Brincar é a principal atividade da infância, ou ao menos deveria ser. Não só pelos inúmeros benefícios ao aprendizado e ao amadurecimento físico e motor das crianças, como também pela influência positiva no desenvolvimento emocional. Uma pesquisa realizada no ano passado nos Estados Unidos, por exemplo, atribui o aumento dos distúrbios mentais na infância e na adolescência ao fato de os pequenos terem menos oportunidades para brincar livremente, entre outros fatores.
Para além de todas essas vantagens cognitivas, o educador Marcelo Cunha Bueno, colunista da CRESCER, destaca o papel da brincadeira para a criança se conectar com o tempo e o espaço, tornando-se assim uma condição essencial à sua sobrevivência. “O brincar é a maneira de a criança se comunicar e se relacionar com o mundo, o qual ainda não compreende. E, ao mesmo tempo, a ajuda a descobrir quem ela pode ser”, resume. Para comemorar o Dia Mundial da Infância, CRESCER fez uma lista dos principais motivos pelos quais as crianças podem – e devem – brincar muito!
1. Favorece a empatia
É o que as crianças (meninas e meninos, claro) ganham ao cuidar de uma boneca, por exemplo, simulando acontecimentos com outra “pessoa”. Assim, essa atividade as incentiva a se colocar no lugar dos outros. Nesse processo, uma área importante do cérebro responsável por emoções, como a empatia, é ativada. Foi o que mostrou um estudo feito pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido, que analisou a atividade cerebral de um grupo de 42 crianças enquanto elas brincavam de boneca.
2. Combate o sedentarismo
A brincadeira ao ar livre é fundamental para que a criança explore espaços maiores, mexa-se mais e tome sol (lembre-se sempre da proteção e dos horários adequados). Meia hora de pega-pega, por exemplo, gasta em média 225 calorias. O mesmo tempo de amarelinha representa 135 calorias. Além disso, ao ter contato com a natureza – seja em parques, praças ou praias – seu filho cria uma conexão prazerosa com o meio ambiente.
3. Desenvolve habilidades matemáticas
Se o seu filho tem dificuldade no desempenho dessa matéria, saiba que alguns tipos de brincadeiras e estímulos podem ser bons aliados, uma vez que auxiliam o treino de noções espaciais, entre outros conceitos. É o que sugere um estudo feito por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia. Blocos de montar, quebra-cabeças e jogos da memória são algumas das opções que favorecem esses benefícios de maneira divertida.
4. Ajuda a espantar os medos
Seja do escuro, de cachorro, de trovão, seja de conhecer pessoas novas, brincando as crianças têm a chance de lidar com tudo isso de maneira mais leve. E sem mesmo se dar conta! Se o seu filho tem receio de ir ao pediatra, por exemplo, experimente dar a ele um kit de médico de brinquedo e banque o paciente – com certeza, ele estará mais tranquilo na hora da consulta.
5. Estimula a criatividade
A imaginação das crianças não tem fim! Ou será que tem? Infelizmente, toda aquela curiosidade que tínhamos quando crianças pode se perder com o tempo – e com a vida real. Mas não precisa ser assim: a maneira mais importante de cultivar a criatividade das crianças é deixá-las brincar, sabia? Os adultos também podem participar, seja dançando, lendo, seja criando peças de teatro. Enfim, fugindo da rotina, mesmo que apenas no mundo do faz de conta.
6. Molda o cérebro
Seja para montar um quebra-cabeça, equilibrar-se em um pé só ou empilhar uma torre com blocos, essas habilidades vão sendo aperfeiçoadas a cada brincadeira. Sem contar que serão empregadas desde muito cedo na vida do seu filho, como na hora de uma prova ou de resolver um conflito com seus pares.
7. Diminui o tempo de telas
Além de tudo, as brincadeiras são uma forma saudável de passar o tempo. Nesse caso, o tédio pode até se transformar em um momento de ócio criativo, longe das telas. Mesmo se estiver brincando sozinha, a criança descobre que o tempo depende da capacidade de transformar as coisas ao nosso redor – basta usar a imaginação.
Fontes: Ana Cláudia Leite, pedagoga, do Instituto Alana (SP); Cynthia Wood, psicóloga da Clínica Crescendo e Acontecendo (SP); Daniel Becker, pediatra; Irene Maluf, psicopedagoga da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp); Universidade Atlântica da Flórida (EUA)
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