Carlos González - Criar com apego

Por Carlos González

Autor da coluna "Criar com apego"

 


Durante décadas, têm existido movimentos antivacina. Especialmente nos Estados Unidos e na Europa, que perderam o medo de algumas das doenças infantis mais graves (difteria, poliomielite, sarampo...), precisamente porque, graças às vacinas, não sofriam delas há muito tempo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2021, 128 mil pessoas morreram de sarampo em todo o mundo, a maioria delas crianças com menos de 5 anos. — Foto: Freepik
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2021, 128 mil pessoas morreram de sarampo em todo o mundo, a maioria delas crianças com menos de 5 anos. — Foto: Freepik

Ser contra as vacinas era coisa dos ricos e tinha consequências. Em 2017, a Itália teve mais casos de sarampo por milhão de habitantes do que a Nigéria ou a Índia. Mesmo com os melhores cuidados médicos, a taxa de mortalidade por sarampo é de cerca de um em cada mil; onde a desnutrição é comum e os cuidados médicos são quase inexistentes, a mortalidade pode exceder 30%.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2021, 128 mil pessoas morreram de sarampo em todo o mundo, a maioria delas crianças com menos de 5 anos. (Há quem diga: “Na minha escola todos tivemos sarampo e ninguém morreu.” Claro, as que morreram ainda não iam à escola).

A pandemia de covid provocou em todo o mundo uma eclosão dos movimentos antivacinas, frequentemente associados à extrema direita, que utilizam argumentos cada vez mais ridículos, como os supostos chips ativados com 5G com os quais eles “controlam” você – o chip com que eles sabem onde estou e o que faço está no meu telefone, e tenho que pagar todo mês para poder utilizá-lo; você realmente acha que eles iriam nos dar um de graça?

Mesmo com os melhores cuidados médicos, a taxa de mortalidade por sarampo é de cerca de um em cada mil. Onde há desnutrição e falta desses cuidados, essa taxa pode exceder 30%
— Carlos González

Não seja enganado. As vacinas são extremamente eficazes, salvam milhões de vidas todos os anos. Claro que têm efeitos colaterais, como tudo; mas os efeitos graves são raros e não são escondidos. Na verdade, eles são explicados no próprio folheto da vacina, que pode ser lido facilmente na internet. Não, as vacinas não causam autismo. É claro que os fabricantes ganham dinheiro com as vacinas, tal como um padeiro ganha dinheiro com o pão, mas as vacinas representam uma pequena parte das receitas da indústria farmacêutica. Eles ganham muito mais dinheiro vendendo remédios para pressão arterial ou colesterol, que são tomados diariamente durante anos, ou cremes antirrugas, ou simples pastas de dente. Provavelmente ganhariam mais vendendo antitérmicos, se todas as crianças contraíssem sarampo.

A idade em que cada vacina é administrada é calculada para atingir a maior eficácia com o mínimo de efeitos colaterais. Atrasar a vacinação é perigoso. As autoridades sanitárias de cada país estabelecem o calendário de vacinação mais adequado às suas circunstâncias, por isso, tente segui-lo com a maior precisão possível.

Carlos González tem três filhos, é um dos pediatras mais famosos na Espanha e autor de livros como “Bésame mucho” e “Meu filho não come!” (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer
Carlos González tem três filhos, é um dos pediatras mais famosos na Espanha e autor de livros como “Bésame mucho” e “Meu filho não come!” (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer

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