação alimentar. “A infecção por salmonela durante a gravidez pode levar a sintomas como febre, cólicas abdominais e diarreia, representando um risco para a gestante e o desenvolvimento do feto”, explica Natalia Barros. Além disso, assim como os laticínios não pasteurizados, eles podem conter a bactéria Listeria monocytogenes, que causa a infecção por listeriose. Garanta que os ovos estejam completamente cozidos e cuidado com receitas que usam ovos crus, como maioneses e mousses.

4. Carnes cruas

Carpaccio, bife mal passado e sashimi também devem ficar de fora do cardápio durante os nove meses, pois carnes cruas podem abrigar a Listeria monocytogenes e o parasita Toxoplasma gondii. “A toxoplasmose pode causar complicações sérias durante a gravidez, incluindo danos ao feto e problemas de desenvolvimento neurológico”, alerta Natália.

“A gravidez altera o sistema imunológico da mulher, tornando-a potencialmente mais suscetível a infecções alimentares. Portanto, para garantir a saúde da gestante e a segurança do feto, é altamente recomendável que as carnes sejam cozidas completamente antes de serem consumidas durante a gestação”, orienta. “Essas precauções simples ajudam a minimizar os riscos associados a infecções alimentares e contribuem para uma gravidez saudável e sem complicações”, acrescenta.

5. Canela

Existem muitas preocupações em relação ao consumo de canela devido ao seu potencial abortivo. Mas, afinal, é verdade? “A canela como tempero consumida moderadamente não oferece riscos para as grávidas. Comer um bolo de canela, por exemplo, está liberado. O problema está no consumo de canela em alta concentração, como é o caso dos chás, cápsulas e suplementos de canela. Estes, sim, são contraindicados, pois podem acabar estimulando a musculatura do útero, o que pode gerar um sangramento”, esclarece Flávia Zacarelli.

Por isso, o mais importante é se atentar com a forma como a canela é consumida na gravidez. “É sempre aconselhável que gestantes consultem seus profissionais de saúde para orientação personalizada”, indica Natalia Barros.

6. Hibisco

O hibisco é outro alimento que requer cuidado. Quando utilizado para compor saladas ou para temperar caldos moderadamente, por exemplo, não é perigoso. “No entanto, em chás ou xaropes, em que se encontra em alta concentração, não é indicado”, ressalta a nutricionista do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista.

7. Louro

O mesmo vale para o louro. Segundo as especialistas, quando utilizado como tempero, não há problema. “Colocar uma ou duas folhinhas de louro em uma grande panela de feijão, por exemplo, não tem risco para a gestante, porque, quando usado adequadamente, é uma quantidade muito pequena para o volume de feijão. Mas é preciso tomar cuidado com o consumo em alta concentração, como é o caso dos chás, pois existe o risco de causar contrações na musculatura do útero e causar um aumento de sangramento”, diz Flávia Zacarelli. O mesmo vale para outros temperos, como alecrim, orégano, manjericão e tomilho.

8. Noz moscada

De acordo com Natalia Barros, o consumo de noz-moscada por gestantes geralmente deve ser feito com cautela e moderação. “Embora seja uma adição comum a muitos pratos, o uso excessivo de noz-moscada pode apresentar preocupações durante a gravidez. Isso porque ela contém uma substância chamada miristicina, que em quantidades elevadas pode ter efeitos psicoativos e potencialmente tóxicos”, afirma.

Mas isso não quer dizer que não possa ser consumida de vez em quando em quantidades pequenas, só exige um pouco de atenção extra. “A ingestão de grandes quantidades ou o uso de suplementos concentrados devem ser evitados”, orienta a nutricionista.

9. Cúrcuma

A cúrcuma, presente no curry e responsável pela sua coloração amarela característica, é conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. “No entanto, o consumo excessivo de cúrcuma pode estimular contrações uterinas, o que sugere que mulheres grávidas devem consumir cúrcuma com moderação”, indica Natália. O mesmo vale para outras especiarias, como curry.

10. Hortelã

Comer algumas folhinhas de hortelã não oferece risco à mãe ou ao bebê. Assim como no caso dos alimentos anteriores, o perigo está na quantidade. “O consumo excessivo de hortelã pode, em alguns casos, agravar a azia nas gestantes”, diz Natalia Barros. Já os chás ou cápsulas são contraindicados. “Em altas doses, o hortelã acaba sendo um ‘teratogênico’ [pode causar dano ao embrião ou feto durante a gravidez por interferir nos processos de desenvolvimento]”, explica Flávia Zacarelli. Portanto, o ideal é preferir outros chás durante este período. “O melhor é optar por chás de frutas, como chá de casca de abacaxi e laranja”, sugere a especialista da NB Clinic.

11. Pimenta

A pimenta não oferece riscos para a gestante, mas ela pode piorar alguns incômodos da gravidez, especialmente em mulheres com baixa tolerância. “Alimentos muito fortes precisam de um cuidado na gestação, pois, às vezes, podem agredir a mucosa do estômago. Nas gestantes é muito comum refluxo, azia e hemorroida e o consumo frequente de pimenta pode agravar estes quadros”, alerta Flávia Zacarelli. Por isso, é preciso observar os sintomas. Se sentir que os incômodos estão piorando, é preciso diminuir ou até cortar o alimento do cardápio.

“Gestantes que não têm histórico de problemas gastrointestinais relacionados ao consumo de pimenta geralmente podem continuar a desfrutar desse tempero sem preocupações significativas. No entanto, aquelas que têm sensibilidade à pimenta ou histórico de azia devem optar por moderar seu consumo ou evitar pratos muito condimentados”, acrescenta Natalia.

12. Doces ricos em açúcar

Um docinho depois do almoço é tudo de bom. Mas, segundo especialistas, se você está grávida, é preciso tomar cuidado antes de cair na tentação e exagerar na dose. Isso porque o chocolate é um alimento muito calórico, com altas concentrações de gordura e açúcar. “Gestantes com sobrepeso ou obesidade devem evitar o consumo. Além disso, o excesso do doce pode causar uma resistência à insulina e virar um agravante para quem tem tendência a diabetes gestacional”, explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli. De vez em quando, em quantidades moderadas, está liberado, mas é indicado optar por chocolates amargos ou doces com pouco açúcar para correr menos risco.

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