Dengue: 7 dúvidas sobre a doença e a imunização com a vacina Qdenga respondidas pela pediatra Ana Escobar

A pediatra e colunista da CRESCER responde às principais questões sobre a dengue, que teve um aumento alarmante no número de casos desde o início do ano, desde a prevenção até aplicação da nova vacina da farmacêutica Takeda


Atualmente, o Brasil é o país que registra o maior número de casos de dengue no mundo. Nas quatro primeiras semanas de 2024, foram mais de 217 mil casos da doença, de acordo com o Ministério da Saúde. O número é mais que o triplo de notificações do mesmo período em 2023: 65.366. Frente ao aumento das temperaturas e das fortes chuvas de verão, a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, também se expandiu geograficamente e atinge, agora, praticamente todos os municípios do país.

Diante desse cenário, é natural que os pais fiquem preocupados sobre como proteger as crianças, que também podem desenvolver quadros graves da doença. Por isso, a pediatra Ana Escobar, professora de pediatria da Faculdade de Medicina da USP e colunista da CRESCER, fez uma série de vídeos esclarecendo as principais dúvidas sobre a dengue e a nova vacina contra a enfermidade, que agora está disponível na rede pública de saúde. Confira:

Ministério da Saúde reforça a importância de combater o Aedes aegypti — Foto: Crescer

1. Como prevenir a dengue?

De acordo com dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 75% de todos os casos de dengue são contraídos em casa. Dessa maneira, a profilaxia contra a doença é tratar os focos do mosquito dentro do lar, como recomenda Ana Escobar no vídeo abaixo:

2. Quais são as contraindicações da nova vacina contra a dengue?

Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde incorporou a nova vacina contra a dengue — a Qdenga, produzida pela farmaceêutica Takeda — ao Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse primeiro momento, apenas a faixa etária de 10 a 11 anos será vacinada nos postos de saúde, mas o imunizante também está disponível na rede privada, para pessoas de 4 a 60 anos. No entanto, ele é contraindicado para gestantes e mães que estão amamentando. Saiba mais:

3. Posso tomar a vacina da dengue junto com outras vacinas?

Como há um estoque limitado de vacinas contra a dengue disponibilizadas pela Takeda, o Ministério da Saúde definiu como público-alvo da primeira etapa de vacinação crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, por ser o grupo com maior índice de hospitalização pela doença. E, segundo Ana Escobar, não há contraindicação de se tomar o imunizante junto de outras vacinas do calendário de vacinação.

4. Tive dengue. Quanto tempo devo esperar para tomar a vacina contra a doença?

Estudada por mais de 15 anos, a Qdenga foi desenvolvida com o esqueleto do vírus DENV-2 atenuado e com proteínas dos sorotipos 1, 3 e 4, sendo uma vacina tetravalente que protege contra os quatro sorotipos do vírus — DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Se a pessoa já tiver sido infectada anteriormente, o tempo de espera ideal para ser imunizada é de 6 meses. Vale lembrar que o esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de três meses entre elas. E se eu não souber que tive dengue e recebi a vacina? Veja o que diz a pediatra:

5. Testei positivo para a covid-19. Quanto tempo devo esperar para tomar a vacina da dengue?

Ao contrário de quem teve dengue, o tempo de espera para receber a primeira dose da Qdenga, após ser infectado pelo vírus da covid-19, é menor: de cerca de 15 dias. Confira a explicação:

6. Por que pessoas acima de 60 anos não podem tomar a vacina da dengue?

A nova vacina da dengue, Qdenga, deve ser aplicada apenas na população pediátrica acima de 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade, em razão dos estudos que foram conduzidos pela farmacêutica Takeda até o momento. Vale destacar que, na avaliação clínica do imunizante, foi apontada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo, em 12 meses após a aplicação. Saiba mais:

7. Pessoas com Síndrome de Down podem tomar a vacina contra a dengue?

É comum surgir essa dúvida entre os pais de crianças com alguma síndrome, como no caso da trissomia do 21. Segundo Ana Escobar, o calendário vacinal desses pequenos é exatamente o mesmo calendário de todas as crianças. As contraindicações, como mencionado anteriormente, referem-se a gestantes e lactantes (mulheres que estão amamentando).

Mais recente Próxima Produção de testes de dengue será dobrada a pedido do Ministério da Saúde

Leia mais