Saúde
 


Albinismo não é doença. Albinismo é uma alteração genética. "Seu aparecimento está condicionado a um gene autossômico recessivo ou ligado a cromossoma X, que não aparece em todas as gerações. Quando um dos pais possui o gene recessivo do albinismo existe a probabilidade de transmissão de 25% em cada gravidez. Além disso, no caso do nascimento de um filho sem a condição existe 50% de possibilidade de ele ser portador do gene e também poder gerar filhos com albinismo", explica Wladimir Taborda, ginecologista e obstetra.

Crianças albinas chamam atenção pela beleza única — Foto: Reprodução/Crescer
Crianças albinas chamam atenção pela beleza única — Foto: Reprodução/Crescer

"A coloração da pele, dos olhos e do cabelo variam de acordo com o tipo de mutação. Existem cerca de sete tipos de genes envolvidos no albinismo. Por exemplo, a cor da pele pode ser bem branca ou até mais amarronzada. Os cabelos podem ser totalmente brancos ou mais avermelhados. O mesmo acontece com os olhos", exemplificou a pediatra e geneticista Patricia Salmona, da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

Os olhos podem variar de avermelhados, azuis ou acastanhados. "No Brasil, o albinismo oculocutâneo tipo II é o mais comum, que é caracterizado pela deficiência parcial dessa melanina. Então, o cabelo e a pele vão apresentar algum grau de pigmentação", afirmou. Mas ela explica que a condição vai além das características físicas. "O albinismo também pode levar à algumas complicações e são elas que devemos tentar prevenir", alertou, referindo-se principalmente a pele e olhos. Segundo a especialista, sem a melanina, essas pessoas ficam expostas totalmente à ação da radiação ultravioleta e, portanto, altamente suscetíveis aos danos causados pelo sol.

"Um risco é o envelhecimento precoce ou o aparecimento de câncer de pele ainda na juventude. Em regiões sem muito acesso a essas proteções, encontramos pacientes com câncer de pele já a partir de 20 anos de idade e em estágios bastante avançados", pontuou. "Além da pele mais sensível, também é muito comum alterações oftalmológicas, como estrabismo, catarata e visão subnormal", completou. E o albinismo, por ser raro — estima-se que uma a cada 20 mil pessoas nasçam com a condição —, sempre chama atenção. Reunimos, a seguir, quatro lindas crianças brasileiras que chamaram atenção nas redes sociais.

Bebê dos cabelos brancos

Bebê albino com cabelos platinados (Foto: Arquivo pessoal) — Foto: Crescer
Bebê albino com cabelos platinados (Foto: Arquivo pessoal) — Foto: Crescer

Em 2021, um bebê viralizou nas redes sociais ao nascer com os cabelos completamente branquinhos, no Rio Grande do Sul. "Foi uma gravidez tranquila. Fiz as consultas do pré-natal todos os meses, exames e ultrassons. Sempre estava tudo bem", disse a mãe Dirce Soares, de Erval Grande, na época, à CRESCER. Ela, que já tinha três filhos, lembra de ter ficado surpresa ao ver o bebê.

"Foi uma cesárea. Ele nasceu pesando 3.245, forte e saudável. Sentimos muita alegria! Ele nasceu bem e era tão lindo! Não sabíamos e nunca tínhamos ouvido falar em albinismo", disse. "Nossos familiares, sim, estranharam um pouco, já que todos somos morenos. Mas logo ficaram encantados com a beleza do bebê, que virou o 'xodó' da família toda", completou

"Sou albina"

Nina é uma menina feliz (Foto: Arquivo pessoal) — Foto: Crescer
Nina é uma menina feliz (Foto: Arquivo pessoal) — Foto: Crescer

A pequena Catarina (ou Nina, como é chamada pela família) tinha apenas 3 anos e já educava outras crianças sobre sua condição. Em um vídeo gravado em um parquinho de Rondônia, em 2022, mostra a pequena enchendo seu baldinho de areia. Enquanto isso, uma menina se aproxima e pergunta: "Por que seu cabelo tá amarelo?". Sarah Barbaresco, mãe de Nina, incentiva a filha a responder, e a criança insiste: "Por que seu cabelo é assim?". Nina, então, responde: "Porque eu sou albina".

"Quero que ela cresça sabendo que é natural falar sobre isso", disse Sarah, à CRESCER, na época. Segundo ela, a resposta da menina é resultado de muito diálogo. "Sei que muitas outras situações vão surgir e, aos pouquinhos, ela vai se sentindo segura, confiante e vai conseguir se posicionar melhor", disse a mãe. Sarah compartilha a rotina com a filha nas redes sociais (@nina.albina), com o objetivo de levar informação às pessoas sobre a condição. "Se quando a Nina nasceu, eu tivesse a informação que tenho hoje, muito sofrimento seria evitado. É isso que quero para as outras famílias – que tenham informações reais de uma criança normal com albinismo e se acalmem", frisou.

Irmãos albinos

Isaac e Arthur — Foto: Arquivo pessoal
Isaac e Arthur — Foto: Arquivo pessoal

Vitória Nogueira da Silva, de São Paulo, tomou um susto quando, em maio de 2017, deu à luz seu primeiro filho, Arthur, hoje com 6 anos, e viu que o menino era muito diferente dela e do marido: ele tinha a pele bem clara, os cabelos avermelhados e os olhos azuis. Após uma consulta médica, eles descobriram que o garotinho era albino. "Nunca imaginei que teria um filho albino", disse, em entrevista exclusiva à CRESCER.

Quando engravidou novamente um ano depois, sabia que existia a possiblidade de ter mais um filho albino. "Mas, durante a gravidez, meu achismo de mãe pensava que ele não seria", recorda. No entanto, quando deu à luz, em março de 2019, mais uma vez surgiu um menininho com os cabelos bem loiros, a pele bem clara e os olhos verdes claros. "Apesar de não esperar ter dois filhos albinos, sempre achei que crianças albinas são lindas. Até penso que se tiver um terceiro filho creio que as chances sejam altas de ele também ser", afirma.

Embora Vitória tenha lidado bem com o diagnóstico dos filhos, também tiveram alguns momentos difíceis. "O albinismo sofre alguns preconceitos, sim", afirma. Por esse motivo, a mãe busca incentivar a autoestima dos filhos. "Eu sempre falo para eles que são lindos do jeito que são, que o cabelo deles é lindo e que se alguém falar o contrário não é para eles ligarem. Eu reforço isso principalmente com o meu mais velho, que começou o primeiro ano do ensino fundamental agora", ressalta.

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